sábado, 30 de maio de 2009

Manifestação de Professores...







Professores contra “incompetência” e “arrogância”
O porta-voz da Plataforma Sindical dos Professores declarou hoje, no discurso da manifestação dos docentes em Lisboa, que o protesto é "uma lição de dignidade para quem há-de levar com mais lições", referindo-se ao Ministério da Educação (ME).
Recordando declarações de responsáveis do ME que hoje admitiram não estarem preocupados com a manifestação, Mário Nogueira afirmou que o protesto significa uma "vitória dos professores" e que aquelas declarações "valem o desrespeito e desprezo" dos docentes.
Classificando a manifestação de "extraordinária" e calculando em 80 mil o número de participantes, Mário Nogueira criticou as políticas educativas do Governo, apelidando a ministra da Educação e o primeiro-ministro de "incompetentes", "prepotentes" e "arrogantes".
Voltando a não admitir que o Governo possa alcançar novamente uma maioria absoluta nas legislativas de Outubro, Mário Nogueira referiu-se a Maria de Lurdes Rodrigues e a José Sócrates como "gente que não sabe governar e que não legitima a maioria absoluta porque a transforma em ditadura de incompetência, prepotência e arrogância".
O também dirigente da Federação Nacional de Professores (Fenprof) criticou igualmente "a manipulação de números e de resultados" do programa Novas Oportunidades e das iniciativas ligadas à distribuição do computador Magalhães.
Lembrou o "cansaço" e o "desgaste" dos professores, mas sublinhou que o protesto de hoje superou qualquer cansaço, atraindo muitos milhares de docentes a Lisboa.
O porta-voz da Plataforma Sindical dos Professores recordou que "a manifestação pode ser ainda muito importante na negociação de três pontos: continuação da revisão do estatuto da carreira docente, reforma do modelo de avaliação de desempenho e a negociação do despacho que estabelece a organização do ano lectivo".
Apesar do cansaço, Mário Nogueira disse que é preciso continuar a negociar porque "o óptimo para eles (governo) é que os professores não voltassem a negociar". "O bom era se não estivéssemos reunidos aqui hoje", acrescentou o dirigente da Fenprof.
"Mas hoje queremos dizer adeus a um dos períodos mais negros da história da Educação em Portugal", rematou.
As duas últimas manifestações nacionais de professores, a 08 de Março e 08 de Novembro do ano passado, reuniram em Lisboa 100 mil e 120 mil pessoas, respectivamente, segundo as estruturas sindicais.
SYP/FC
Lusa

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Obrigada Bilros & Berloques


Recebi este selo da Isabel, do blog Bilros & Berloques. Este selo é atribuído só a mulheres. Quem o receber deverá exibir o selo, linkar o blog que lho atribuiu, escolher 6 blogs a quem o entregar, deixar uma indicação nesses blogs.

Entrego este selo aos seguintes blogs:






quinta-feira, 28 de maio de 2009

terça-feira, 26 de maio de 2009

Encontramo-nos Sábado

1) Este governo desfigurou a escola pública. O modelo de avaliação docente que tentou implementar é uma fraude que só prejudica alunos, pais e professores. Partir a carreira docente em duas, de uma forma arbitrária e injusta, só teve uma motivação economicista, e promove o individualismo em vez do trabalho em equipa. A imposição dos directores burocratiza o ensino e diminui a democracia. Em nome da pacificação das escolas e de um ensino de qualidade, é urgente revogar estas medidas.

2) Os professores e as professoras já mostraram que recusam estas políticas. 8 de Março, 8 de Novembro, 15 de Novembro, duas greves massivas, são momentos que não se esquecem e que despertaram o país. Os professores e as professoras deixaram bem claro que não se deixam intimidar e que não sacrificam a qualidade da escola pública.

