quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

domingo, 19 de dezembro de 2010

Neste Natal...



Neste Natal…
O Sol no centro da galáxia vai brilhar
A Luz, o calor vai-nos fazer chegar
O Som dos sinos vai anunciar… que é Natal

Uma reacção de Amor vai acontecer
Exo ou endotérmica estará a brotar
Com uma vareta vamos tudo mexer
E grande energia vai-se libertar

Um circuito de luzes está a decorar
Uma escola reflectida num filtro de mil cores
Onde os alunos vão felizes, estudar e partilhar
Nos laboratórios como se fossem doutores

Numa bureta está a poção especial?
Ou será que está dentro de um balão?
Gota a gota flui a amizade do Natal
E a construção de um grande coração

Do micro ao macro, somos todos importantes
Nesta longa calha o atrito é fundamental
Faz-se muito perto os que estão distantes
Para que seja sempre Natal!

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Ainda o efeito do Pisa 2009.

Não Devemos Procurar As Causas Da Melhoria, Mas Sim a Dimensão Do Embuste

Os maravilhosos resultados escolares obtidos pelos alunos portugeuses no PISA 2009 têm ocupado uma boa parte da agenda mediática.
Já aqui levantei a hipótese de ter havido manipulação. O Guinote também anda à caça.

Este poste e esta notícia chegam-me como confirmação de que o embuste a a manipulação não se fizeram, apenas, ao nível da escolha das escolas e das turmas, como já se começava a aventar.

O embuste foi feito pelos boys do costume e, como provam os emails referidos pelo Paulo, a preocupação para fabricar resultados positivos foi tal que o embuste se operou a nível micro: pura e simplesmente, foram ESCOLHIDOS os ALUNOS que fizeram as provas para o PISA 2009.

Publicado por Reitor do blogue Educação S.A.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Pisa, por Anterozóide

Como Sócrates enganou a OCDE...

Como José Sócrates enganou a OCDE, ou: afinal este Sócrates também é grego

Ver um burlão burlado não é coisa que cause piedade ou terror. A OCDE pode fazer as avaliações que quiser pelos critérios que entender; o que não pode é fazer passar por técnicos critérios que são políticos - por mais rotineira que esta burla se tenha tornado em todos os debates, a começar pelo económico. escrevi sobre isto na mensagem anterior: é tempo de passar adiante.

José Sócrates usou de vários truques para falsear os resultados do do relatório PISA. Sobre alguns deles, já não preciso de escrever: Octávio V. Gonçalves desmontou-os no seu blogue melhor do que eu o faria. Mas quero fazer referência a mais um: varrer o lixo para debaixo do tapete. Conseguiu isto criando um ghetto - os CEF - onde escondeu os piores alunos, de modo a que no ensino geral os "piores" de 2009 correspondessem aos médios de 2006. Brilhante, não é?

Só não sei se a OCDE se deixou enganar voluntária ou involuntariamente. Nem isto interessa muito: como comecei por escrever, o espectáculo do burlão burlado não impressiona ninguém.

Publicado por José Luiz Sarmento

sábado, 11 de dezembro de 2010

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

domingo, 5 de dezembro de 2010

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Mariano Gago futuro ministro da educação?

No Diário Económico a 29/11/2010:
"(...)O regresso a um ministério único que tutelasse a Educação e o Ensino Superior tem sido defendido por vários ex-ministros da pasta e por deputados. Ao que o Diário Económico apurou, a fusão das duas pastas estará em cima da mesa num cenáriode remodelação do Governo.

E estando desde há algum tempo fragilizada a imagem de Isabel Alçada na Educação, é provável que Sócrates escolha Mariano Gago para acumular Educação e Ensino Superior se este cenário avançar. Isabel Alçada foi escolhida por Sócrates no seu segundo Governo - minoritário - para substituir a polémica Maria de Lurdes Rodrigues, cujas políticas que levou a cabo - nomeadamente o modelo de avaliação de desempenho dos professores - abriu guerra com os sindicatos e levou mais de 100 mil docentes para a rua, numa mega-manifestação. Isabel Alçada entrou para apaziguar o sector e, no início conseguiu-o, mas a polémica tem vindo a crescer nos últimos meses."


Ver Artigo Completo (Diário Económico)


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terça-feira, 23 de novembro de 2010

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

domingo, 21 de novembro de 2010

Papa Bento XVI aprovou o uso do preservativo


Fiéis concordam e enaltecem coragem de Bento XVI


Vários fiéis mostraram-se hoje satisfeitos com as declarações do Papa em relação à utilização do preservativo em «certos casos», enaltecendo a coragem de Bento VXI.

O Papa admitiu, numa entrevista que sairá em livro na quarta-feira, a utilização do preservativo «em certos casos», referindo-se concretamente à redução dos riscos de contaminação do vírus da sida.

Poucos minutos antes de participar em mais uma missa dominical na igreja de São José, em Olivais, Maria José disse à agência Lusa que «o Papa foi muito forte e fez bem em ter tomado esta posição».

Diário Digital / Lusa

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Sócrates, o homem que transformou a mentira em inverdade.

O homem errado no momento que podia ter sido certo*
Esse homem foi José Sócrates em 2005. A maioria absoluta conseguida pelo PS nas legislativas de 2005 podia ter sido o momento de viragem de Portugal. O PS tem (ou tinha, antes deste desastre moral em que se atolou) condições únicas para reformar Portugal.
Com uma direita que vive mais ou menos sob o estigma de não ser de esquerda e a ter de provar todos os dias que, apesar desse defeito genético, tem propostas que não representam um atentado aos trabalhadores, reformados, artistas, activistas, à sociedade em geral e à cultura em particular, o PS ocupa o centro – o tal que dá as vitórias eleitorais em Portugal. E ocupa-o com desenvoltura. Porque é de esquerda, o PS relaciona-se sem complexos com o capital e, porque é de esquerda, impõe aos sindicatos medidas que o PSD nem ousa equacionar.
No fim, os patrões agradecem, porque, assim, ao menos sabe-se quem manda e os sindicatos e demais activistas, quando muito, lastimam que o PS não seja suficientemente de esquerda. Tristeza essa que rapidamente se desvanece com um acordo em matéria de causas fracturantes, daquelas que não resolvem problema algum mas têm o inegável mérito de ressuscitar o fantasma da direita ultra-montana.
Dotado de uma maioria absoluta e ocupando esse tal centro, o PS teve condições em 2005 para fazer a diferença. A isto junta-se a enorme disponibilidade então existente no país para fazer sacrifícios e aceitar mudanças, pois, após o psicodrama representado por Sampaio-Santana, parecia não só imprescindível mas sobretudo higiénico mudar de vida.
O que falhou, então? José Sócrates. Ao contrário de outros chefes de Governo, não teve ministros a criarem-lhe problemas. O PSD esteve em crise a maior parte do tempo ou, melhor dizendo, esteve no seu estado natural que é o de combater, acima de tudo, o líder do momento. O Presidente da República manifestou um entendimento muito restrito dos seus poderes. E os socialistas apoiaram Sócrates indefectivelmente, mesmo em circunstâncias pessoais e decisões políticas que, antes desta sua alienação ao líder, teriam rejeitado em absoluto. José Sócrates governou como quis. O resultado está à vista, não tanto no desastre dos números da economia mas sobretudo nessa tralha de fim de feira de vaidades que lançou pelo país: é a anedótica cobrança das Scut, os Magalhães que não servem para nada, a fraude das Novas Oportunidades…
Mas o maior problema de José Sócrates não foi ter governado mal tendo condições únicas para governar bem. E nem sequer é a catadupa de casos em que o seu nome é referido aquilo que mais o distingue negativamente dos anteriores chefes de executivo portugueses. O mais grave do balanço da sua actividade enquanto primeiro-ministro é que a sua defesa foi sempre feita à custa da credibilidade dos outros e da credibilidade das instituições.José Sócrates salvou melhor ou pior a sua face nos casos da licenciatura, das casinhas do Fundão, do Freeport e do Face Oculta, mas nós ficámos cheios de dúvidas e de suspeitas sobre os procedimentos adoptados nas universidades, nas autarquias, no Ministério do Ambiente, no Instituto de Conservação da Natureza, na Procuradoria-Geral da República, na Polícia Judiciária e no Supremo Tribunal. No fim, acabámos a duvidar de tudo e de todos. E, neste momento em que o Governo agoniza, com o TGV a avançar nos dias ímpares pela voz do ministro das Obras Públicas e a parar nos dias pares pela voz do ministro Teixeira dos Santos, assistimos mais uma vez ao exercício de resgate de José Sócrates. Desta vez à custa da credibilidade da classe política, da esquerda à direita, no seu todo. De repente, fazer oposição passou a ser sinónimo de atitude antipatriótica. Manifestar divergências é estar a contribuir para a crispação. E sobretudo as responsabilidades de cada um não existem, antes se insinua uma culpa generalizada. Com as culpas assim devidamente distribuídas, as de José Sócrates são diminuídas e naturalmente a sua vida política ganha um novo balão de oxigénio. E, para nossa maior desgraça, fica implícito que, se vivêssemos sem oposições, certamente que estaríamos melhor governados. Creio que jamais em Portugal se fez tanto para salvar a imagem de um político!
Um líder é certamente muito importante para um partido, mas quando um partido com a representatividade e a transversalidade do PS fica refém de alguém como José Sócrates, não é apenas esse partido que fica com um problema. É o país. Por isso, neste final de 2010, o nosso maior problema não é o económico, é o moral. Sócrates, o homem que transformou a mentira em inverdade, conduziu-nos a esse pântano que a todos parece querer sugar para que assim fiquemos todos irmãos.
Os países pequenos sobrevivem a muita coisa, caso contrário nem existiam sequer. O caso português ilustra que conseguem superar a geografia e os azares da História. Mas nunca poderão dar-se ao luxo de não saberem dizer não a tempo e de confundirem a verdade com a mentira. Nós demo-nos a esse luxo e agora não sabemos como pagar esse deficit de valores que é certamente muito superior ao da dívida.
*PÚBLICO

