domingo, 11 de maio de 2008

Hino ao(à) professor(a)

Hino ao(à) professor(a)



CONDOR
Quando a ventania te fustiga
E a voz do trovão te abalroa;
Quando as vagas te batem na proa
E a tempestade não se mitiga,
Porque temes a fúria inimiga,
Porque te encolhes, professor,
Se possuis nas nervuras da mão
A força bruta de um tufão?

Quando vês a seara ameaçada
Pela pulha praga predadora,
E a tua lide geradora
Se agiganta multiplicada,
Porque choras na eira estragada
Porque te conformas, professor,
Se possuis nas nervuras da mão
A energia que brota do chão?

Quando o labor do teu longo dia
Se confunde com a noite escura,
E a cava voz da conjuntura
Te acusa de ócio e de abulia,
Porque atrofias a rebeldia,
Porque consentes, ó professor,
Se possuis nas nervuras da mão
A seiva da nova geração!

Tu, que trazes cavadas no peito
As fundas chagas da humilhação,
Porque aceitas essa condição?
Porque choras o trilho desfeito
E te anulas num nicho sem preito?
Porque te curvas, ó professor,
Se possuis nas nervuras da mão
O tal respeito que te não dão?

Porque receias, ó professor,
Ser livre e voar como um condor?

1 comentário:

Safira disse...

Este poema é do colega Luís Costa, para ele um muito obrigada.