3) Num momento de eleições, em que se debatem as escolhas para o país e para a Europa, em que todos devem assumir os seus compromissos, os professores têm uma palavra a dizer. O governo quis cantar vitória mas é a educação que está a perder. Os professores e as professoras não aceitam a arrogância e não desistem desta luta: sair à rua em força é arriscar um futuro diferente. Saír à rua, todos juntos outra vez, é o que teme o governo e é do que a escola pública precisa. Por isso, encontramo-nos no próximo sábado.

Subscrevem:

Os blogues: A Educação do Meu Umbigo (Paulo Guinote), ProfAvaliação (Ramiro Marques), Correntes (Paulo Prudêncio), (Re)Flexões (Francisco Santos), Educação SA (Reitor), O Estado da Educação (Mário Carneiro), Professores Lusos (Ricardo M.), Outròólhar (Miguel Pinto), O Cartel (Brit.com, Advogado do Diabo), Escola do Presente (Safira).


Os movimentos: APEDE (Associação de Professores em Defesa do Ensino), MUP (Movimento Mobilização e Unidade dos Professores), PROmova (Movimento de Valorização dos Professores), MEP (Movimento Escola Pública), CDEP (Comissão em Defesa da Escola Pública)

domingo, 24 de maio de 2009

Também, por isto, vou lá estar no dia 30 de Maio



Autoritarismo e obscurantismo sempre andaram de mãos dadas e o seu principal propósito era justificar todo o tipo de práticas ilegítimas, incompetências e, mesmo, malfeitorias. Para perpetuar privilégios e posições de controlo e poder. Foi prática corrente e legitimada, embora ilegítima, durante o Antigo Regime, voltou a sê-lo com o Estado Novo e encontramo-lo ao longo de toda a história da humanidade. Os seus protagonistas caracterizam-se pela prática reiterada da injustiça, prepotência, intolerância, arrogância, ganância e outras «ânsias». Muitas vezes inconfessáveis…

Quando “o tempo e o modo”, isto é, os regimes políticos vigentes, não legitimam nem autoritarismo nem obscurantismo, e os seus praticantes se encontram em posições de poder, assistimos à sua prática de formas mais ou menos dissimuladas, mais ou menos travestidas, como forma de manterem esse mesmo poder e esses mesmos privilégios. A propaganda é um dos veículos mais formidáveis para os alcançar.Sócrates e a tríade do Ministério da Educação(?) bem podem ser governantes incompetentes. Isso não interessa nada porque são mestres da propaganda! E assim, travestidos de democratas, conseguem levar à prática algo fora de moda – autoritarismo e obscurantismo. Tal prática só pode ter mesmo um resultado: pides e bufos. A “democracia” portuguesa poderá não conseguir sair da cauda da Europa nos indicadores que nos interessam, mas a parir pides e bufos está na linha da frente.Têm razão os alunos da Escola António Arroio: “governo fascista é a morte do artista”. Embora travestido com indumentária democrática, este governo tem práticas fascizantes. E os estudantes da António Arroio viram e denunciaram-nas. Um grande bem-haja a estes alunos!A ministra é a cozinheira e os secretários de estado são os seus ajudantes. Nome do prato?Grande Caldeirada Legislativa. Ingredientes? ECD, ADD, CCAP, Novo Modelo de Gestão Escolar, Novas Oportunidades e quilos, litros, paletes, resmas, montanhas de propaganda.Todos devemos votar. É um direito nosso. Mas na câmara de voto podemos desenhar um manguito a todos eles porque o voto é secreto. Acabe-se com esta lei do financiamento dos partidos.
Luís Moura

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Sócrates vaiado na Escola António Arroio



Centenas de alunos insultaram o primeiro-ministro na escola António Arroio, em Lisboa. Os estudantes acusaram o Governo de "Fascismo". De acordo com a SIC, o protesto aconteceu perto das 13h00.


O primeiro-ministro, José Sócrates e a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues e o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos visitaram esta manhã a escola António Arroio, uma instituição vocacionada para o ensino artístico, com o objectivo de assinarem protocolos de requalificação daquele estabelecimento. No entanto, centenas de estudantes insultaram o Governo, transformando este protesto um dos maiores nos últimos anos.