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Lindos Gatinhos

Parecer do Dr. Garcia Pereira sobre a redução dos salários

1ª Uma norma constante do Orçamento de Estado que determine o abaixamento unilateral e generalizado das remunerações dos trabalhadores da Administração Pública e a manutenção desse abaixamento por um período plurianual, porque destituída de relação directa e imediata com matéria financeira e orçamental (como é o caso ainda mais nítido das retribuições dos trabalhadores das empresas públicas sob forma societária) e porque ultrapassadora dos limites do ano económico, padece de inconstitucionalidade material, por violação dos artºs 105º, nºs 1 e 3 e 106º, nº 1 da Constituição.

2ª Dada a natureza eminentemente laboral duma norma relativa a remunerações da generalidade dos trabalhadores, o desrespeito pelo direito, consagrado no artº 56º, nº 2, da mesma Constituição, das Comissões de Trabalhadores e associações sindicais participarem na elaboração de legislação do trabalho, consistente na não observância, no respectivo processo legislativo, dos procedimentos impostos por essa mesma norma, e regulados ou pela Lei nº 23/98, de 26/5 ou pelo artº 470º e seguintes do Código do Trabalho, implicará sempre a inelutável inconstitucionalidade formal da mesma norma, por ofensa ao referenciado artº 56, nº 2 do C.R.P..

3ª Uma tal norma consubstancia também uma verdadeira restrição ou suspensão dum direito constitucional (o direito ao salário, consagrado no artº 59º, nº 1 al. a) do CRP) fora dum caso de estado de sítio ou de emergência declarados na forma prevista na Constituição, o que lhe é frontalmente proibido pelos artºs 18º, nº 2 e 19º, nº 1 da Lei Fundamental, sendo por consequência materialmente inconstitucional por violação de tais preceitos.

4ª Por outro lado, a mesma referida norma, afectando situações jurídicas anteriormente constituídas e comprometendo as legitimas expectativas à integralidade e não redutibilidade remuneratória com base nas quais os trabalhadores visados oportunamente fizeram as suas opções e contraíram as suas obrigações, violenta de forma grave, desproporcionada e, logo, intolerável o principio da confiança ínsito na ideia de Estado de direito consagrada no artº 2º da CRP, estando consequentemente tal normativo ferido de nova inconstitucionalidade material por desrespeito relativamente a tal preceito e principio constitucional.

5ª Ainda a mesma norma, porque também consubstanciadora da ablação de um direito subjectivo de carácter patrimonial juridicamente protegido, ablação essa determinada sem qualquer indemnização e por uma decisão puramente politica, consubstancia não apenas um verdadeiro confisco não permitido pela Constituição, maxime no seu artº 62º,

6ª Como igualmente a completa desconsideração dos deveres e obrigações pré-constituidos, vg de natureza contratual, que, por força do artº 105º, nº 2 do CRP, as normas do Orçamento têm imperativamente de ter em conta,

7ª Padecendo, por conseguinte, a referenciada norma de nova e dupla inconstitucionalidade material, decorrente da violação dos supra-referenciados preceitos e princípios dos artºs 62º e 105º, nº 2 da lei Fundamental.

8ª Finalmente, uma norma que determine a redução unilateral das remunerações apenas dos trabalhadores da Administração Pública, mantendo-se a intangibilidade das retribuições do regime laboral privado, sem que exista qualquer fundamento juridicamente válido para impor aos primeiros menores direitos e garantias do que os segundos, consubstancia uma diferenciação de tratamento sem fundamento material razoável, ou seja, uma discriminação, estando inquinada de outra inconstitucionalidade material ainda, agora por violação do artº 13º do CRP.

9ª Tudo o que antecede devidamente considerado e ponderado, somos de parecer que forçoso é concluir que os trabalhadores da Administração Pública, à luz da legislação (designadamente constitucional) em vigor, não podem ver reduzidas por acto unilateral da mesma Administração ou mesmo por acto legislativo, como por exemplo a Lei do Orçamento do Estado (que seria assim multiplamente inconstitucional) as suas remunerações.



Lisboa, 2 de Novembro de 2011

(António Garcia Pereira)

A REDUÇÃO DOS VENCIMENTOS

Juiz Desembargador Manuel Madeira Pinto

Foi anunciada pelo Governo a redução dos vencimentos e salários da “função pública” até 10% e o aumento em 1% dos descontos dos funcionários públicos para a C.G.A. Segundo a análise dos economistas, a primeira medida assegura uma diminuição imediata das despesas públicas em 800 milhões de euros e, a segunda, implicará um aumento estimado das receitas públicas em 140 milhões de euros. Políticos, economistas e opinadores vários, têm sublinhado a inevitabilidade de tais medidas draconianas face à crise económico-financeira e que justificam por estar em causa o superior interesse nacional.

Ninguém de bom senso põe em causa a necessidade de diminuir a despesa e de aumentar a receita pública em Portugal. Porém, isso não pode ser realizado contra a lei, incluindo a própria Constituição da República vigente. Num Estado de Direito Constitucional, como creio ser (ainda) o nosso, qualquer medida legislativa ordinária tem respeitar a Lei fundamental e qualquer acto administrativo tem de respeitar a legislação.

Perante a emergência da situação, poucos terão sido aqueles que analisaram previamente a legalidade da redução dos vencimentos da Função Pública. Aliás, como se compreende o retrocesso governamental verificado no anúncio da proibição de acumulação de reformas e de pensões, também claramente ilegal e se mantém a redução de quem aufere apenas o vencimento?

A este respeito pode ser elencado um conjunto de impedimentos constitucionais à anunciada redução dos vencimentos, na medida em que tal medida é susceptível de violar:

a) o princípio da irredutibilidade/intangibilidade dos vencimentos: Uma entidade empregadora – pública ou privada – não pode reduzir unilateralmente e de forma indiscriminada o salário de qualquer trabalhador, agente ou funcionário. Numa hipótese extrema, tal poderia conduzir o trabalhador a desistir do seu emprego por diminuição unilateral das condições contratuais.

b) o princípio da igualdade: A redução dos vencimentos e salários dos servidores públicos, mantendo para os trabalhadores em geral a garantia de irredutibilidade, envolverá uma violação flagrante do princípio da igualdade, tal se encontra consagrado no artigo 13º da Constituição da República Portuguesa.

c) os princípios constitucionais da proporcionalidade e segurança jurídicas e o da confiança: Qualquer trabalhador tem direito à estabilidade da sua remuneração, de modo a poder planear as suas finanças privadas e a contrair as suas obrigações financeiras, segundo as previsões dos seus rendimentos.

A pretendida redução de vencimentos e salários compromete tais legítimas expectativas jurídicas e financeiras de forma violenta e flagrante e suscita temores justificados em relação ao futuro.

Certo é que os “funcionários públicos” têm sido sempre os sacrificados em tempos de crise, para a qual não contribuíram, tempos esses sucessivamente anunciados ao correr dos anos e apenas em anos eleitorais os governantes abrem um pouco os cordões à bolsa para cativar o voto dos mais ignorantes ou distraídos.

