terça-feira, 31 de março de 2009

SOLIDARIEDADE PELA RESISTÊNCIA

Este blog junta-se ao MUP, na solidariedade com os professores da Escola de Santo Onofre e subscreve na integra o texto que se segue.

Safira

Depois de receber a MOÇÃO DOS PROFESSORES DO AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE SANTO ONOFRE, o MUP vem manifestar publicamente a sua solidariedade a todos os corajosos colegas deste Agrupamento pela dignidade e acção em prol da defesa da democracia, apoiando a sua revolta perante os ataques superiores aos mais básicos princípios dos direitos dos cidadãos e da convivência democrática.


O MUP apela também a que, no País, se gere uma corrente de apoio e de solidariedade para com os colegas deste Agrupamento das Caldas da Rainha e que possa, ao mesmo tempo, contribuir para que seja respeitada a democracia em todos os locais onde ela deve começar por ser ensinada: as escolas.
MOBILIZAR! UNIR! RESISTIR

Publicada por ILÍDIO TRINDADE

segunda-feira, 30 de março de 2009

As atitudes dos alunos devem pesar na avaliação porque o objectivo é a formação integral da pessoa.

Ensinaram-me no estágio que avaliamos a componente cognitiva, psico-motora e afectiva da aprendizagem. A componente afectiva, no meu entender, não será apenas um aluno portar-se bem. Isso é um pressuposto essencial, mas não esgota a questão. A componente afectiva é sobretudo um aluno construir valores morais a partir da aprendizagem e pô-los em prática. Não é de "moralismo" que falo: é humanismo. É de respeito pelas pessoas, pelos animais, pela Natureza, pela Cultura, por outras culturas, pelo Património, etc. Pode não ser evidente em todas as matérias e em todas as disciplinas, por isso cada professor deve pontuar como achar melhor, dentro das regras do bom-senso. Não podemos quantificar tudo ao milímetro. E o bom-senso deve imperar em situações como a do aluno que não sabe muito, mas que é educado, e se esforça. Sobretudo no ensino básico, esse aluno deve ser compensado. Da mesma forma, se um aluno sabe bastante, mas é um vândalo na sala de aula, para além do procedimento disciplinar deve ser penalizado na classificação, pois demonstra desrespeito pelo trabalho dos colegas e do professor. Para mim as coisas são claras. A margem de erro que isto pode ter é a margem de erro que tudo na vida tem. Enquanto não inventarem um perfeito "avaliómetro", as máquinas humanas são falíveis mas são as que temos.

Jorge Arriaga

domingo, 29 de março de 2009

Avaliação do Desempenho Docente: 5 escolas com quotas máximas.

Cinco escolas têm quotas máximas de “Muito Bom” e “Excelente” para dar nas notas aos docentes.


Comentário: Das 1191 escolas/agrupamentos nacionais, apenas 5 poderão utilizar as quotas máximas atribuidas pelo Despacho n.º 20131/2008. A saber: Escola Secundária Quinta das Palmeiras (Covilhã), o Agrupamento de Escolas de Santa Catarina (Caldas da Rainha), a Alberto Sampaio (Braga), a Leal da Câmara (Rio de Mouro) e a Gualdim Pais (Santarém).

Mais uma situação de grave injustiça. A «excelência» fica a depender (em grande parte) da escola onde leccionamos...


Publicado por Ricardo M.

GESTÃO DAS ESCOLAS É ILEGAL, SEGUNDO PARECER

PARECER
Garcia Pereira diz que nova gestão das escolas é ilegal

por PEDRO SOUSA TAVARES27 Março 2009

Depois de ter apontado inconstitucionalidades à avaliação dos professores, o advogado lisboeta aponta o dedo à nova forma de organização das escolas, nomeadamente o modelo de eleição dos directores pelo conselho geral.

Depois da avaliação dos professores, o alvo é a forma de gestão das escolas. Num parecer sobre o novo modelo de autonomia e gestão escolar (D.L. 75/2008), do qual o Dn teve acesso a uma síntese, o advogado lisboeta Garcia Pereira não tem dúvidas em considerar que, também aqui, se verificam situações de "inconstitucionalidade" que poderão pôr em causa a validade desta reforma.

Recorde-se que está actualmente em curso, nas escolas públicas, a eleições dos directores -figura que o Ministério da Educação quis generalizar em substituição dos actuais conselhos executivos .

E é precisamente a forma de escolha destes directores pelos "conselhos gerais", outra novidade da lei, que o especialista em Direito do Trabalho mais critica..

Garcia Pereira considera que a tutela implementou "um singular, confuso e híbrido sistema" de eleição, que não chega a ser concursal porque, dentro de determinados "requisitos mínimos" permite a escolha "do menos qualificado" dos candidatos. Mas "também não é verdadeiramente electivo" já que, para o advogado, tal só seria possível se a escolha fosse feita "por eleição directa dos membros da comunidade escolar".

Mas são as alegações sobre potenciais inconstitucionalidades, nomeadamente orgânicas -"[O diploma é] produzido pelo Governo no âmbito da matéria de reserva absoluta da competência da Assembleia da República (que assim foi invadida)" - que poderão gerar mais consequências.

Recorde-se que o primeiro parecer de Garcia Pereira - tal como o actual, pedido por um grupo de professores representado por Paulo Guinote - acabou por levar sindicatos e muitos docentes a inundarem o Ministério de queixas nos tribunais. Além de dividir as escolas sobre a questão dos objectivos na avaliação (ver caixa).

In Diário de Notícias.

sábado, 28 de março de 2009

O MEU LIVRO DA 1ª CLASSE



Era assim, no tempo em que ainda se podia abrir a porta sem receio de ser assaltado...

Os pobrezinhos
- Batem à porta. Meu filho, vai ver quem é.
- É um pobre, minha mãe, um pobrezinho a pedir esmola.
A mãe veio logo com um prato de sopa e deu-o ao pobre. Depois, voltou para a sala de costura e deixou o filho a fazer companhia ao mendigo. Este, quando acabou de comer, disse por despedida:
- Deus faça bem a quem bem faz!
O menino ficou comovido: - Que pena tive do pobrezinho!
- E é caso para isso, respondeu a mãe. Os pobres são nossos irmãos. Devemos fazer-lhes todo o bem que pudermos. Jesus ensinou que até um copo de água, dado aos pobres por caridade, terá grande prémio no céu

Há tempos atrás os professores eram respeitados...

No meu tempo a imagem do professor era tida como uma fonte de saber e conhecimento, do qual bebíamos o máximo de informação possível, pois era também no recinto escolar que formávamos a nossas bases intelectuais.