Os estudantes vaiaram em coro o Governo, dizendo 'Governo fascista é a morte do artista'. Os governantes acabaram por abandonar a escola António Arroio através de uma saída alternativa.

In Correio da Manhã

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Os professores desmontarão na rua a manipulação do governo


A Ministra da Educação veio dizer que a avaliação de desempenho dos professores é "uma reforma ganha”. Afirmações destas são a prova mais evidente de que uma avaliação rigorosa nunca foi o objectivo deste governo. Os dois simplexs que a Ministra foi obrigada a apresentar depois das grandes moblizações dos professores transformaram o seu megalómano, burocrático, inviável e injusto modelo de avaliação numa farsa, num protocolo inútil. Para a esmagadora maioria dos professores resume-se à apresentação de uma folha com objectivos individuais e de uma ficha de auto-avaliação, em que a assiduidade releva como o factor mais importante na avaliação do desempenho.

Em nada se contribuiu para a melhoria das aprendizagem dos alunos. Bem pelo contrário. A Ministra sabe-o. Sabe que não haverá este ano nenhuma avaliação rigorosa. Mas isso pouco interessa, tudo se joga ao nível da imagem e da manipulação: as eleições estão à porta e o governo tem que mostrar obra feita. Só que a farsa não pode ser mantida durante muito mais tempo. As suas palavras podem valer para os mais desatentos nas eleições, mas depressa vão chocar com a realidade.

Os professores têm uma grande oportunidade de destapar a careca deste governo: é já no dia 30 de Maio que precisamos de um sinal forte de todos os que, cendendo a uma ameaça insuportável, entregaram os objectivos individuais. A Ministra quer usá-los como números da sua vitória mas os professores vão estragar-lhe a festa.

Publicada por Movimento Escola Pública

quarta-feira, 20 de maio de 2009

EU VOU !!




A Manifestação do próximo dia 30 é o momento em que os professores voltam a unir-se contra esta política educativa.

Experimentemos outra vez a nossa força na rua. Ela já deu frutos no passado: o modelo de avaliação do governo é agora um conjunto de cacos.

Voltar à rua é condição para que o governo não apanhe os cacos um a um.

Voltar à rua é urgente para impor outros recuos bem mais fundos: contra a divisão da carreira, pela escola pública inclusiva.

Sim. Vale a pena. Nós vamos. Somos muitos. Podemos.


Publicada por Movimento Escola Pública

Paulo Rangel disse hoje: "seria importante que o Governo aceitasse o fim das quotas e o fim da distinção entre titular e não titular".



“Marcámos este debate de actualidade para que o Parlamento faça um ponto da situação e apelo ao bom senso do Governo no sentido da pacificação das escolas”, justificou, hoje, Paulo Rangel. Segundo o líder parlamentar do PSD, “seria importante que nas negociações do Estatuto da Carreira Docente o Governo se aproximasse das posições dos professores” e aceitasse “o fim das quotas” para promoção na carreira e “o fim da distinção entre professor titular e professor não titular”. Fonte: Lusa, 20/5/09
Comentário
Faz bem Paulo Rangel em pedir bom senso ao Governo. Mas isso é pedir o impossível. A guerra do PS contra os professores só tem fim à vista com a justa derrota do PS nas três eleições que se avizinham. Todos os partidos da oposição se têm portado bem nesta questão. Ana Drago (BE) tem sido incansável no ataque à ministra da educação. Diogo Feio (CDS) fez propostas sensatas sobre a revisão do ECD. Os deputados do PCP votaram sempre a favor das propostas de suspensão da ADD. Por diversas vezes, todos os partidos da oposição manifestaram apoio explícito aos professores nas questões das quotas e da divisão da carreira. A nossa vitória está ao alcance de um voto. No dia 30 de Maio, vamos dar mais um empurrão para a derrota do PS. Não fiques em casa. Não arranjes desculpas para não estares presente. E no dia das eleições, vota no partido da oposição da tua preferência. Não te abstenhas. Entre a postura de Paulo Rangel e a atitude de Vital Moreira vai a diferença toda: enquanto o primeiro apoia a luta dos professores e quer acabar com as quotas e com a divisão da carreira, o segundo apoia sem pudor nem reservas o Governo e a ministra da educação. Vamos castigar o segundo. O Compromisso Educação está a andar. Os movimentos independentes de professores têm feito um trabalho notável na construção do Compromisso Educação com os partidos da oposição. Esta iniciativa é, sem dúvida, de extrema utilidade para os professores. Se o PS perder as eleições, as duas maiores reivindicações dos docentes serão satisfeitas: fim das quotas e fim da divisão da carreira em duas categorias. De todas as formas de luta, a construção do Compromisso Educação é a que melhores frutos pode trazer a curto prazo.