Retirado do Blogue Paulo Guinote

sábado, 6 de novembro de 2010

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Relatório de auto-avaliação

O Despacho n.º 14420/2010, de 15 de Setembro - o "tal", relativo à calendarização, relatório de auto-avaliação e fichas de avaliação global - refere no anexo II (Regras e padrões de uniformização para a elaboração do relatório de auto-avaliação) a necessidade de elaborar um autodiagnóstico (realizado no início do procedimento de avaliação) que leve em consideração os domínios de avaliação e ou as funções ou actividades específicas não enquadráveis nos domínios, bem como a inserção na vida da escola e, se for o caso, os objectivos individuais apresentados. Este autodiagnóstico deverá depois fazer parte do relatório de auto-avaliação.

Assim, o que eu recomendo é que comecem a redigir um esboço de autodiagnóstico, para que depois não se esqueçam de alguns elementos. E se para os contratados isto é importante, para os colegas dos quadros isto será ainda mais relevante, pois estamos a falar de ciclos avaliativos de dois anos. E se eu já tenho dificuldades em me lembrar do que fiz há um ano atrás, quando estamos a falar de dois anos ainda será pior...

Não se esqueçam também que o relatório de auto‑avaliação terá de ser redigido de forma clara, sucinta e objectiva, não podendo exceder seis páginas A4. Seis páginas A4... Mesmo utilizando um tamalho de letra bem pequeno e reduzindo as margens ao máximo, teremos de acrescentar outros elementos obrigatórios (exemplos: descrição da actividade profissional desenvolvida no período em avaliação e análise pessoal e balanço sobre a actividade lectiva e não lectiva desenvolvida). Assim, teremos de ser tão sucintos quanto as 6 páginas nos irão permitir. Assim, tenham calma com o autodiagnóstico...

O Orçamento do nosso descontentamento

O Orçamento para 2011 será aprovado, amanhã, na generalidade no Parlamento. Passado o aperto, voltaremos a caminhar lentamente para o abismo. Desta vez com mais impostos a asfixiar as famílias e as empresas. A depressão é quase inevitável. No plano político, ou muito me engano, ou o desvario socrático, suspenso por alguns meses, vai continuar. Ultrapassada a aflição, regressarão a mentira, a propaganda e o optimismo bacoco. Tal como a lógica despesista de quem vê o Estado como coisa própria. As inaugurações serão em breve retomadas, tal como os magalhães para as criancinhas. A bancarrota Sócrates segue dentro de momentos.

Publicado por "o cachimbo de magritte"

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Recandidatura de Cavaco Silva...

Ontem toda a gente ficou a saber o que toda a gente já sabia: que Cavaco Silva se recandidata ao cargo de Presidente da República. Se, enquanto associação e movimento de professores, não nos compete tomar posição na refrega eleitoral que aí vem, podemos, no entanto, fazer uma leitura e um balanço do que foi o mandato de Cavaco Silva face à recente luta dos professores e às políticas de ensino adoptadas nestes últimos cinco anos.

E aí há que dizer que o saldo da actuação deste Presidente da República é francamente negativo.

De facto, perante o assalto sem precedentes à qualidade da Escola Pública, com a multiplicação do fabrico de falso “sucesso escolar” , quer através da degradação dos níveis de exigência nos exames nacionais, quer através dessa enorme e dispendiosa fraude chamada «Novas Oportunidades», Cavaco Silva optou sempre pelo silêncio cúmplice ou pelo refúgio em palavras vagas e lugares-comuns inócuos.

Perante o ataque assanhado às condições laborais e à dignidade profissional da classe docente, perante um discurso governativo apostado em fragilizar e rebaixar publicamente a imagem dos professores, perante a introdução de divisões espúrias e de um mal-estar generalizado no seio das escolas, Cavaco Silva manteve o mesmo silêncio e a mesma indiferença.

É, de resto, certo e sabido que Maria de Lurdes Rodrigues, a pior e a mais ofensiva ministra da Educação das últimas décadas, contou sempre com a aprovação e o apoio tácito do actual Presidente da República. Nem o silêncio deste último quis dizer outra coisa.

Não esperávamos, naturalmente, que Cavaco Silva tomasse um partido claro no conflito que opôs (e opõe) os professores ao Ministério da Educação. Mas, da nossa parte, era legítimo desejar que a «magistratura de influência» que ele tanto gosta de referir se manifestasse, ao menos, através de uma palavra de apreço pelo trabalho e pela relevância dos professores na sociedade portuguesa.

Essa palavra, se proferida no momento certo, teria sido um sinal da maior importância para os professores deste país, agredidos que estavam pela sistemática arrogância e pelo mais entranhado desprezo com que Sócrates e a equipa de Lurdes Rodrigues entenderam brindá-los.

E essa palavra, que Cavaco Silva nunca teve a hombridade de pronunciar, teria constituído também uma chamada de atenção para o Governo de que este teria de refrear o seu frenesim de rebaixamento dos professores.

Essa palavra, porém, nunca existiu, e nem sequer tardiamente chegou a ser articulada.

No dia 24 de Janeiro de 2009, os vários movimentos independentes de professores, entre os quais a APEDE, promoveram uma concentração em frente do Palácio de Belém, justamente para que os professores fizessem ouvir a sua indignação junto do Presidente da República. Apesar de, no final dessa iniciativa, terem sido recebidos por uma sua assessora, tudo indica que o protesto embateu, uma vez mais, na indiferença ”coerentemente” demonstrada por Cavaco Silva.

Por tudo isto, temos de ser claros: não nos regozijamos com o anúncio que agora foi feito (sem surpresa para ninguém) da sua recandidatura. Confrontado com a luta dos professores, Cavaco Silva soube apenas dar provas de uma monumental vacuidade.

Só não é uma carta fora do baralho, porque nem sequer chegou a lá estar.

Retirado do Blog APEDE

sábado, 16 de outubro de 2010

Bibliotecários vão ser obrigados a dar aulas.

Medida, inscrita no Orçamento do Estado para 2011, visa reduzir as despesas do Ministério da Educação.
Para reduzir a despesa do Ministério da Edução, em 2011, o Governo reduziu o número de docentes para o ano lectivo corrente. Além disso, segundo a proposta de Orçamento do Estado, os bibliotecários terão de dar aulas.

No documento publicado hoje, pode ler-se que no âmbito da redução das despesas de funcionamento do Ministério da Edução, passará a haver a “obrigatoriedade dos bibliotecários leccionarem uma turma”.

Esta é apenas uma das várias medidas apresentadas, além da de “redução de docentes no ano lectivo de 2010/2011”. No total, com estas alterações, o Governo prevê uma poupança equivalente a 0,2% do PIB.
In Jornal de Negócios

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

SOCRATÍADAS

Aos grandes e aos varões sacrificados
Que nesta ocidental praia lusitana
Em tempos quase sempre conturbados
Ajudaram a que passasse a caravana
Contra traidores, gatunos e drogados,
Livrem-nos, por favor, deste sacana.
É o que ardentemente hoje vos peço
E, se o conseguirem, muito agradeço

Nos tempos em que Guterres governava
Vivia-se até melhor que hoje em dia.
E o Sócrates Pinto de Sousa militava
lá nas fileiras da Social-Democracia.
Desse Zé Ninguém não se espr’ava
O vil trafulha em que ele se transformaria.
E venho eu, Camões, da língua o Pai
Explicar-vos com “isto” por cá vai…

Estavas , jovem Zé, muito contente,
Com o teu Diploma já adquirido
Nessa tal Universidade Independente,
Com fraudes e artimanhas conseguido,
Assinando projectitos de outra gente
Pois que, para nada mais foste intruído.
Mas sendo um refinado vigarista,
Logo te inscreves no Partido Socialista.

Com muita lábia, peneiras, arrogância,
Depressa ousou chegar a Deputado,
E mesmo apesar de tanta ignorância
P’ra Secretário de Estado foi chamado.
E nas burlas, trafulhices e jactância,
Em que esteve nesses tempos embrulhado,
Terá sido nesse ambiente assaz sinistro
Que obteve competências p’ra Ministro.

E TU, sábio Cavaco, agora me ensina
Como posso tirar este gajo do poleiro
Pois não passa de uma ave de rapina
Mas já é segunda vez nosso Primeiro.
Mandai-o p’ra bem longe, África ou China
Já que o não podes mandar p’ró Limoeiro.
É que eu estive lá, e aquilo que acho
É que ele só sairá com um Grande Tacho!

Que seja pelos pecados deste Povo,
Teimoso no seu votar sempre às cegas,
P’ra depois implorar p’ra ter de novo
Alguém que seja outro João das Regras
Que o leve sem receios a votar
Num émulo do Oliveira Salazar!