No meu tempo de escola, e não foi há muito tempo atrás, respeitávamos incondicionalmente os professores.
Hoje os números da violência escolar, contra os professores, são gritantes. Esta situação torna-se ainda mais assustadora quando são detectadas na sociedade, de alguma forma, frases como “Morte aos Professores!”
No meu tempo a imagem do professor era tida como uma fonte de saber e conhecimento, do qual bebíamos o máximo de informação possível, pois era também no recinto escolar que formávamos a nossas bases intelectuais.

É absolutamente necessário, voltarmos a encontrar, defender e difundir os pilares da respeitabilidade, pela sociedade em geral e em particular pelos professores, pois são eles que ajudam os Pais e educar e formar os filhos.
Esta escalada de violência, de certa forma, foi resultado de uma má gestão do processo “Avaliação dos Professores ”, por parte dos organismos competentes, (Governo e Sindicatos), incentivando á constante descredibilização das varias classes docentes.

Os sindicatos, são efectivamente necessários na sociedade para a promoção de um equilíbrio de forças, mas é urgente perceberem que o contexto laboral de há 20 anos, já não é o mesmo hoje, e têm de criar novas formas de luta e de intervenção, formas mais activas, constantes, criativas e mais importante, formas inteligentes, para que se evite o que tem acontecido, o facto de o Governo aproveitar todas as acções dos sindicatos para virar o feitiço contra o feiticeiro, e descredibilizar ainda mais os docentes.

É necessariamente urgente, credibilizar o trabalho dos docentes para que sejam respeitados e tidos em consideração pela sociedade, e em concreto pelos Pais e Alunos, esse é um trabalho que compete a todo e qualquer cidadão, mas não produz efeitos se o Governo for o primeiro a desprestigiar essa classe, tão importante na construção da nossa sociedade.
E afinal de contas, o meu tempo não foi assim há tanto tempo atrás.

Henrique Cardador
Militante do CDS-PP no Barreiro.

Publicada por ILÍDIO TRINDADE

Não se nasce professor. Um texto de João Ruivo

Ser professor é uma lenta e metódica metamorfose. É um movimento perpétuo entre a lagarta e o casulo. É um vai - vem contínuo entre o saber e o desaprender. É a adaptação permanente à mudança: dos saberes, das metodologias, das culturas, das tecnologias… Ninguém nasce professor e a sua eficácia não é uma questão de sorte ou acaso. Aqui, como em tudo o resto na vida, a sorte, ou acaso, dão muito, mesmo muito trabalho.

Há um clique, um momento, uma circunstância, e muitas vezes até um imprevisto em que se escolhe ser professor. Aparentemente porque se gosta. Há quem lhe chame um chamamento interior. Outros dizem que é porque ninguém é atraído ao engano, porque se sabe bem o que essa profissão significa, já que desde tenra idade todos a conhecem por dentro.

Porém, e a partir desse singular instante, desse acordar para o futuro, tudo está por fazer. Porque se trata duma profissão artesanal: faz-se dos gestos das mãos e dos recados do coração, com recurso à uma profana mistela de tradição e de inovação.

Não se nasce professor. Um professor molda-se numa educação inicial e condiciona-se numa aprendizagem permanente, ao longo da vida. Nunca o é, mesmo quando se atreve a julgar que controla o quotidiano. Professor é erosão e reconstrução. É avanço e recuo. É acusação e vítima. É conquistador e sitiado. É lugar santo e profanado.

Ninguém nasce professor e, quem o quiser ser, é bom que saiba da gratificante e complexa tarefa que o aguarda no virar de cada esquina do seu percurso profissional.

Os decisores políticos sabem tudo isto muito bem. Melhor que muitos professores. Mas preferem fingir que o ignoram. Fica mais barato e sustenta-lhes o discurso da soberba e da desconstrução da profissão docente. Uma classe desmotivada, sem alvo e sem estratégia, é fácil de docilizar e de submeter às baixas políticas constrangidas às exigências orçamentais.

É por isso que vivemos uma conjuntura política, económica, social e até cultural que não motiva a escolha da profissão docente.

Os professores entregues a si próprios, sem acompanhamento nem adequada e suficiente formação complementar sentem sobre os seus ombros o peso da enorme responsabilidade que lhes é imputada pelo Estado e pelas famílias. Vítimas de uma angustiante solidão profissional, cativos dentro das quatro paredes da sala de aula onde trabalham, quantas vezes em condições desmoralizadoras, os docentes atingem perigosos estádios de desencanto, de desilusão e desmotivação profissional.

Por isso urge mudar os políticos e as políticas para que a profissão de professor reencontre os estímulos, incentivos, e até razões para que os docentes se envolvam num processo de motivação e evolução qualitativa das suas capacidades pessoais e profissionais.

A ausência de um código deontológico que ajude a consolidar a cultura profissional dos docentes também não permite que se atenuem os resultados negativos de todas as pressões externas e motiva mesmo o aparecimento de sensações de insegurança e de receio permanentes. Hoje, alguns professores trabalham em condições tão desanimadoras que não conseguem enfrentar com autonomia e liberdade as contradições que todos os dias encontram dentro das suas escolas.

Proclama-se uma escola inclusiva numa sociedade que não acolhe os excluídos. Pretende-se promover uma escola para todos numa sociedade em que o bem-estar e a cultura só estão ao alcance de alguns; em que a escola não consegue integrar os filhos das famílias vitimadas por políticas de incúria. Políticas essas que acentuam o desemprego, o trabalho infantil, a iliteracia, a delinquência, a violência doméstica e coagem muitos pais a verem a escola obrigatória como um obstáculo à incorporação dos filhos no mundo do trabalho, já que esta não lhes é apresentada como uma solução meritocrática, porque as políticas e os políticos se revelaram incapazes de tomar medidas que evitassem as clivagens entre os que tudo têm e os que pouco ou nada possuem.

Arvora-se uma escola em que os valores transmissíveis não encontram acolhimento em inúmeros lares, porque são constituídos por famílias disfuncionais. Uma escola onde se exige o cumprimento de currículos obsoletos e onde a máquina burocrática da administração escolar obriga a incontáveis horas de reuniões em órgãos, departamentos, comissões, sessões de atendimento…

Esta é a autêntica escola pública em que trabalha a maioria dos nossos (excelentes) professores. A escola em que também é preciso (ainda se lembram?) que os docentes tenham tempo para ensinar e os alunos encontrem momentos para aprender. Aprender, aprender sempre, porque essa é a seiva de que se faz um professor.