Publicado por Ramiro Marques

terça-feira, 19 de maio de 2009

A Caixa de Pandora e os males da educação. Um espectáculo de rua sobre a luta dos professores pela liberdade e a democracia nas escolas


Era uma vez um diabo que conseguia controlar os anjos que o guardavam. E assim amarrou a LEI, calou a JUSTIÇA, escravizou a LIBERDADE e sequestrou a DEMOCRACIA. Após este feito e este facto, o diabo abriu de par em par a “Caixa de Pandora” e libertou todos os males da educação: o novo E.C.D., o modelo de avaliação, o modelo de gestão, a carga de trabalho escravizante dos docentes, o Estatuto do Aluno permissivo, a escola a tempo inteiro, a mentira, a manipulação, o esmagamento, o marketing, etc, etc...

O diabo conduziu a Escola Pública ao abismo e ainda por cima deu-lhe como presente o caos. Eis o reino do diabo! Este terrível satanás só poderia e só pode ser vencido se todos os cidadãos ajudassem e ajudarem a libertar a LEI, a JUSTIÇA, a LIBERDADE e a DEMOCRACIA para que estes anjos recoloquem o diabo no seu lugar e assim termine este reino infernal.

E esta é a história contada por este espectáculo de rua!



Qualquer semelhança desta história com a realidade não é nenhuma coincidência!

É mesmo real!

segunda-feira, 18 de maio de 2009

A LUTA TEM DE SER COM TODAS AS ARMAS

Caro colega,

Em anexo segue uma carta aberta à plataforma sindical (e em especial à Fenprof) dos professores da Escola Secundária de Lousada que já foi enviada por mail.

Foi enviada, ainda, uma carta por correio normal, para a sede do sindicato, com as assinaturas que foi possível recolher nos últimos dias na nossa escola.

O nosso objectivo é tão só fazer chegar aos Sindicatos o nosso descontentamento e desilusão pelo rumo seguido pela plataforma sindical de abrandar as formas de luta nesta altura.

Envio o anexo com a referida carta, dando-vos liberdade para que a divulguem, caso considerem pertinente.

[Identificação]
(em nome da maioria dos professores da Escola Secundária de Lousada)



Professores da Escola Secundária de Lousada contestam formas de luta propostas pela Plataforma Sindical


Os professores da Escola Secundária de Lousada vêm, por este meio, apresentar a sua total discordância com o enfraquecimento das formas de luta previstas para o final do ano lectivo, apresentadas pela Plataforma Sindical.

Pertencemos a uma escola secundária que talvez seja caso único no país, pois dos cerca de 140 professores somente um solicitou aulas assistidas e entregou objectivos individuais. Temos agido de forma unida e coerente: fomos às duas manifestações nacionais e a adesão às duas greves foi sempre acima dos 97%.

Consideramos (e fizemos saber ao nosso delegado sindical da Fenprof) que as formas de luta têm de ser radicalizadas e NUNCA atenuadas, sobretudo nesta altura do ano lectivo e neste período político (época pré-eleitoral).