Luis Vesgo de Camões

Retirado do blog Paulo Guinote

E o povo paga - Anterozóide


quinta-feira, 7 de outubro de 2010

terça-feira, 5 de outubro de 2010

domingo, 3 de outubro de 2010

Um dia a república vem abaixo


por EURICO DE BARROS


Esta semana, deu aos incansáveis comemoradores oficiais dos 100 anos da República para irem hastear uma enorme bandeira portuguesa no arco da Rua Augusta. A funçanata teve a presença de vetustos adornos republicano-socialistas como Mário Soares, de alguns governantes de segundo plano e figuras camarárias, e da fanfarra da GNR, e ainda direito a cobertura dos telejornais.


No dia seguinte, os cabos que seguravam a bandeira deram de si e ela caiu (a televisão não estava lá, claro). A bandeira foi hasteada de novo, mas algumas horas depois já tinha uma das pontas a esvoaçar. No Facebook, nos murais das pessoas que seguem de perto os assuntos relativos a Lisboa, o ridículo da bandeira do arco da Rua Augusta era abundantemente comentado e até já se faziam apostas sobre quanto tempo demoraria até o pano verde-rubro voltar a cair.


Este episódio da bandeira que é pomposamente hasteada com a presença de individualidades sortidas, charanga e comunicação social, e depois é deixada a sofrer tratos de polé porque o trabalho ficou mal feito, é bem demonstrativo do caricato destas dispendiosas e mal-amanhadas comemorações, que não despertam um farrapo de entusiasmo na esmagadora maioria da população, passando no meio da indiferença quase geral.


A III República esperneia no meio de uma crise como Portugal só viu no tempo da I República, e este episódio da bandeira do arco da Rua Augusta é também simbólico do estado a que chegou o regime, e como que premonitório do futuro nacional. Por este andar, os republicanos nem os 110 anos do 5 de Outubro comemorarão.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

terça-feira, 28 de setembro de 2010

APEDE reage!

Miguel Sousa Tavares mentiu! Há jornalistas na SIC? E direcção de informação?

Publicado em Manobras,Mau jornalismo,Mentiras por APEDE em 28/09/2010

Miguel Sousa Tavares mentiu! E há que dizê-lo sem tibiezas. Mentiu uma e outra vez, descarada e vergonhosamente! Mentiras dolosas, assassinas, que insultam os professores e intoxicam a opinião pública.

Não é verdade que todos os professores sejam classificados (a única verdade do que disse, pois realmente somos- mal- classificados quando devíamos ser- bem- avaliados) com Muito Bom ou Excelente (para MST o Excelente é “óptimo”, o que mostra bem como domina o assunto).

Não é verdade que os professores tenham passado “a ganhar todos mais, automaticamente” (e tal nunca foi verdade, apesar das repetidas mentiras de José Sócrates a propósito das famosas “progressões automáticas”) e também não é verdade que a actual ministra tenha “desmanchado aquilo tudo” (a verdade é que, infelizmente, e em prejuízo da Escola Pública e de um Ensino de Qualidade, não “desmanchou” quase nada). Mas temos de admitir que não deixa de ser curiosa a utilização da expressão ”desmanchar” quando se invoca a obra de Maria Lurdes Rodrigues à frente do Ministério da Educação.

Rodrigo Guedes de Carvalho, lamentavelmente, mostrou a pior face do jornalismo que temos, neste país doente: não se mostrou preparado nem informado, não exerceu o contraditório. Se se considera um jornalista sério, como pode ter assistido, impávido e sereno, à expressão de tais dislates?

A APEDE deixa, a bem da verdade e da correcta informação da opinião pública, um apelo cívico e um repto à SIC: que reponha a verdade, que dê direito de resposta, que promova o contraditório. Qualquer professor desmentirá e desmontará, facilmente, cara a cara, olhos nos olhos, as falácias e as mentiras de Miguel Sousa Tavares.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Concurso extraordinário para contratados...

No Público a 14/09/2010: "Vai ser aberto um concurso extraordinário para integrar os contratados nos quadros?

Ainda está de pé. Nas negociações sindicais abrimos essa hipótese, mas temos que analisar e ver se vai ser possível. Ainda não está fechado [com o Ministério das Finanças] e não há um compromisso [governamental]. Vamos ver se será realizado.

Não são necessários mais quadros nas escolas?

Anualmente há colocação de professores em horários completos e outros em incompletos. É nesse movimento de necessidades permanentes do sistema que encaramos a abertura do concurso.

Por que são professores necessários ao sistema?

Tem que ser feita essa avaliação. Se se vê que, ano após ano, há colocação de professores, é porque são necessários, tal como os que têm horários incompletos. Temos que ver as necessidades do sistema.

E essas é que podem determinar a abertura de concurso?

Exactamente."

Ver Artigo Completo (Público)

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

O protesto das vuvuzelas hoje na 5 de Outubro


"Professores munidos de vuvuzelas protestam em frente ao Ministério"

Perto de 30 professores contratados e desempregados recorreram hoje ao final da tarde às barulhentas vuvuzelas para ‘torturar’ os ouvidos da ministra da Educação, durante um protesto contra a precariedade a que afirmam estar sujeitos todos os anos.


À porta do Ministério da Educação, na avenida 05 de outubro, em Lisboa, os docentes foram-se juntando pouco depois das 18:00, numa manifestação convocada pelo movimento 3Rs – Renovar, Refundar e Rejuvenescer.


Ordeiramente, colocaram-se no ‘recinto’ disponibilizado pela PSP e ficaram minutos consecutivos a soprar nas vuvuzelas, imortalizadas pelo último Mundial de Futebol, na África do Sul.


“Basta de desemprego, basta de precariedade”, lia-se num cartaz colocado nas grades da polícia. “Não ao roubo nas reformas e nos estrangulamentos na carreira” e “vinculação dos contratados” eram algumas frases coladas às vuvuzelas.

domingo, 12 de setembro de 2010

E Deus criou o professor...


Conta a lenda que, quando Deus libertou o conhecimento sobre como ensinar os homens, determinou que aquele "saber" ficaria restrito a um grupo muito seleccionado de sábios. Mas, neste pequeno grupo, onde todos se achavam "semi-deuses", alguém traiu as determinações divinas...

Aí aconteceu o pior!!!!!!........

Deus, zangado com a traição, resolveu fazer valer alguns mandamentos:

1º - Não terás vida pessoal, familiar ou sentimental.

2º - Não verás teu filho crescer.

3º - Não terás feriados, fins de semana ou qualquer outro tipo de folga.

4º - Terás gastrite, se tiveres sorte. Se fores como os demais, terás úlceras.

5º - A pressa será o teu único amigo e as tuas refeições principais serão os lanches, as pizzas e a comida enlatada.

6º - Os teus cabelos ficarão brancos antes do tempo, isso se te sobrarem cabelos.

7º - A tua sanidade mental será posta em cheque antes que completes 5 anos de trabalho.

8º - Dormir será considerado período de folga, logo, não dormirás.

9º - Trabalho será o teu assunto preferido, talvez o único.

10º - As pessoas serão divididas em 2 tipos: as que ensinam e as que não entendem. E verás graça nisso.

11º - A máquina de café será a tua melhor colega de trabalho, porém, a cafeína não te fará mais efeito.

12º - Happy Hours serão excelentes oportunidades de ter algum tipo de contacto com outras pessoas loucas como tu.

13º - Terás sonhos, com cronogramas, planificações, provas, fichas de alunos, provas e planos de recuperação e não raro, resolverás problemas de trabalho neste período de sono.

14º - Exibirás olheiras como troféu de guerra.

15º - E, o pior........ inexplicavelmente gostarás de tudo isso...
Publicado por Pérola da Cultura

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Encerramento de Escolas

recebido por e-mail

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

A PROPÓSITO DOS PROFESSORES...

Por Maria Nazaré Oliveira *

Os problemas continuam, pior, há novos problemas e agravaram-se os que já existiam!


Os responsáveis políticos esquecem-se que sem verdadeiro investimento na Educação e nos professores nada vingará nem tão cedo sairemos do marasmo, mediania e cauda da União Europeia. Porque esse investimento, que se pretende de qualidade, se traduzirá, por isso mesmo, na melhoria do ensino e na preparação dos nossos jovens para o assumir de responsabilidades profissionais mas, também, cívicas, lamentavelmente tão pouco visíveis num país que já tem mais de três décadas de democracia!
Nada se poderá fazer de autêntico e credível sem se valorizar a Educação e os professores, os grandes agentes da mudança. Mudança que já tarda e que já preocupa quando olhamos para outros parceiros comunitários e para os resultados do investimento que fizeram na Educação.

Vim para o ensino por opção e gosto muito do que faço. Nunca temi a sua avaliação nem a dos seus encarregados de educação! Mas, ao fim destes anos, de facto, não há grandes compensações, a não ser a satisfação e motivação desses jovens perante o trabalho que desenvolvo, o seu sucesso e o afecto que a eles sempre me liga e ligará.