João Ruivo
ruivo@rvj.pt

quinta-feira, 26 de março de 2009

LA SORBONNE OCCUPÉE

Ce soir, la Sorbonne est libre ...

par Sorbonnard, le 26 Mars 2009 à 20:23

Ce soir, 26 mars 2009, la Sorbonne est libre. La Sorbonne, libérée par ceux à qui elle appartient depuis toujours, par ceux qui sont l’université, enseignants, chercheurs, BIATOSS, étudiants, affirme son indépendance à l’égard de toutes les pressions, du pouvoir politique, des forces de l’argent, de tous les contrôles, de toutes les répressions. Ici, depuis cette salle consacrée à la mémoire de l’historien Marc Bloch, nous lançons un appel à la résistance, contre tous ceux qui veulent enfermer l’enseignement supérieur et la recherche dans le carcan du profit à courte vue et de la logique marchande, contre des projets gouvernementaux qui dénaturent nos métiers, qui dévoient nos missions, qui compromettent l’avenir de toute une génération.

Solidaires avec nos collègues en désobéissance de l’enseignement primaire, avec les lycéens et professeurs qui refusent les suppressions de postes dans l’enseignement secondaire, avec les chercheurs qui occupent en ce moment la direction du CNRS, avec tous nos collègues en lutte dans les IUT, dans les IUFM, dans les universités de France et d’Europe, nous affirmons que, de la maternelle à l’université, la production et la transmission du savoir constituent le bien le plus précieux d’une société, parce qu’ils sont gages d’avenir.

La Sorbonne doit être ouverte à toute la communauté universitaire et le Rectorat, comme la police, qui menacent le libre accès au Savoir et les libertés fondamentales, doivent s’en aller. Nous sommes pacifiques, nous sommes déterminés, nous resterons dans ces bâtiments où nous sommes chez nous, nous invitons tous les universitaires à nous y rejoindre pour en faire ce que la Sorbonne doit être : un lieu de liberté et de dialogue.


Les Occupants de la Sorbonne
Paris, le 26 Mars 2009.



In http://sorbonneengreve.revolublog.com/

Publicada por ILÍDIO TRINDADE

Ministra afirma que avaliação é para cumprir...


Há escolas que encomendaram fichas de avaliação de desempenho a empresas de formação e avaliação de recursos humanos

Na quarta-feira, a ministra da educação foi questionada pela deputada Ana Drago (BE) se confirmava a existência de escolas que encomendaram o processo de avaliação de desempenho à empresa People Performing Consulting. A ministra não respondeu. O jornal Público confirma a existência de escolas (ver notícia na imagem) que fizeram essa encomenda e estão a aplicar um instrumento de avaliação de desempenho titulado "96 condutas" desenvolvido pelo especialista em avaliação de recursos humanos Jorge Fatal Nogueira. Questionado pelo Público, Jorge Fatal Nogueira limitou-se a dizer que trabalha com escolas, Universidades e Câmaras Municipais.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Professores manifestaram-se hoje em França



Centenas de milhares de professores manifestaram-se, hoje, em 23 cidades francesas. A maior manifestação ocorreu em Paris. Os professores protestam contra os cortes orçamentais nas escolas e a redução dos postos de trabalho. A luta dos professores decorre há várias semanas com intensas manifestações de rua e ocupação de escolas e universidades.

Publicada por Ramiro Marques

terça-feira, 24 de março de 2009

Portugueses manifestam-se em França contra a corrupção em Portugal.

Um grupo de emigrantes portugueses, em França, organizou uma manifestação contra a corrupção em Portugal.

Está marcada para o dia 30/3/2009 uma manifestação frente à Embaixada de Portugal , em Paris, em protesto contra os níveis de corrupção existentes em Portugal e contra a inobservância dos Direitos dos portugueses que, sendo emigrantes, são maltratados em Portugal.

De há muito que se assiste a uma grande revolta por parte dos emigrantes portugueses, que consideram que são muito prejudicados em Portugal.

Queixam-se que os seus direitos de propriedade não são respeitados em Portugal.

Os emigrantes olham com muita preocupação o facto de por mais dinheiro que enviem para Portugal o nosso País resvalar para a insolvência.

Entendem os emigrantes que a corrupção, o compadrio, o tráfico de influências, a má gestão da coisa pública, a falta de qualidade e de conhecimento dos governantes, são os grandes responsáveis pela situação de subdesenvolvimento que afecta Portugal.

O "Movimento Emigrante", constituído no final do ano de 2008 é o grande motor da manifestação, que já foi autorizada pelas entidades francesas competentes.

Espera-se uma grande - e inédita - manifestação frente à Embaixada em Paris, para alertar as autoridades francesas para a situação grave em Portugal, e para fazer chegar ao Presidente da República Portuguesa o mais veemente repúdio pelos níveis de corrupção e pela ineficácia da Justiça Portuguesa no seu combate.

Os emigrantes temem que Portugal se transforme num mero gueto na União Europeia, sentem vergonha pela situação a que se chegou.

E, vivendo numa sociedade livre e democratica, onde os direitos são respeitados, não podem aceitar a bagunçada da vida política e social portuguesa, que não se altera, pese embora os enormes apoios da União Europeia e o fluxo crescente de remessas dos emigrantes.

Os portugueses emigrados notam que tal como nas décadas de 1960 e 1970, os portugueses continuam a chegar , todos os dias, a França, para conseguirem sobreviver, matar a fome.

A corrupção é o principal responsável pela degradação do nosso País, a sua impunidade, a falta de resposta judicial para esse flagelo, quando nos outros Estados da União Europeia - mesmo aqui ao lado em Espanha - há um combate feroz e eficaz contra os corruptos.

Ou até na Argentina, como se pode ver aqui:http://diario.iol.pt/internacional/carlos-menem-menem-argentina-corrupcao-america-do-sul-tvi24/1051796-4073.html

Como se diz num cartaz da Polícia Federal Brasileira: "Corrupção: Ou se acaba com ela ou ela acaba com o país".

NOTA:
A manifestação está marcada para as 09H00 do dia 30/3/2009, sendo a reunião na Place de la Republique Dominicaine.

CARO AMIGO EMIGRANTE, participa, luta pelo teu País na cruzada contra os corruptos, que são parasitas sociais, fonte da pobreza e injustiça que se vive em Portugal, que gozam de impunidade e que sabotam o nosso desenvolvimento e o futuro dos nossos filhos.

Publicado por José Maria Martins

segunda-feira, 23 de março de 2009

Professora agredida à bofetada e à dentada por avó

"Uma professora de Geografia da Escola Secundária Fontes Pereira de Melo, no Porto, foi anteontem agredida "à bofetada e dentada" pela avó de um aluno de 15 anos, que frequenta o 10º ano do curso profissional de Turismo. A docente vai apresentar queixa à polícia amanhã.
A agressão à docente, de 53 anos, foi presenciada por vários alunos e aconteceu mesmo à porta da escola, quando a professora foi surpreendida pela encarregada de educação. A vítima preparava-se para sair num um passeio de estudo ao Palácio de Cristal.
"A senhora começou a berrar e de um momento para o outro agrediu a minha colega. Deu-lhe duas bofetadas e uma dentada", disse ao CM Paulo Teixeira Sousa, professor de Matemática naquela escola".