Entendemos que nova manifestação ao sábado é totalmente desadequada, dado que já fizemos duas com números de adesão assombrosos e nada foi conseguido. O mesmo ocorreria se se realizasse greve de um dia (e mais se revela totalmente descabida e anedótica a realização de paralisações por dois tempos lectivos – o que nos remete para a pergunta: se duas greves com adesões de cerca de 90% em dois dias não surtiram efeito, o que leva os sindicatos a pensarem que uma paralisação por dois tempos provocará alguma mudança? É como esperar que um doente que precisa de penicilina, se cure apenas com benuron…)

Com efeito, os professores da Escola Secundária de Lousada (e estamos em crer que a esmagadora maioria dos professores) não se revêem no abrandamento das formas de luta. Como tal, não participarão nem na pseudo-greve de dois tempos lectivos prevista para o dia 26 de Maio, nem na manifestação masoquista “para Lisboeta ver” no dia 30 de Maio.

É que, ou se luta com as armas todas, ou então, sentemo-nos a descansar que bem precisamos por esta altura…


Professores da Escola Secundária de Lousada
Lousada, 7 de Maio de 2009
Assinaturas:

Publicada por ILÍDIO TRINDADE

domingo, 17 de maio de 2009

Morin defende reforma radical no ensino



Notícia da Agência Lusa:

O filósofo e sociólogo Edgar Morin defende uma "reforma radical" do modelo de ensino nas universidades e escolas, salientando a necessidade de passar da actual 'hiperespecialização' para uma aprendizagem que "integre as várias áreas do conhecimento".

Edgar Morin, considerado um dos maiores pensadores vivos, defende que apenas com esta mudança de paradigma no ensino as pessoas serão "capazes de compreender e enfrentar os problemas fundamentais da humanidade, cada vez mais complexos e globais".

Em entrevista à Agência Lusa antes da sua vinda a Lisboa para participar num colóquio promovido sexta-feira pelo Instituto Piaget sobre os problemas estruturais dos actuais modelos de ensino, o filósofo francês considera que o modelo actual leva a "negligenciar a formação integral e não prepara os alunos para mais tarde enfrentarem o imprevisto e a mudança".

"Temos a necessidade de reformar radicalmente o actual modelo de ensino nas universidades e escolas secundárias. Porquê? Porque actualmente o conhecimento está desintegrado em fragmentos disjuntos no interior das disciplinas, que não estão interligadas entre si e entre as quais não existe diálogo", sublinha.

O filósofo, de 88 anos, critica, por exemplo, que nas escolas e universidades "não exista um ensino sobre o próprio saber", ou seja, sobre "os enganos, ilusões e erros que partem do próprio conhecimento", defendendo a necessidade de criar "cursos de conhecimento sobre o próprio conhecimento".

O autor de "Os Sete saberes para a Educação do Futuro, Educar para a Era Planetária" lamenta, igualmente, que a "condição humana está totalmente ausente" do ensino: "Perguntas como 'o que significa ser humano?' não são ensinadas", critica.

Por outro lado, Morin acredita que a "excessiva especialização" no ensino e nas profissões produz "um conhecimento incapaz de gerar uma visão global da realidade", uma ‘inteligência cega’".

"Conhecer apenas fragmentos desagregados da realidade faz de nós cegos e impede-nos de enfrentar e compreender problemas fundamentais do nosso mundo enquanto humanos e cidadãos, e isto é uma ameaça para a nossa sobrevivência", defende.

"O que proponho é fornecer [aos alunos] as ferramentas de conhecimento para serem capazes de ligar os saberes dispersos", explica.

Sobre a escolha de área que os alunos portugueses têm de fazer no 10º ano, Edgar Morin é peremptório: "Não concordo. Antes de escolherem uma especialização, todos deveriam ter, durante um ou dois anos, cadeiras comuns de cultura geral", em que "devem ser abordados problemas fundamentais do conhecimento, da racionalidade, simplicidade, complexidade e os problemas fundamentais da civilização actual", precisa.