Estamos num país onde todos buscam protagonismo a qualquer preço! Todos querem mandar! Todos querem ser chefes, dar ordens... todos querem opinar sobre a educação e os professores, todos se acham uns "iluminados", até mesmo os que há anos têm estado afastados do ensino e das escolas, das salas de aula, essas, sim, o verdadeiro terreno de quem trabalha ensinando. E nunca me assustou ser avaliada, como aliás sempre fui, apesar de considerar que o antigo modelo de avaliação também não me agradava, por ser, justamente, muito nivelador "por baixo", pouco ou nada exigente na averiguação do trabalho desempenhado pelos professores e, por isso mesmo, injusto e rejeitável. No entanto, há qualquer coisa que continua a falhar na avaliação dos professores, este novo modelo que o Ministério começou por impor e nas posições dos sindicatos. Neste Governo, cada vez mais preocupado com a imagem e não com a realidade. Com um discurso estéril e repetitivo, escandalosamente demagógico, irónico e falsamente optimista, animado pelo clientelismo político que cada vez mais toma conta da governação, da Assembleia da República e até dos sindicatos.

Que negociações têm sido estas? Que mudanças positivas e de propostas credíveis saíram dessas reuniões com os sindicatos e o Ministério da Educação? Alguns chegaram a cantar vitória perante as palavras sorridentes de uma nova ministra, nada convincente e muito pouco segura do que diz! Vitória? Porquê? Que reivindicações foram satisfeitas? Foram as que verdadeiramente nos preocupavam? Aquelas que são fundamentais para a nossa carreira e lhe dão a dignidade e o reconhecimento merecidos? Aquelas que o país e os nossos jovens necessitam para sair da mediocridade e do baixo nível que atingimos no seio da Europa comunitária?

Os problemas continuam, pior, há novos problemas e agravaram-se os que já existiam! Reina o desalento, a confusão derivada da ineficácia e do absurdo de certas decisões "vindas de cima", por exemplo, o estatuto do aluno, a forma como "vê" a sua assiduidade, a forma contemplativa, permissiva e até irresponsável com que a trata... não penalizando verdadeiramente quem não vai às aulas, nem os seus pais tantas vezes coniventes, banalizando e desautorizando o papel do professor, uma vez que, por exemplo, o obriga a fazer provas de recuperação sabendo de antemão que, assim, "tapa o sol com a peneira", mascara a realidade e contribui para a cada vez maior desresponsabilização dos alunos! E estes já se aperceberam do esquema. Já viram que a falta de assiduidade não é grave... que há sempre uma justificaçãozinha ou uma provazinha à sua espera! Continuam a faltar! Sem vergonha nenhuma. Tantas vezes apoiados por encarregados de educação que justificam tudo e mais alguma coisa, muitos deles prontos a criticar os professores mas aceitando tudo dos seus educandos!

As pessoas não imaginam o tempo que o professor-director de Turma perde com estas situações criadas pelos alunos que faltam frequentemente, que são indisciplinados... o tempo que perde em contactos inglórios com os encarregados de educação, quer pelo telefone quer por carta! E muitos nem sequer respondem! E o dinheiro que as escolas gastam semanalmente com coisas destas!

O que se deveria fazer? Multas! Pagar! Talvez assim percebessem que o primeiro responsável pelo seu educando é o pai e/ou a mãe e não somente a escola/os professores.

A escola e o professor apoiam sempre o aluno nos termos em que a legislação o permite e exige, não significando isto que a responsabilidade seja só da escola. Considero, pela minha experiência, que a legislação deveria ser mais exigente quanto à intervenção (ou não-intervenção!) dos pais e encarregados de educação na vida escolar dos seus filhos. Em matéria de apoios pedagógicos dados aos seus educandos, e que deveriam verdadeiramente acompanhar, mas também em relação às atitudes/comportamentos, devendo ser responsabilizados igualmente pelos mesmos.

Enquanto o "português espertalhão" continuar sossegado a pensar que haverá sempre alguém que fará o seu trabalho ou que haverá sempre uma razão para não o fazer, "saindo habilidosamente de cena", continuaremos a verificar a falência de projectos e iniciativas verdadeiramente voltados para a consciencialização do nosso país, adiando cada vez mais o seu desenvolvimento e a sua modernização. Sem a valorização da classe docente, com uma séria avaliação do seu trabalho e o reforço da sua autoridade, nenhum país será um grande país.

* Professora do Ensino Secundário

In Jornal Público (30-08-2010)

O que vai mudar no próximo ano lectivo?

Longe vão os tempos em que os professores eram bombardeados diariamente com decretos, portarias e despachos que afogavam as escolas num processo de revolução permanente. Foram os tempos de Maria de Lurdes Rodrigues, Jorge Pedreira e Valter Lemos. Tempos idos que não deixaram saudades; mas deixaram os professores exaustos e as escolas numa confusão sem precedentes.

O ano lectivo vai iniciar-se, em todo o país, entre 8 e 13 de Setembro.

O que vai mudar?

Há mais 701 escolas de pequena dimensão encerradas. O ME queria fechar apenas 500, mas os autarcas foram mais longe. Não foram capazes de resistir à criação de grandes e vistosos centros escolares. Não há nada que faça mais feliz um autarca do que ser visto a inaugurar um edifício de encher o olho.

O ano lectivo começará com mais 10 mil crianças deslocadas. Muitas terão de fazer diariamente mais de 30 quilómetros em deslocações de casa para a escola.

São também 700 as escolas que iniciam o ano lectivo com o sistema de videovigilância activo. Os directores aplaudem e dizem que será mais fácil prevenir roubos. Para os alunos, a videovigilância obrigará a um maior autocontrolo nas atitudes e comportamentos. Falta saber quanto vai custar a manutenção do sistema e quem o vai pagar. Até Dezembro, a videovigilância vai estender-se a 1000 escolas.


Apesar do recuo do ME, que tencionava integrar as escolas secundárias não agrupadas em agrupamentos verticais gigantescos, são ainda 84 os mega-agrupamentos criados. As escolas integradas nos mega-agrupamentos vão passar por mais um processo eleitoral, sujeitando os professores a mais mudanças, constituição de novos órgãos e criação de novas lideranças.

O novo Estatuto do Aluno traz alguma esperança na prevenção e combate à indisciplina e violência escolar. Acabam as provas de recuperação. Quem ultrapassar o limite de faltas injustificadas será obrigado a seguir um plano individual de trabalho fora do horário lectivo regular. Caso o aluno reitere nas faltas, pode ficar retido. Os pais serão responsabilizados por danos causados à escola. Os prazos dos processos disciplinares serão encurtados.

Mas o ano lectivo começa também com algumas ameaças no horizonte provocadas pelo défice e pela enorme crise financeira em que o país está metido. É provável que o Ministério das Finanças impeça a realização de novo concurso de professores em 2011 e que regresse o congelamento das progressões.


E há outra má notícia já para Setembro. O famigerado modelo de avaliação de desempenho vai ser posto, de novo, em prática com mudanças ligeiras que em nada alteram a substância. De agora em diante, a avaliação fica a cargo dos relatores e é de prever que todos os docentes peçam assistência a aulas. Vai ser a confusão geral e o regresso da burocracia inútil e do mau ambiente. Não queria estar na pele dos relatores!
Posted by Ramiro Marques

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

PSD considera que novo Estatuto do Aluno é uma oportunidade perdida de pôr alguma ordem no ensino.

"Nós respeitamos a decisão do senhor Presidente da República e, mais do que isso, compreendemo-la, porque as últimas alterações ao estatuto do aluno acabaram com algumas aberrações que tinha sido criadas pelo Governo do engenheiro Sócrates na anterior legislatura", afirmou Pedro Duarte à Lusa.

O Presidente da República, Cavaco Silva, promulgou o Estatuto do Aluno, que acaba com as provas de recuperação e volta a distinguir faltas justificadas e injustificadas.

A nova versão do Estatuto do Aluno foi aprovada no Parlamento em votação final global a 22 de Julho, com os votos favoráveis de PS e CDS-PP. PSD, PCP, Bloco de Esquerda e Os Verdes votaram contra.

Para os sociais democratas, o estatuto do aluno saldou-se numa "oportunidade perdida".

"Podíamos ter ido muito mais longe. Esta podia ter sido uma oportunidade de pôr alguma ordem no nosso sistema de ensino, que bem dela necessita", argumentou Pedro Duarte.

O deputado referiu as duas propostas do PSD para o "reforço da autoridade dos professores" e para a "criação de equipas multidisciplinares para apoio a alunos com necessidades específicas" que foram inviabilizadas pelo PS e CDS-PP.