Correio da Manhã

Alunos do CEF sentem-se enganados por Ministério

Quando se inscreveram, há dois anos, nos cursos de Educação e Formação (CEF), os cerca de 50 mil alunos afirmam que receberam a garantia de que teriam as mesmas condições que os estudantes dos cursos regulares para fazerem o exame nacional de acesso à universidade. O problema é que os alunos do CEF descobriram que as matérias que dão, nada têm nada a ver com o exame nacional.
(…)
No entanto, o secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, desvaloriza esta preocupação referindo que «o professor não está lá para ser explicador dos alunos para os exames».
Valter Lemos recusa ainda responsabilidades e garante que as escolas sabiam que estes cursos tinham regras diferentes e deviam ter avisado os alunos.

Quem ouvisse hoje Valter Lemos no noticiário das 17.00 da TSF a desviar as culpas pelo «engano» de que os alunos se queixam julgaria, por certo, que foram as escolas a avançar voluntariamente para os cursos de CEF e EFA e que foram os seus órgãos de gestão e respectivos professores que apareceram a vangloriar-se pelo aumento do número de alunos neste tipo de cursos.

A verdade é bem diversa e uma das alunas que falou foi clara: esta opção foi-lhes apresentada como uma via rápida - mesmo sem usar fax - para concluir o Secundário, com notas mais altas e conteúdos programáticos mais acessíveis. Quem aprova tais cursos e tais conteúdos? Que os promoveu de forma activa, demagógica e propagandística?

Claro que muita gente foi fazer cursos pseudo-profissionalizantes de nível III apenas a cheirar uma forma mais fácil de chegar à Universidade e agora descobre que tudo foi um embuste.

Se as escolas têm culpa de alguma coisa é de terem sido demasiado macias e terem aceite de forma muitas vezes acrítica esta política do ME que, como as Novas Oportunidades, se descobrirá não passar de uma enorme manobra de diversão sem sustentação nenhuma e com escassos efeitos na melhoria efectiva da qualificação da população ou no seu nível de empregabilidade.

De qualquer maneira, este(a)s aluno(a)s não devem desesperar porque, logo que completem 23 anos, têm um outro programa fast-lane para o sucesso universitário.

Quanto a Valter lemos fez apenas a segunda parte daquilo em que é especialista: primeiro quer recolher os louros pelo lançamento de grandes ideias, mas depois está indisponível para arcar com as responsabilidades pelas suas 8esperadas) consequências.

Posted by Paulo Guinote

sábado, 21 de março de 2009

FIM DA ADSE PARA PROFESSORES...

FIM DA ADSE PARA PROFESSORES e não só... Este ps e o Ministério da D. Lurdes estão todos os dias a retirar-nos direitos é uma vergonha!!!

Contrato de Trabalho, Legislação, Vínculo... ATÉ PODEM alguns PARAR A LUTA, ENTREGAR OBJECTIVOS, VOTAR PS... E COLABORAR COM AS PREPOTENCIAS DO ME ...MAS SE NÃO HOUVER UNIÃO E FORÇA IREMOS PERDER MUITO MAIS NO FUTURO PRÓXIMO, como ALTERAÇÃO DOS VÍNCULOS PROFISSIONAIS.
Há novidades que vão deixar toda a gente em estado de choque. Então é assim: entre as muitas novidades, uma delas é que chegou às escolas uma legislação, contemplada no Novo Código de Trabalho, em que todos os professores e demais funcionários públicos sem excepção, vão passar a contratados por tempo indeterminado. Neste decreto, só ficam de fora os funcionários públicos ligados à Segurança. Também vamos deixar de ter A.D.S.E. e passamos a pertencer à Segurança Social. A legislação para atestados médicos também está alterada e quem faltar, é-lhe descontado por inteiro os 3 primeiros dias e nosseguintes é-lhe aplicada uma taxa de 30%, não sei se reembolsável. Bem isto é de uma forma geral o que de momento sei, amanhã penso já ter cópia de toda a legislação. A data é de Janeiro deste ano e já chegou às escolas. Um colega, já esteve com a legislação na mão e vão dar-lhe cópias. Andamos demasiado preocupados com a avaliação, que nos mereceu e merece a nossa melhor atenção, mas não nos centramos em coisas de maior interesse, já que toda esta alteração do nosso estatuto, é bem mais profunda que avaliação.Para mim ambas as coisas são pertinentes. Percebo a estratégia deste governo que primou sempre pela mentira e também por dar uma coisa, que depois vai retirando e modificando umas coisitas, de forma a aceitarmos posteriormente o que realmente é mesmo mau. Novamente vejo os sindicatos fechados no silêncio sem nada dizerem sobre o assunto e não acredito que eles não tenham já na mão toda a legislação. Também estes deixam afundar o barco para depois se armarem em salvadores. Temos que ficar mais unidos que nunca e tomar medidas urgentes. Convém antes de mais que todos os professores leiam a legislação, de forma a manterem-se bem informados. Os sindicatos irão a reboque porque não lhes resta alternativa. Mas o mais importante, neste momento, é de facto a UNIÃO e ACÇÃO.

A legislação que dá cobertura a isto é a seguinte: Lei n.º 12-A/2008, de 27 de Fevereiro.

A farsa da avaliação de professores. Um texto de António Barreto

Na impossibilidade humana de "gerir" milhares de escolas e centenas de milhares de professores, os esclarecidos especialistas construíram uma teoria "científica" e um método "objectivo" com a finalidade de medir desempenhos e apurar a qualidade dos profissionais. Daí os patéticos esquemas, gráficos e grelhas com os quais se pretende humilhar, controlar, medir, poupar recursos, ocupar os professores e tornar a vida de toda a gente num inferno. O que na verdade se passa é que este sistema implica a abdicação de princípios fundamentais, como sejam os da autoridade da direcção, a responsabilidade do director e dos dirigentes e a autonomia da escola. O sistema de avaliação é a dissolução da autoridade e da hierarquia, assim como um obstáculo ao trabalho em equipa e ao diálogo entre profissionais. É um programa de desumanização da escola e da profissão docente. Este sistema burocrático é incapaz de avaliar a qualidade das pessoas e de perceber o que os professores realmente fazem. É uma cortina de fumo atrás da qual se escondem burocratas e covardes, incapazes de criticar e elogiar cara a cara um profissional. Este sistema, copiado de outros países e recriado nas alfurjas do ministério, é mais um sinal de crise da educação.
António Barreto, PÚBLICO, 9 de Março de 2008

quarta-feira, 18 de março de 2009

1º Aniversário deste blog!


