segunda-feira, 23 de março de 2009

Alunos do CEF sentem-se enganados por Ministério

Quando se inscreveram, há dois anos, nos cursos de Educação e Formação (CEF), os cerca de 50 mil alunos afirmam que receberam a garantia de que teriam as mesmas condições que os estudantes dos cursos regulares para fazerem o exame nacional de acesso à universidade. O problema é que os alunos do CEF descobriram que as matérias que dão, nada têm nada a ver com o exame nacional.
(…)
No entanto, o secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, desvaloriza esta preocupação referindo que «o professor não está lá para ser explicador dos alunos para os exames».
Valter Lemos recusa ainda responsabilidades e garante que as escolas sabiam que estes cursos tinham regras diferentes e deviam ter avisado os alunos.

Quem ouvisse hoje Valter Lemos no noticiário das 17.00 da TSF a desviar as culpas pelo «engano» de que os alunos se queixam julgaria, por certo, que foram as escolas a avançar voluntariamente para os cursos de CEF e EFA e que foram os seus órgãos de gestão e respectivos professores que apareceram a vangloriar-se pelo aumento do número de alunos neste tipo de cursos.

A verdade é bem diversa e uma das alunas que falou foi clara: esta opção foi-lhes apresentada como uma via rápida - mesmo sem usar fax - para concluir o Secundário, com notas mais altas e conteúdos programáticos mais acessíveis. Quem aprova tais cursos e tais conteúdos? Que os promoveu de forma activa, demagógica e propagandística?

Claro que muita gente foi fazer cursos pseudo-profissionalizantes de nível III apenas a cheirar uma forma mais fácil de chegar à Universidade e agora descobre que tudo foi um embuste.

Se as escolas têm culpa de alguma coisa é de terem sido demasiado macias e terem aceite de forma muitas vezes acrítica esta política do ME que, como as Novas Oportunidades, se descobrirá não passar de uma enorme manobra de diversão sem sustentação nenhuma e com escassos efeitos na melhoria efectiva da qualificação da população ou no seu nível de empregabilidade.

De qualquer maneira, este(a)s aluno(a)s não devem desesperar porque, logo que completem 23 anos, têm um outro programa fast-lane para o sucesso universitário.

Quanto a Valter lemos fez apenas a segunda parte daquilo em que é especialista: primeiro quer recolher os louros pelo lançamento de grandes ideias, mas depois está indisponível para arcar com as responsabilidades pelas suas 8esperadas) consequências.

Posted by Paulo Guinote

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