O novo diploma acaba com as provas de recuperação, realizadas pelos alunos com excesso de faltas, independentemente da sua natureza, um mecanismo introduzido pelo anterior Governo com o apoio da então maioria socialista.

É recuperada a distinção entre faltas justificadas e injustificadas e são reduzidos os prazos dos procedimentos disciplinares, alterações propostas por todos os partidos, incluindo os que vão votar contra, e pelo próprio Governo, que também tinha apresentado propostas nesse sentido.

O Estatuto do Aluno determina ainda que o "incumprimento reiterado" do dever de assiduidade determina "a retenção" do aluno.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Morreu a Actriz Maria Dulce


A actriz Maria Dulce, 73 anos, morreu esta terça-feira de manhã na sua casa em Bucelas (Loures), confirmou ao ‘CM’ Celso Cleto, que estava a ensaiar com a actriz a peça ‘Sabina Freire’.


A minha sentida homenagem a esta grande actriz. Paz à sua alma!

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Novos Graus Académicos, investimento não compensa! - Retirado do Umbigo

O que interessa mesmo é fazer formações e pós-graduações em gestão e avaliação, que é considerado como formação especializada e dá fast-lane para órgãos de gestão e cargos de supervisão e avaliação.

Artigo 54.º
[...]
1 — A aquisição por docentes profissionalizados, integrados na carreira, do grau académico de mestre em domínio directamente relacionado com a área científica que leccionem ou em Ciências da Educação confere direito à redução de um ano no tempo de serviço legalmente exigido para a progressão ao escalão seguinte, desde que, em qualquer caso, na avaliação do desempenho docente lhes tenha sido sempre atribuída menção qualitativa igual ou superior a Bom.
2 — A aquisição por docentes profissionalizados, integrados na carreira, do grau académico de doutor em domínio directamente relacionado com a área científica que leccionem ou em Ciências da Educação confere direito à redução de dois anos no tempo de serviço legalmente exigido para a progressão ao escalão seguinte, desde que, em qualquer caso, na avaliação do desempenho docente lhes tenha sido sempre atribuída menção qualitativa igual ou superior a Bom

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Medina Carreira: fechar escolas para quê?

Foi no post do Ramiro Medina Carreira: fechar escolas para quê? que li este desejo de Medina Carreira, com o qual me identifico na totalidade.

Mas vale a pena pararmos para pensar. Não tenho dúvidas que José Sócrates é um primeiro-ministro incompetente e sem escrúpulos que assim seja e ainda por cima, em nome não sei de quê (partidos?), tem quem o continue a apoiar e tem ainda quem queira trabalhar (?) com ele e quem ainda vote nele… Mesmo para todos aqueles que votam PS porque acreditam no socialismo, pergunto se “isto” que Sócrates anda a fazer é o socialismo em que acreditam. Onde estão as convicções de cada um? Onde está o contributo de cada um de nós para fazer erguer Portugal? E votamos em partidos ou votamos em valores? O que está a acontecer a um partido que permite que uma pessoa como José Sócrates se torne primeiro-ministro e ainda seja reeleito? E ainda se vem falar em unidade do partido… É demais para mim!

Se é verdade que temos uma geração de políticos em que a falta de credibilidade abunda, de uma ponta do quadrante político à outra, talvez signifique então que por um lado urge começar a limpar Portugal, também a nível político e, por outro, urge tornarmo-nos cidadãos mais interventivos, mais esclarecidos, mais interessados no seu país, porque Portugal somos todos e os políticos representam-nos! Quem somos nós como povo para termos um primeiro-ministro desta natureza? Mas, acima de tudo, o que queremos ser para travar este processo?

E fica, com Medina Carreira, o meu desejo “quem dera que Portugal tivesse um primeiro-ministro a sério”! Mas, para isso, vamos ter que escolher entre partidos e valores!

Posted by Ramiro Marques

domingo, 15 de agosto de 2010

TRISTE NOTÍCIA



Hoje é um dia de grande tristeza para a Museologia. Partiu um grande Homem da Museologia, da História e da Ciência. Um Homem com uma grandeza de alma e uma humanidade sem limites.


Até sempre Prof. Dr. Alfredo Tinoco!

domingo, 8 de agosto de 2010

As baboseiras de MST sobre os professores...

Que me processe, que disparate, que ignore, tanto me faz.

Mas não gosto de ler baboseiras em página inteira, pagas a peso de ouro, sem reagir.

Grande parte da crónica desta semana de Miguel Sousa Tavares é um desfiar de inexactidões, traumas mal resolvidos, declarações acintosas e erros factuais directos.

O primeiro deles surge logo na primeira frase: a ministra da Educação não propôs o fim dos chumbos no ensino Secundário, mas sim em toda a Educação não-Superior.

Em seguida, MST vai deslizando de disparate em disparate, até voltar a acusar os professores de medíocres, porque ao afirmar que os sindicatos de professores são a maior força de defesa da mediocridade, só por artifício retórico não está a chamar directamente medíocres aos professores. Se o não assume, é apenas por cobardia. É a minha opinião. Que vale tanto como a dele. Apenas tenho menos poder económico e não tenho advogados para colocar em terreno para intimidar quem de mim discorda.

Para além disso, sem qualquer fundamentação pois os mais recentes estudos de opinião atestam o contrário, a opinião pública não defendia as posições de Maria de Lurdes Rodrigues contra os professores. Ainda há poucos meses, novo estudo demonstrava que os professores constituem uma das profissões mais apreciadas e valorizadas (a de marreta opinador-residente do regime não vinha na lista) na sociedade. Mas MST chega mesmo ao ponto de insinuar que a imprensa protegeu os professores no seu conflito com o ME e o Governo, no que é uma distorção notável do que se passou durante a maior parte do tempo.

Por fim, e para encurtar dislates, MST afirma que o acordo entre a actual ministra (e porque não entre José Sócrates?) e os sindicatos de professores «vai custar ao país, nos próximos anos, milhares de milhões de euros em promoções e regalias injustificáveis». E continua com a conversa dos privilégios e reaccionarismo. Milhares de milhões? Quantos? Até quando? 2050?

MST tem direito à sua opinião. E a ser pago por quem entende pagar-lhe. Mas seria, no mínimo, ético que se tentasse informar e não cometesse erros básicos nas suas diatribes.

Afinal não é só sobre o aparelho digestivo do coelho que ele tem evidentes lacunas.

Será da andropausa ou algo parecido, mas na minha opinião, com factos evidentes como esta crónica, MST tornou-se um efabulador algo medíocre. É a minha opinião. Também tenho direito a achar que MST escreve, a partir de uma posição de privilégio, ajoujada não sabemos em que grupo de pressão. Parece sentir-se acima do vulgo, da crítica, um excelente em terra de pategos. O único puro. O único corajoso. O último gajo com cojones para enfrentar tudo, mas que se acoita atrás de Sarah Palin, para usar o termo cojones.

Assim, alguém que tenha cojones - estou a citá-lo a ele, que cita Sarah Palin, na sua prosa colorida de alfa-male fumador e caçador – para lho dizer, sem pruridos, sem anonimatos.

Nota final: agradeço que quem queira desancar ou defender MST nos comentários, o faça assumindo nome próprio. Para que ele não se desculpe com a cobardia alheia, para continuar com o seu constante abuso nas suas crónicas semanais.

Posted by Paulo Guinote

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Férias...


Finalmente férias!
Depois de um ano muito trabalho vou descansar.
Boas férias para todos.

Até Setembro!

Safira

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Deixem crescer o trigo!...

Citando Bertold Brecht “Todos os dias os ministros dizem ao povo Como é difícil governar. Sem os ministros O trigo cresceria para baixo em vez de crescer para cima”. O problema é quando o trigo quer crescer para cima e as intempéries e as ervas daninhas não o deixam…E o trigo faz falta para o pão!!! E o pão mata a fome !!!

Ao longo dos últimos anos, têm sido variadas as “intempéries”que geraram instabilidade nas escolas, (não deixando o trigo crescer…) desde a criação dos primeiros agrupamentos, às alterações dos planos curriculares, ao estatuto disciplinar do aluno, às alterações ao estatuto da carreira docente (divisão da carreira docente, modelo de avaliação do desempenho dos docentes), só para sublinhar as que mais impacto causaram…



O problema é quando o trigo quer crescer para cima e as intempéries e as ervas daninhas não o deixam… E o trigo faz falta para o pão!!! E o pão mata a fome!!!