Escola do Presente nasceu após a grande manifestação de 8/Março de 2008. A partir dessa data tem divulgado toda a luta e acontecimentos que os professores estão a travar contra o estado da educação e da Escola Pública criado por esta equipa do Ministério da Educação.

Pugnando por uma qualidade de ensino que dignifique a classe docente e beneficie os alunos, objectivo supremo dos professores, o sucesso escolar dos alunos, mas não a qualquer preço...

Assim, este blog da educação vai continuar a divulgar e participar na luta pela educação, no sentido de contribuir para uma vitória sobre MLR e respectiva equipa ministerial.

Agradeço a todos os seguidores e visitantes do blog. Obrigada e voltem sempre!

Sindicatos “versus” ordens profissionais

Não vou discutir a razão que assistiu ao sindicato visado em não atender um professor não sindicalizado. Como disse o Marquês de Pombal (cito de memória), um homem em sua casa tem tanta força que mesmo depois de morto são precisos 4 homens para o porem de lá para fora. Só me parece estranho (a ser verdade) que a cúpula do referido sindicato tenha estipulado o atendimento de não sócios e a delegação de Viseu (por sua alta recreação, a ser verdade também) não cumpra as orientações vindas de cima. Adiante, portanto!

De quando em vez vem à baila (mesmo que em contra mão) a questão de uma Ordem dos Professores. Assim “fripoR” (com. 12, post “Coisas complicadas-2″,17/03/2009)) escreve, com razão, que a inscrição nas ordens profissionais é obrigatória,”ergo”, o pagamento da respectiva quotização outrossim. Isto para evitar que apareçam pára-quedistas a darem aulas, à socapa ou à luz do dia, sem a conveniente habilitação. Só os possuidores de uma cédula profissional o poderão fazer, passando a competir a uma Ordem dos Professores denunciar e agir contra situações de exercício ilegal de profissão. Dessa forma, o acto docente (a exemplo, do acto médico) passaria a ter a garantia de estar em mãos devidamente credenciadas encarregadas de zelar pela sua qualidade, através, inclusivamente, de medidas sancionatórias que aos possíveis prevaricadores do respectivo código deontológico.

A inscrição nos sindicatos não tem dado essa garantia. Tempos houve, até, em que qualquer um, independentemente, de estar ou não devidamente habilitado, podia inscrever-se em certos sindicatos “ad libitum”. Chegou a haver “professores” sindicalizados com menor habilitação académica que os próprios alunos. Mesmo no período de maior confusão institucional, as ordens profissionais existentes não acolheram como associados indivíduos sem satisfazerem os requisitos necessários. Ainda bem recentemente, a Ordem dos Engenheiros não admitiu a admissão de licenciados em engenharia por universidades não creditadas por si (v.g., Universidade Independente). Quantos licenciados de outros ramos do (des)conhecimento, saídos dessa universidade e de outras não dignas de crédito, não andarão por aí em desempenho de elevados cargos de natureza política ou quaisquer outros públicos ou privados? Como se vê, bem complacente tem sido a tutela do ensino superior que só quando os escândalos de falta de idoneidade de universidades privadas rebentam toma medidas tardias, e muito contra vontade, compelida pela opinião pública. Bem sei que a legislação que passou a reger a criação de novas ordens profissionais (e o motivo está bem à vista!) retirou-lhes a prerrogativa de sancionarem a qualidade dos diplomas dos respectivos candidatos. Esta medida draconiana para proteger cursos de duvidosa qualidade deverá ter os dias contados pela asneira que representa em abrir o caminho à criação, sem rei nem roque, de novos cursos superiores que não valem um tostão furado. O bem público não deve estar ao serviço de interesses privados ou mesmo oficiais. As actuais ordens profissionais têm tido uma acção frenadora nesse sentido digna do maior louvor. Medidas legislativas desconexas, ou mesmo, disparatadas que as amputam dessa importante finalidade têm a efemeridade dos partidos políticos que as partejam!

Posted by Paulo Guinote

HOJE, NO GRUPO PARLAMENTAR DO PCP

Representantes do MUP (Ilídio Trindade), da APEDE (Ricardo Silva) e do grupo de professores que encomendou o parecer jurídico do Dr. Gracia Pereira (Reb, Maria Lisboa, Teodoro Vieira e Paulo Guinote) foram hoje recebidos às 12:30h, na Assembleia da República, pelo Grupo Parlamentar do PCP.

A audiência teve como objectivo reforçar o pedido que fizemos na Comissão Parlamentar de Educação e Ciência, no dia 4 deste mês, no sentido de se constituir um grupo de pelo menos vinte e três deputados que solicitem a fiscalização sucessiva da constitucionalidade que rege o ECD e este modelo de avaliação docente.

O Grupo Parlamentar do PCP mostrou-se disponível para levar a efeito a constituição desse grupo que integrará os deputados de outros partidos que forem sensíveis ao problema e participar na iniciativa.
Em breve solicitaremos audiências aos restantes partidos com assento parlamentar.

Publicada por ILÍDIO TRINDADE

Tribunal diz que docentes não podem ser prejudicados

Tribunal diz que docentes não podem ser prejudicados

RITA CARVALHO

Avaliação. Foi ganha pelos sindicatos a primeira batalha jurídica contra o ministério: o tribunal aceitou uma das quatro providências cautelares contra a notificação dos professores pela não entrega de objectivos individuais. Fenprof diz que escolas vão ter de classificar mesmo quem só fizer auto-avaliação

Fica suspensa notificação feita a docentes do Norte

Os professores que foram notificados pelos conselhos executivos por não entregarem objectivos individuais não poderão ser prejudicados na sua carreira, como tem dito o Ministério da Educação (ME). E, no fim do ano, se entregarem ficha de auto-avaliação, terão de ser avaliados. A decisão do Tribunal Fiscal e Administrativo do Porto aplica-se a milhares de docentes do Sindicato de Professores do Norte, afecto à Fenprof, que viu ontem a Justiça acolher a sua providência cautelar. E, com isto, vence a primeira batalha jurídica numa guerra que dura há dois anos.