"Só depois de aprenderem a desenvolver as capacidades mentais para atacar os problemas gerais é que deveriam poder escolher o que querem seguir".

Isto porque, garante Morin, "está demonstrado que a capacidade de tratar bem os problemas gerais favorece a resolução de problemas específicos", lembrando que a maioria dos grandes cientistas do século XX, como Einstein ou Eisenberg, "além de especialistas, tinham uma grande cultura filosófica e literária".

"Um bom cientista é alguém que procura ideias de outros campos do conhecimento para fecundar a sua disciplina", afirma, sublinhando que "todos os grandes descobrimentos se fazem nas fronteiras das disciplinas".

Garante também que "apesar de em muitas universidades norte-americanas existir maior flexibilidade no que toca ao modelo ensino", nos Estados Unidos existe o "mesmo problema que na Europa".
Publicada por Movimento Escola Pública

sexta-feira, 15 de maio de 2009

ME suspende passagem de nomeações definitivas a contratos de trabalho por tempo indeterminado

Numa informação enviada pela Direcção Regional de Educação do Centro para os órgãos de gestão das escolas/agrupamentos é dada a orientação de que devem ser corrigidos todos os procedimentos que tenham transformado nomeações definitivas em contratos de trabalho por tempo indeterminado, os quais foram publicitados em listas publicadas e afixadas nas salas de professores. O SPRC/FENPROF sempre considerou este procedimento de ilegal e declarou guerra jurídica e judicial a estes actos precipitados e ilegais de muitos conselhos executivos, induzidos em erro perante a inexistência de esclarecimentos claros da administração educativa. Nesse sentido, o gabinete jurídico do SPRC elaborou uma minuta de requerimento de correcção da ilegalidade, profusamente divulgada, a qual foi interposta por muitos docentes da região. Este procedimento de algumas escolas incorria em ilegalidade por dois motivos principais:
(1) o facto de existir um diploma regulamentador da função docente que prevalece sobre a norma geral contida no novo Regime de Contrato de Trabalho em Funções Públicas — o Estatuto da Carreira Docente;
(2) o facto de esta matéria estar sob suspeita de ser inconstitucional, tendo merecido, por iniciativa do grupo parlamentar PCP, a que se juntaram PEV, BE, e deputados do grupo parlamentar do PSD, bem como de uma deputada sem grupo parlamentar, um pedido de verificação dessa mesma constitucionalidade.

Publicada por ProfAvaliação

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Regresso à carreira única com todos os professores a poderem chegar ao topo da carreira

Só depois da leitura do texto da proposta é que é possível fazer uma leitura rigorosa da bondade do projecto de resolução que o CDS vai aprovar hoje durante as jornadas parlamentares. Diogo Feio, líder parlamentar do CDS, anunciou que o projecto dos populares visa o regresso à carreira única e à possíbilidade de todos os docentes poderem aceder aos mais elevados escalões mediante a frequência de formação adequada. O texto vai estar disponível no website do CDS durante 20 dias, após o que dará entrada na Assembleia da República. Diogo Feio acrescentou que, com o projecto do CDS, todos os professores se podem candidatar ao exercício de funções de gestão e supervisão pedagógica, gestão administrativa e orientação educativa. Logo que o texto esteja disponível na Internet, abrirei aqui um espaço de discussão. Para já, parece-me uma proposta positiva. Fazem bem os sindicatos e os movimentos de professores em envolverem os partidos políticos da oposição na defesa de um Compromisso Educação onde constem o fim da divisão da carreira em duas categorias e um novo modelo de avaliação de desempenho. O PS, outrora o partido dos professores, está cada vez mais isolado do maior grupo profissional do país. Depois de quatro anos de afronta, apoucamento e humilhação, a imagem de partido inimigo dos professores está colada ao PS. E tão cedo, o PS não conseguirá libertar-se dessa imagem.

CDS apresenta hoje proposta de carreira docente única

Publicada por Ramiro Marques