Ao longo dos últimos anos, têm sido variadas as “intempéries”que geraram instabilidade nas escolas, (não deixando o trigo crescer…) desde a criação dos primeiros agrupamentos, às alterações dos planos curriculares, ao estatuto disciplinar do aluno, às alterações ao estatuto da carreira docente (divisão da carreira docente, modelo de avaliação do desempenho dos docentes), só para sublinhar as que mais impacto causaram…

Para que as “sementes” possam germinar sem obstáculos e consequentemente para que as Escolas tenham condições para garantir a qualidade, são necessários tranquilidade, rigor e exigência como forma de garantir o ambiente propício à eficácia nos processos ensino-aprendizagem. As Escolas não se compadecem com alterações permanentes ao nível da sua organização e ausência total de um olhar mais atento ao sucesso real dos alunos, que passa pela reorganização curricular, novos programas, uma cuidada e exigente formação inicial de Professores, um devolver da autoridade aos mesmos de forma a garantir um ambiente propício ao trabalho dentro da sala de aula, uma co-responsabilização dos Pais/Encarregados de Educação pelo cumprimento das regras escolares por parte dos seus educandos, uma aferição com a introdução de exames nacionais no fim de cada ciclo e, no ano terminal do Secundário (12º ano) a todas as disciplinas da Formação Geral e Específica.

Desde o dia 14 de Junho de 2010, data em que foi publicada em Diário da República a Resolução 44/2010 do Conselho de Ministros, abateram-se novas “intempéries” sobre as Escolas quer no que se refere ao número mágico de alunos (21) limite para que não sejam encerradas as Escolas do 1º Ciclo, quer no que se refere à criação dos “Mega-Agrupamentos” designados nesta Resolução como “Unidades de Gestão”.

O fecho das Escolas, com toda a implicação que tem no contínuo desertificar das zonas interiores, pode justificar-se se os alunos não tiverem equipamentos adequados à sua formação/educação mas, houve muitas freguesias que apetrecharam as suas Escolas investindo em equipamentos e criando condições idênticas às das Escolas para onde se deslocam agora os alunos. Ora esta medida tem que ser tomada em conjunto com as autarquias e, o facto de ter menos de 21 alunos, não deve ser determinante para o encerramento da Escola desde que a mesma reúna condições para realizar um trabalho sério e com qualidade. É preciso ter em atenção quão traumatizante é para os alunos, ainda crianças, saírem do seu meio familiar para um ambiente estranho e aí permanecerem durante todo o dia.

Por outro lado, a constituição dos Mega-Agrupamentos feita de forma apressada e tendo exclusivamente em conta a localização geográfica, revela o carácter economicista desta medida, o que, a ser posta em prática, se traduzirá numa inequívoca deterioração da qualidade da escola pública, através da desvalorização das questões pedagógicas, dificultando a promoção das aprendizagens, instituindo a direcção à distância, o que cria condições para mais indisciplina e, em resultado disso, mais insucesso e abandono escolar, bem como da indisciplina. Assistimos, pois, a uma quantificação pedagógica em detrimento evidente da qualidade. A gestão de proximidade é fundamental para a resolução de problemas de natureza pedagógica e disciplinar, os alunos mais novos (aqueles cujas Escolas vão ser “engolidas” pelas Escolas Secundárias) necessitam de uma presença permanente do Director/ Presidente, a quem reconheçam autoridade e a quem obedeçam em caso de perturbação. O abandono escolar não se resolve com o fusão das Escolas em “Unidades de Gestão”, designação que mais se adequa a unidades empresariais, que de modo nenhum queremos confundir com espaços de aprendizagem e formação.

Num documento enviado à Senhora Ministra da Educação, um grupo de Directores do distrito de Coimbra afirma não compreender que:

“- Se tenha avançado com a mudança do modelo de gestão e administração das escolas que foi polémico, para, passado um ano, se pôr tudo em causa, invocando a necessidade de implementação dos novos agrupamentos, que estavam já previstos;

- Não sejam respeitados os projectos para 4 anos elaborados pelos órgãos de direcção e que começam agora a dar os seus frutos;

- Se avance com as fusões nesta altura do ano, em que as escolas estão preocupadas com as avaliações dos seus alunos e já têm muito trabalho feito na preparação do próximo ano lectivo com base nos seus projectos educativos;

- Se lance um novo modelo antes de se definirem as regras a que estes têm que obedecer, deixando as escolas num vazio legislativo;

-O Ministério não respeite o trabalho dos seus colaboradores e que ignore que estes trabalham intensamente para que as suas escolas e alunos tenham sucesso;

-A qualidade de ensino e as questões pedagógicas sejam preteridas a favor de medidas administrativas desenhadas nos gabinetes sem um verdadeiro conhecimento da realidade”.

Subscrevi na íntegra este documento e afirmo, com toda a convicção que o Ministério da Educação ainda está a tempo de repor a serenidade nas Escolas.

Termino como comecei, com uma citação de um poema de Brecht adequado aos tempos que vivemos: “Do rio que tudo arrasta se diz que é violento. Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem"."

Maria do Rosário Gama

Directora da Escola Secundária Infanta Dª Maria (Coimbra)

Pulicado por Paulo Guinote

domingo, 18 de julho de 2010

A escola dos planos , dos relatórios e dos regulamentos

A escola pública é cada vez mais a escola dos planos, dos relatórios e dos regulamentos. A lista que publico a seguir foi compilada por José Batista da Ascenção num comentário deixado no blogue De Rerum Natura. Quantas milhares de horas não se perdem por ano? Quantos milhares de euros se gastam, em cada escola, em papel, em dossiés e em cartuchos de tinta para impressora na elaboração de documentos que ninguém lê para além dos infelizes que tiveram de os fazer?

Fazem-se relatórios de coordenação de departamentos, de coordenação de directores de turma, de directores de turma, de directores de instalações, de apoios educativos, de adopção de manuais, de clubes, da biblioteca, etc; também os projectos são de Escola, de turma, dos grupos, dos clubes, de grupos de professores, sem falar da famigerada, quanto inútil, área de projecto, etc, etc. E depois são precisos regulamentos: da Escola, dos Departamentos, dos Grupos, da Biblioteca, dos Laboratórios, de outros espaços específicos e por aí fora. E como a legislação está sempre a mudar, raramente os regulamentos das escolas estão actualizados. Às vezes, acabam de ser aprovados, depois de meses e meses de trabalho da respectiva comissão e, quando entram em vigor, já estão... desactualizados! Fonte: De Rerum Natura

segunda-feira, 12 de julho de 2010

São os adultos de amanhã...


Eu, pecadora, me confesso - testemunho da jornalista Bárbara Wong

Pergunto-me muitas vezes como é que é possível um professor não ter o controlo da sala de aula. Como é que é possível? Se fosse eu... A minha experiência com crianças e na qualidade de "professora" é diminuta e feita em circunstâncias muito especiais, de maneira que me parece que se eu consigo, qualquer pessoa consegue!
Muito enganada. Há dias lia sobre uma professora de uma determinada escola de Lisboa que desistiu de dar aulas quando um aluno se dirigiu a ela e espetou um murro com imensa força contra o quadro, mesmo ao lado da sua cabeça. Nem de propósito, nesse mesmo dia passei à porta dessa escola e vivi uma situação que me recordou a docente; a diferença é que os murros foram dados no meu carro e eu estava dentro dele.
Os miúdos vinham descontraidamente no meio da estrada, com dois passeios vazios, de um lado e do outro e eles calmamente, vagarosamente, e eu, de frente para eles, cautelosa não fosse atropelar algum porque nenhum se desviava. Com o desafio nos olhos e a boca num meio sorriso lá vinham eles na minha direcção e eu já com o carro completamente parado, à espera que passassem de uma vez. Eram uma dezena, todos rapazes, alguns pequenotes, mas a maioria enormes.
Eis que, quando passam começam a bater no capot e nos vidros, imediatamente apito-lhes e começo a andar, com cautela para não os atropelar, mas o meu cérebro envia-me mensagens diferentes: de um lado diz-me "calma, Bárbara, calma, eles são maiores do que tu mas são menores, não atropeles nenhum"; do outro a indignação verbalizada com uns "estúpidos, não têm educação, não merecem nada, não percebem nada, não se ajudam a si próprios e depois espantam-se quando tomamos a parte pelo todo e chamam-nos racistas e sentem-se vítimas da sociedade, idiotas", ok, mentalmente também os mandei para uns sítios impróprios.
Mais à frente, um grupo de miúdas, com o mesmo desafio no rosto. Há uma que dança no meio da estrada, virada de costas para o carro, rodopiando e rindo, outra que espeta a perna em direcção ao veículo, desvio-me como posso, não lhes toco. "Anormais", murmuro entre dentes, com as janelas fechadas e um calor de morrer.
E voltei a lembrar-me da professora daquela escola, dos professores que aturam estes miúdos diariamente. Dos que têm sorte ou jeito e conseguem estabelecer pontes com eles; dos que passam mais de metade da aula a tentar sentá-los e acalmá-los, dos que têm esperança de contribuir para a diferença, dos que já entregaram as armas e só querem que o dia acabe, dos que também se passam e agridem os alunos. Tento pôr-me no lugar destes professores, não consigo.
Em muitos destes casos, os professores perderam, a escola perdeu, a sociedade perdeu. Os miúdos são os que mais perderam mas não sabem, nem querem saber. O que fazer com eles?