"A repercussão desta decisão é muito maior", sublinhou ao DN Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof. A decisão é pontual e ainda não resume a acção principal entregue no tribunal, "mas os seus efeitos são nacionais", acrescenta. Até porque os professores não podem ser avaliados de modo diferente no País. Para Mário Nogueira "surgem agora sinais dos tribunais que mostram que as orientações dadas pelo ME não são correctas nem conformes". Curiosamente, "com a legislação aprovada pelo próprio Ministério", diz o dirigente sindical, referindo-se ao decreto que simplifica o modelo de avaliação e à informação veiculada pela Direcção-geral dos Recursos Humanos da Educação. Em Fevereiro, a DGRHE informou as escolas que os docentes seriam prejudicados se não entregassem objectivos.

Nesta acção apresentada no tribunal do Porto, o sindicato dava conta de várias situações em que os conselhos executivos notificaram os professores com esta fundamentação da DGRHE, avisando-os que seriam lesados por não terem apresentado objectivos. O tribunal suspendeu agora essas notificações, abrindo a porta para o que se passará no futuro. Se em Junho, mediante apresentação da ficha de auto-avaliação, for recusada a avaliação a estes docentes, os sindicatos prometem mais acções.

Além de suspender, cautelarmente, as notificações, a decisão judicial é vista pelos sindicatos como uma derrota do Governo. "A aceitação desta providência reforça a opinião dos professores de que a entrega dos objectivos não é determinante", diz.

Ontem foi conhecida também a posição do Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa que analisou uma providência cautelar com casos de professores que não foram notificados mas temem que a não entrega de objectivos os venha a prejudicar. O tribunal não aceitou a providência, sublinhando que ainda não há elementos, mesmo indiciários, de que a conduta dos presidentes dos conselhos executivos - ao não notificar estes docentes - possa afectar os seus direitos. E diz que não se vislumbra qualquer fundado receio de que a conduta do professor possa ser lesiva. Os sindicatos aguardam a decisão de duas outras acções. Já o Ministério prefere não comentar.

In Diário de Notícias.

Publicada por ILÍDIO TRINDADE

terça-feira, 17 de março de 2009

VULCÃO LATENTE - texto de Luís Costa

As notícias de “booling”, de violência verbal e física entre os jovens, de agressões a professores estão a tornar-se demasiado frequentes, sem que uma voz da tutela surja nos meios de comunicação social a condenar inequivocamente tais actos. A regra é a ignorância, a indiferença, a desvalorização dos factos. A regra é o silêncio cúmplice e irresponsável (para não ir mais longe). A regra é produzir declarações que desautorizam a classe docente, que fazem crer a alunos e muitos encarregados de educação que os professores não querem trabalhar, que são os verdadeiros culpados pelo insucesso escolar. E tudo isto já se tornou estranhamente, revoltantemente, perigosamente banal.

Na escola actual, já não há pessoas felizes! Ao invés, toda a comunidade que aí convive diariamente está a trilhar os limiares da paciência, da frustração, do desinteresse, do desalento… Embora cada grupo tenha as suas razões específicas, todos raiam os seus próprios limites. Os professores, humanamente, não têm razões para sorrir: perderam tudo o que havia a perder, desde as mais pequenas questões laborais e salariais até aos altares sagrados do respeito e da dignidade profissional. Os auxiliares de acção educativa, cada vez menos especializados seja no que for, ganham salários miseráveis e passam os dias a deglutir todo o tipo de desconsiderações e insultos, atirados por catraios que poderiam ser seus filhos, netos… Tudo se lhes pede e pouco se lhes dá. Finalmente, os alunos, aos quais esta escola diz cada vez menos. E porquê? Porque os jovens gostam de desafios, e esta escola trata-os como deficientes mentais! Porque os jovens gostam de conhecer e explorar todas as suas capacidades, e esta escola dá-lhes a “papinha mastigada”! Porque os jovens precisam de regras claras, de limites bem definidos, e esta escola oferece-lhes um universo de valores confuso, contraditório, paradoxal, onde quase tudo é permitido, onde o “bombo da festa” é aquele que deveria ser admirado e respeitado. Porque os jovens precisam de ver na escola a essência de um mundo justo, que estimula e premeia a excelência, mas que também pune a violência, penaliza a preguiça e o desinteresse. Os jovens precisam de uma escola que faça a apologia do trabalho, da capacidade de sofrimento e não de uma escola de banda desenhada, onde tudo tem de ser lúdico e fácil, onde há sempre um “happy end”. Esta escola está nos antípodas das necessidades dos jovens!

Se adicionarmos a todos estes factores — chamemos-lhes endógenos — umas pitadas de adrenalina oriunda do desemprego crescente, da criminalidade crescente, das crescentes dificuldades económicas das famílias, da violência doméstica crescente, das taxas de divórcio crescentes, do abandono crescente das crianças e jovens… facilmente concluiremos que estamos, não sobre um barril de pólvora, mas dançando sobre um vulcão. Mas isso não tem a mínima importância, pois estamos num país onde a culpa só tem dois destinos: ou morre solteirona, ou casa com pobres e desgraçados.

Luís Costa

domingo, 15 de março de 2009

Ministra aceita a proposta mais tonta e perigosa das últimas décadas

O pedido foi apresentado, ontem, no Encontro Nacional das Associações de Pais. A ministra disse que concordava com a medida. A ministra afirmou que a abertura das escolas durante 12 horas diárias beneficiara pais e alunos e também as instituições de proximidade. O que a ministra não explicou foi como é que a abertura de uma escola doze horas por dia pode beneficiar as crianças? Beneficiará, com certeza, os pais que desistiram de ser pais, mas os alunos? Não me parece que os possa beneficiar. E se a sociedade chegou a um ponto em que os pais não têm a possibilidade de estar com os filhos ao final da tarde, então o que se tem de fazer é mudar a sociedade e não mudar de paradigma de escola. Se isso é modernidade, por favor, façam-me regressar ao tempo antes desta modernidade. No fundo, estas propostas tontas mais não são do que tiros em todas as direcções com o o objectivo de fazer barulho e de aparecer nas manchetes dos jornais e ter direito a 30 segundos de fama nos noticiários televisivos. Há três eleições no segundo semestre deste ano e há muitos aspirantes aos lugares da frente. Só que não há vagas para todos. É como no concurso de professores. Felizmente, a maioria dos pais ainda é composta por pessoas sensatas e que amam os seus filhos e, como é lógico, não deixarão de fazer tudo o que estiver ao seu alcance para retirar os filhos das escolas a partir das 17:00. Qualquer outra solução é melhor do que deixá-los na escola doze horas por dia. Pergunto: por que razão estão a matar os ATLs? Deve ser apenas porque a maioria dos ATLs foram criados e são geridos por instituições privadas de solidarieddae social. Ao contribuírem para a destruição das redes de apoio social e educativo criadas pela sociedade civil, os modernaços abrem caminho à desorganização social e deitam petróleo para cima dos problemas sociais e da frustração das pessoas. Pergunto: onde é que a ministra vai buscar pessoal técnico preparado para estar com as crianças até às 20:00? Vai mandar mais essa responsabilidade para cima das autarquias? Esta sociedade está a destruir a infância. E depois admiram-se da ocorrência de massacres em escolas como o que aconteceu, a semana passada, em Estugarda!
A história:

Publicada por Ramiro Marques

sábado, 14 de março de 2009

Conclusões do Encontro Nacional de Escolas em Luta - Leiria

Estiveram presentes mais de 100 professores, muitos vindos do Norte do país. A presença de uma professora de Faro, que saiu de casa às 4:30, foi alvo de um aplauso colectivo. Foram aprovadas as seguintes propostas de luta:
1. Entregar o relatório crítico no final do ciclo de avaliação. Assumir a relevância da avaliação de desempenho mas manter a recusa do actual modelo.
2. Convocar o Fórum Nacional "Compromisso Educação" que visa celebrar um pacto assinado, conjuntamente, por partidos políticos, sindicatos e movimentos de professores.
3. Manter em aberto a opção de recorrer aos tribunais administrativos com contratação de equipa de advogados de direito administrativo para agir judicialmente contra as ilegalidades.
4. Pedir audiência ao Parlamento Europeu e à Unesco.
5. Promover manifestações de rua no 3º trimestre: vigílias/concentrações por tempo indeterminado. Vigílias em todos os distritos para explicar à opinião pública o absurdo das medidas e as situações aberrantes vividas nas escolas. As vigílias devem ter, também, como objectivo apelar ao Povo que não vote PS.
6. Manifestar reconhecimento e apoio aos PCEs que se têm colocado ao lado dos professores na recusa do actual modelo de avaliação de desempenho.
7. Apelar aos professores, forçados a avaliar os colegas, que prossigam a denúncia pública das aberrações burocráticas, científicas e pedagógicas ocorridas nos diferentes níveis de ensino e agrupamentos.
8. Realizar, no mês de Maio, uma manifestação nacional, promovida pelos sindicatos de professores, mas alargada aos pais, administração pública e população descontente com o Governo.
9. Apelar aos sindicatos que promovam reuniões, em todas as escolas, para esclarecimento dos professores sobre as medidas que o Governo quer implementar no futuro próximo. Nessas reuniões, devem ser discutidas as propostas de luta.
10. A estratégia da greve às avaliações não foi bem acolhida por causa dos efeitos perversos que uma greve dessa natureza pode gerar.
11. Pedir a todos os professores que enviem estas propostas para os endereços electrónicos dos vereadores de educação, presidentes da junta, jornais regionais, rádios locais e associações de pais.

Publicada por Ramiro Marques

sábado, 7 de março de 2009

Foram dez mil professores que hoje deram as mãos no cordão humano



Foram dez mil os professores que hoje, dia 7 de Março, deram as mãos para mostrar que a luta continua acesa e bem presente.

Tornou-se evidente, neste longo ano de lutas que o governo pouco ou nada cedeu, apenas fez que cedeu.

Tornou-se evidente que professores e ME falam línguas diferentes. Para uns, as recentes negociações foram uma “nova oportunidade à solução do conflito, abrindo uma nova porta ao diálogo e à negociação" para outros, os professores, representados pelas suas estruturas sindicais, o Governo "limitou-se a apresentar documentos contendo possibilidades e princípios gerais".

Tornou-se evidente que este des(Governo) alucinou completamente, como se poderá ver pela afirmação do Sr. Jorge Pedreira: "O objectivo que tinham de ligar o ministério da Educação à residência do Primeiro-Ministro não foi conseguido. Não houve cordão humano.”

Sr. Secretário, não vale a pena fechar os olhos que nós não nos vamos embora. Não desistimos de lutar por aquilo em que acreditamos. E se nada se fizer para alterar esta situação de caos e injustiça em que mergulharam o ensino público, se insistirem nestas políticas que não servem uma efectiva melhoria das condições das escolas e não é promotora de um verdadeiro sucesso educativo, da próxima vez, o cordão não terá apenas 10 mil professores. Ou já se esqueceu… 25 mil professores, 100 mil professores, 120 mil professores…

Segue-se uma frase retirada do Expresso

"O cordão humano hoje realizado em Lisboa, é de protesto por esta situação (...) mas ainda de preocupação face ao clima de instabilidade que continua a afectar nefastamente a organização e funcionamento das escolas, com tendência para se agravar, num momento que é o mais importante do ano lectivo: o seu final".

Publicada por Movimento Escola

sexta-feira, 6 de março de 2009

AMANHÃ PROFESSORES DE MÃOS DADAS...




VAMOS TODOS PARTICIPAR!


De uma forma geral, nestas ocasiões, os colegas costumam organizar-se por escolas.
No entanto, para os "mupenhos" e colegas que se queiram encontrar comigo, estarei, a partir das 14:30 h, no Marquês de Pombal, em frente do Diário de Notícias. Até lá!

Vamos continuar a lutar dentro das escolas
e a demonstrar na rua a nossa razão!

MOBILIZAR! UNIR! RESISTIR!

Publicada por ILÍDIO TRINDADE

quarta-feira, 4 de março de 2009

ECOS DA AUDIÊNCIA NA COMISSÃO PARLAMENTAR

Eu sei que é um "lugar-comum", mas não consigo fugir dele: a audiência foi positiva e decorreu num ambiente de cordialidade e simpatia.

Como era uma audiência, a Comissão fez jus ao nome e salientou que ela servia essencialmente para ouvir e não para decidir, o que também já sabíamos.

No entanto, sobretudo quando comparada com a audiência de Novembro, foi possível aferir, pelas intervenções dos membros da Comissão, que há uma consciencialização maior da dimensão do problema da Educação, especialmente por parte do partido que suporta o governo, que talvez não previvesse tantas dificuldades na imposição do ECD e do modelo de avaliação.

Ouvir o deputado Luís Fagundes Duarte, do PS, confirmar que nem tudo tem estado a correr bem neste processo e que o clima nas escolas está longe de ser o melhor é sintomático deste mal-estar. Aliás, as frases ultilizadas foram interessantes: de um "algo não está a correr bem" rapidamente chegou a "muitas coisas estão a correr mal".

Pedro Duarte, do PSD, reforçou a ideia de ausência total de diálogo construtivo do ME com a própria Comissão e as forças da Oposição, nomeadamente por parte da ministra da Educação.

A deputada independente Luísa Mesquita, Ana Drago (BE) e João Oliveira (PCP) elogiaram o trabalho de intervenção cívica dos professores e movimentos, incentivando a continuação desse trabalho de mobilização.