Bárbara Wong, jornalista do Público

sexta-feira, 9 de julho de 2010

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Um Texto de Luís Costa

Obediência cega ou desobediência civil?


A desobediência civil deve ser considerada, de per si e num quadro de normalidade democrática, inaceitável, porque põe em causa os fundamentos essenciais de qualquer estado de direito. Todavia, a obediência cega pode minar, de forma muito mais corrosiva, todos esses pilares, ainda que tal atitude se inscreva totalmente nas margens da legalidade e, portanto, não seja considerada condenável.

Quem obedece cegamente sente-se sempre protegido, porque não pode ser criminalmente responsabilizado — “limita-se a cumprir ordens” —, embora tenha consciência de que da sua assinatura resultará o prejuízo, a parcialidade, a desigualdade de direitos e de desenvolvimento, a conivência com um poder político desnorteado, que faz e desfaz quotidianamente, sem dó nem pudor, sem qualquer respeito por tudo quanto defendeu e aprovou no passado recente. Obedecer cegamente — ou obedecer simplesmente, se assim preferirem — será, neste contexto, moralmente aceitável? Justificar os nossos actos com a obediência a que estamos obrigados, quando temos consciência que deles resulta o prejuízo da população que estamos a servir, será uma atitude louvável ou condenável? Temos ou não temos, enquanto cidadãos e pessoas, o dever moral de desobedecer, nestas circunstâncias? Alguns dirão que não, pois tal atitude violentaria brutalmente a sua consciência. A esses eu respondo de forma simples: se não concordam com as medidas que estão a subscrever e as consideram nocivas para a comunidade que servem, mas não querem desobedecer, então demitam-se, porque é essa a única reserva moral que lhes resta! Demitam-se! Recorrer aos tribunais é, na actual conjuntura, o mesmo que obedecer, mas de consciência socialmente lavada! E não venham dizer que a demissão é inócua, argumentando que logo serão substituídos por outros que obedecerão mais prontamente. Não venham dizer que permanecer no cargo é a melhor forma de minorar os danos causados. Por favor, não venham a terreiro com esse tipo de argumentos!

Só existem dois caminhos para quem discorda das mais recentes medidas arbitrárias, autoritárias e centralistas deste desgoverno (encerramento de escolas e criação dos mega-agrupamentos): o caminho da demissão e o da desobediência civil. O primeiro iliba-nos da conivência, mas apenas resolve parte do problema. O segundo é tido como um caminho desordeiro, mas resolve o problema imediata e cabalmente, ainda que com alguns riscos pessoais. Nada na vida é perfeito. Contudo, cabe a cada um de nós saber dar-lhe o significado que ela merece.


Luís Costa

quinta-feira, 1 de julho de 2010

O Livro de Lurdes Rodrigues



Uma obscenidade política

A política portuguesa teve hoje mais um episódio obsceno. Lamentavelmente já não causa admiração. Foi apenas mais um a somar a tantos outros.
Hoje foi publicado, com ruído mediático, um livro intitulado A Escola Pública Pode Fazer a Diferença. A autora é Lurdes Rodrigues, a anterior ministra da Educação de José Sócrates.
Dificilmente se encontrarão palavras adequadas que possam, com propriedade e objectividade, caracterizar este acto. Todavia, há, neste episódio, dois fenómenos que não posso deixar de referir.

1. Uma ministra política e tecnicamente incompetente, cuja incompetência não tem paralelo na história portuguesa dos últimos 36 anos, considerou razoável, aceitável e normal escrever e publicar um livro sobre a sua desastrada e desastrosa obra à frente do Ministério da Educação.
Este acto de escrever e publicar um livro para tentar desenodoar a sua degradada e humilhada imagem confirma, pela enésima vez, que uma de duas situações é infelizmente verdadeira: Lurdes Rodrigues ou sofre de absoluta inconsciência política ou sofre de total falta de pudor, isto é, em linguagem chã, como ela tanto apreciava utilizar: ou não sabe o que fez ou não tem vergonha do que fez. Ou, uma última hipótese, tem vergonha, mas, seguindo o exemplo do seu ex-chefe de governo, comporta-se como as personagens mais púrrias do jet set nacional: um comportamento quanto mais censurável for, mais exposição e mais espavento social exige para poder ser ultrapassado.

2. Os elogios dirigidos à autora, pelos intervenientes neste evento, mostram como muitos dos nossos políticos são medíocres. Em Portugal, faz-se política à base do «bitaite», isto é, à base do palpite, à base de umas ideias gerais, muito gerais, muitíssimos gerais a partir das quais se acha possível poder opinar substantivamente. Em Portugal faz-se política considerando-se que não é preciso saber do que se está a falar. O paradigma desta forma de fazer política foi, e ainda é, Mário Soares, que nunca estudou nenhum dossiê, mas que se considera, e sempre considerou, preparado para falar de tudo e sobre tudo — por isso, ele estava lá, e falou e elogiou...
Esta é a forma mais cómoda e fácil de fazer política, porque não obriga ao estudo rigoroso de nada, e até permite que se elaborem discursos belíssimos ainda que repletos de gravíssimas asneiras ou de absolutas inutilidades. É a forma mais fácil e mais cómoda de fazer política, mas também é a mais irresponsável.
Algum dos políticos que falou, ou que esteve presente, na cerimónia, a que se juntou, lamentavelmente, o prof. Sobrinho Simões, se deu ao trabalho de ler a legislação produzida por Lurdes Rodrigues?
Algum deles leu, por exemplo, as enormidades técnicas existentes na primeira versão do Estatuto do Aluno, de tal forma que teve de ser revisto à pressa e a um domingo?
Algum deles se deu ao trabalho de ler a monstruosidade técnica do sistema de avaliação do desempenho docente, que, quando foi publicado, previa ser aplicado em 15 dias?
Algum deles leu a vergonha técnica que é a legislação sobre o modelo de gestão de Lurdes Rodrigues? Onde, por exemplo, se faz coexistir um processo concursal e um processo eleitoral na escolha do director, processos objectivamente de natureza incompatível? Onde, por exemplo, se plasmam situações de clara incompatibilidade: como é possível efectivar-se o livre exercício da crítica ao director, por parte, por exemplo, do representante dos funcionários, no Conselho Geral, se esse funcionário sabe que, no dia seguinte, pode sofrer retaliações desse mesmo director, que é seu superior hierárquico? Alguém leu isto?
Alguém dos elogiantes leu a vergonhosa e incompetente legislação da avaliação do desempenho dos membros dos Conselho Executivos, no ano lectivo anterior, que não avaliou nenhum desempenho, mas apenas, e absurdamente, currículos?
Algum dos presentes se deu ao trabalho de ler os despachos que saíam num dia e que, semanas depois, eram corrigidos por uma circular?
Repare-se que estou a referir-me apenas à objectiva incompetência de Lurdes Rodrigues, que nem capaz era de sustentar tecnicamente as barbaridades políticas que defendia.

3. Alguém se informou, estudou ou leu o que quer seja sobre a verdadeira obra realizada por Lurdes Rodrigues?
Por exemplo, alguém se deu ao trabalho de saber, junto dos professores, a que corresponde, de facto, o famoso programa das Novas Oportunidades? Alguém se deu ao trabalho de saber o que significa um aluno com o 6.º ano de escolaridade obter em três meses o certificado do 9.º ano?
Alguém se preocupou em saber o que isso representa? Não perguntem aos alunos, que esses, ilusoriamente, ficam felizes e contentes; perguntem aos professores que, depois, os recebem no 10.º ano. E recebem muitos destes alunos sem que estes saibam ler nem escrever, nem sequer ao nível de um mediano aluno que tenha somente o 4.º ano. Querem saber situações reais, referentes a situações concretas? Perguntem aos professores. Perguntem-me, que eu dou-vos de imediato uma lista de situações reais. E depois de terdes conhecimento dos factos, perguntar-vos-ei se ainda considerais uma maravilha o programa das Novas Oportunidades.

Esta é apenas uma parte da horribilis realidade criada por Lurdes Rodrigues. Aquela que agora escreveu um livro para tentar branquear o crime de quase ter destruído a Educação em Portugal.
A política está cada vez mais obscena.