António José Seguro, presidente da CPEC, deputado do PS, realçou a receptividade e a rapidez com que a Comissão tem tentado ouvir todos os intervenientes neste processo. Aliás, após a nossa saída, seriam ouvidos os PCE que se tinham reunido em Coimbra.

O CDS/PP primou pela ausência.

Sem ser exaustivo, relativamente às intervenções dos professores, mesmo sem prévia combinação, foi possível elencar as principais questões que estiveram na base do nosso pedido de audiência:

- as principais conclusões e a importância do parecer jurídico do Dr. Garcia Pereira, que apresenta uma série de inconstitucionalidades nos diplomas legais (alguns deputados prometeram estudá-lo com atenção);
- constituição de comissão de deputados que solicite a fiscalização sucessiva da legislação que rege o ECD, o modelo de avaliação e a avaliação "simplex";
- necessidade de os professores saberem, com clareza, as consequências decorrentes da não entrega dos objectivos individuais e/ou do relatório de auto-avaliação;
- as injustiças criadas pelo ECD, pela forma como está a decorrer a avaliação "simplex, pelo concurso de titulares e pelo novo concurso de professores;
- a divisão da carreira como a "mãe de todos os males";
- as ameaças e pressões, as ilegalidades cometidas por alguns PCE e o clima de angústia vivido pelos professores;
- a instabilidade que se vive nas escolas, em virtude das políticas educativas;
- o problema da violência escolar, nomeadamente sobre os professores.

Publicada por ILÍDIO TRINDADE

segunda-feira, 2 de março de 2009

A Educação como principal campo para a Campanha Eleitoral

Não segui o Congresso do PS com a mínima das atenções. Em termos televisivos estive lá menos de 5 minutos, os necessários para ouvir o Ricardo Costa - com um sorriso de orelha a orelha - dizer que os críticos só falavam fora do recnto e nenhum ousava sequer ir discursar no evento.

Sorri quando ouvi dizer que Vital Moreira tinha recebido a Comenda do Parlamento Europeu e quase ri quando soube do apagão.

Quanto ao resto fiquei com a sensação de estar a passar-se algo entre uma espécie de convenção americana e congresso cubano em que só se ouvem laudas e nada se discute. Muito menos a infalibilidade do Grande Líder.

Como escreve hoje José Manuel Fernandes há mais debate num Congresso do PC. E eu acrescentaria do próprio PC norte-coreano ou do chinês (do qual existiram delegados de alto nível em Espinho).

No entanto, algo veio confirmar o que eu já antevi há quase um ano: a área da Educação, a par com algumas medidas de tipo social para consumo à esquerda, vai tornar-se a principal arena da propaganda eleitoral de José Sócrates.

As distribuições do Magalhães continuam e os atrasos até dão jeito. As Novas Oportunidades têm imensos diplomas para oferecer ainda. E agora fazem-se promessas que visam satisfazer as «famílias» mais fáceis de convencer, desde uma anunciada obrigatoriedade do ensino pré-escolar (alguém me explique como se pode fazer uma promessa destas que depende de obras em grande parte da responsabilidade das autarquias…) a um maná de bolsas para o ensino secundário, quando se sabe que as do ensino superior andam atrasadas, e bem atrasadas (aqui, mas não só), devido ao aumento dos pedidos decorrentes das dificuldades existentes.

A verdade é que o Governo considera que, através de medidas na Educação, consegue aliciar um maior número de eleitores do que em outras áreas, pois são iniciativas que atingem um maior número de «famílias». E basta ver como o Pai da Nação está de volta aos ecrãs e às declarações a torto e a direito.

E a isto também não deve ser estranho um qualquer calculismo acerca do rendimento eleitoral da manutenção do conflito com a classe docente, que se mostra uma espécie de irredutível aldeia gaulesa, encarada como útil enquanto bandeira da luta contra os «interesses corporativos» (embora sejam deixados incólumes aqueles que mais danos têm provocado ao país).

Por isso, Sócrates vai usar a Educação como arena privilegiada para o combate político na campanha eleitoral e estará enganado quem acha que será com acções de tipo tradicional que o Governo recuará nesta área da governação, pois é por aí que procura aliar a conquista de votos à esquerda (com as prendas do costume e promessas mil) com a sedução do eleitorado mais conservador (que se assusta com os bichos-papões sindicais e o «poder da rua»).

Disso é exemplo claro a forma como parecem ir voltar à estaca zero as negociações para a revisão do ECD. E é muito provável que nem a apressada abertura da FNE colha grandes proveitos.

Preparem-se, portanto, para seis meses muito complicados de gerir nas escolas, com todo o tipo de pressões e truques a serem usados para demonstrar como os docentes acabaram por ser vergados perante a firmeza do Governo.

Contra isso há que saber usar a inteligência e a demonstração da nossa razão perante o assalto de demagogia populista que se aproxima.

E tanto quanto força há que ter resistência e firmeza.

Posted by Paulo Guinote

domingo, 1 de março de 2009

Onde é que eu já (ou)vi isto?

Sindicatos médicos querem avaliação mas especial
Conflito entre organizações sindicais e Ministério da Saúde está longe do fim
Os líderes dos sindicatos médicos garantiram ontem que não estão contra a avaliação de desempenho mas reclamam apenas que o processo tenha em conta as especificidades da profissão. O secretário de Estado da Saúde, Manuel Pizarro, apressou-se a esclarecer que é isso mesmo que está previsto: a avaliação levará em conta as “características específicas” do sector, assegurou.
A nova proposta do Ministério da Saúde sobre as alterações das carreiras médicas, enviada na sexta-feira para os sindicatos, prevê a avaliação de desempenho dos médicos, no contexto genérico do sistema da avaliação da administração pública (Siadap), segundo adiantou ontem o Diário de Notícias. Para Carlos Arroz, do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), esta notícia é “pura contra-informação” e a comparação com o processo de avaliação dos professores “é absolutamente absurda”.
“Os médicos precisam da avaliação, até porque têm as promoções congeladas há cinco anos porque não são avaliados”, frisou. “Concordamos com a avaliação, mas com adaptações à especificidade da profissão e das várias especialidades”, disse Arroz. Também Mário Jorge Neves, da Federação Nacional dos Médicos, não contesta a avaliação em si, mas sim a aplicação pura e simples aos médicos de um processo que foi “concebido para a área administrativa”. A negociação das carreiras médicas foi interrompida em Dezembro, na sequência do movimento de contestação que levou a ministra da Saúde a prometer alterações às propostas apresentadas. (Público, sem link)

Há doutores e drs. E há os que não gostam de misturas…

Posted by Paulo Guinote