sábado, 29 de dezembro de 2012
segunda-feira, 17 de dezembro de 2012
quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
Os Professores...
Achei por muito tempo que ia ser professor. Tinha pensado em
livros a vida inteira, era-me imperiosa a dedicação a aprender e não
guardava dúvidas acerca da importância de ensinar.
Lembrava-me de alguns professores como se fossem família ou amores proibidos.
Tiveuma professora tão bonita e simpática que me serviu de padrão de
felicidade absoluta ao menos entre os meus treze e os quinze anos de
idade.
A escola, como mundo completo, podia ser esse lugar perfeito.
Ver mais de liberdade intelectual, de liberdade superior, onde cada indivíduo
se vota a encontrar o seu mais genuíno, honesto,caminho.
Os professores são quem ainda pode, por delicado e precioso
ofício, tornar-se o caminho das pedras na porcaria de mundo em que o
mundo se tem vindo a tornar. Nunca tive exatamente de ensinar ninguém.
Orientei uns cursos breves, a muito custo, e tento explicar umas
clarividências ao cão que tenho há umas semanas.
Sinto-me sempre mais afetivo do que efetivo na passagem do testemunho.
Quero muito que o Freud, o meu cão, entenda que estabeleço regras
para que tenhamos umavida melhor, mas não suporto a tristeza dele
quando lhe ralho ou o fecho meia hora na marquise.
Sei perfeitamente que não tenho pedagogia, não estudei didática,
não sou senão um tipo intuitivo e atabalhoado.
Mas sei, e disso não tenho dúvida, que há quem saiba transmitir conhecimentos
e que transmitir conhecimentos é como criar de novo aquele que os recebe.
Os alunos nascem diante dos professores, uma e outra vez.
Surgem de dentro de si mesmos a partir do entusiasmo e das palavras dos professores
que os transformam em melhores versões.
Quantas vezes me senti outro depois de uma aula brilhante. Punha-me a
caminho de casa como se tivesse crescido um palmo inteiro durante cinquenta minutos.
Como se fosse muito mais gente. Cheio de um orgulho comovido
por haver tantos assuntos incríveis para se discutir e por merecer
que alguém os discutisse comigo.
Houve um dia, numa aula de história do sétimo ano,
em que falámos das estátuas da Roma antiga. Respondi à professora,
uma gorduchinha toda contente e que me deixava contente também,
que eram os olhos que induziam a sensação de vida às figuras de pedra.
A senhora regozijou. Disse que eu estava muito certo.
Iluminei-me todo, não por ter sido o mais rápido a descortinar
aquela solução, mas porque tínhamos visto imagens das estátuas mais
deslumbrantes do mundo e eu estava esmagado de beleza.
Quando me elogiou a resposta, a minha professora contente apenas me premiou
a maravilha que era, na verdade, a capacidade de induzir maravilha que
ela própria tinha. Estávamos, naquela sala de aula, ao menos nós os dois, felizes.
Profundamente felizes. Talvez estas coisas só tenham uma importância nostálgica
do tempo da meninice, mas é verdade que quando estive em Florença
me doíam os olhos diante das estátuas que vira em reproduções no sétimo ano da escola.
E o meu coração galopava como se estivesse a cumprir uma sedução antiga,
um amor que começara muito antigamente, se não inteiramente criado por uma professora,
sem dúvida que potenciado e acarinhado por uma professora.
Todo o amor que nos oferecem ou potenciam é a mais preciosa dádiva possível.
Dá -me isto agora porque me ando a convencer de que temos um governo que
odeia o seu próprio povo. E porque me parece que perseguir e tomar os
professores como má gente é destruir a nossa própria casa.
Os professores são extensões óbvias dos pais, dos encarregados pela
educação de algum miúdo, e massacrá-los é como pedir que não sejam
capazes de cuidar da maravilha que é a meninice dos nossos miúdos.
É como pedir que abdiquem de melhorar os nossos miúdos, que é pior do
que nos arrancarem telhas da casa, é pior do que perder a casa, é pior
do que comer apenas sopa todos os dias. Estragar os nossos miúdos é o
fim do mundo. Estragar os professores, e as escolas, que são
fundamentais para melhorarem os nossos miúdos, é o fim do mundo.
Nas escolas reside a esperança toda de que, um dia, o mundo seja um
condomínio de gente bem formada, apaziguada com a sua condição mortal
mas esforçada para se transcender no alcance da felicidade.
E a felicidade, disso já sabemos todos, não é individual.
É obrigatoriamente uma conquista para um coletivo. Porque sozinhos por
natureza andam os destituídos de afeto. As escolas não podem ser
transformadas em lugares de guerra.
Os professores não podem ser reduzidos a burocratas e não são elásticos.
Não é indiferente ensinar vinte ou trinta pessoas ao mesmo tempo.
Os alunos não podem abdicar da maravilha nem do entusiasmo do conhecimento.
E um país que forma os seus cidadãos e depois os exporta
sem piedade e por qualquer preço é um país que enlouqueceu.
Um país que não se ocupa com a delicada tarefa de educar, não serve para nada.
Está a suicidar-se. Odeia e odeia-se.
Texto de Valter Hugo Mãe
In Jornal de Letras, 19 Set 2012
livros a vida inteira, era-me imperiosa a dedicação a aprender e não
guardava dúvidas acerca da importância de ensinar.
Lembrava-me de alguns professores como se fossem família ou amores proibidos.
Tiveuma professora tão bonita e simpática que me serviu de padrão de
felicidade absoluta ao menos entre os meus treze e os quinze anos de
idade.
A escola, como mundo completo, podia ser esse lugar perfeito.
Ver mais de liberdade intelectual, de liberdade superior, onde cada indivíduo
se vota a encontrar o seu mais genuíno, honesto,caminho.
Os professores são quem ainda pode, por delicado e precioso
ofício, tornar-se o caminho das pedras na porcaria de mundo em que o
mundo se tem vindo a tornar. Nunca tive exatamente de ensinar ninguém.
Orientei uns cursos breves, a muito custo, e tento explicar umas
clarividências ao cão que tenho há umas semanas.
Sinto-me sempre mais afetivo do que efetivo na passagem do testemunho.
Quero muito que o Freud, o meu cão, entenda que estabeleço regras
para que tenhamos umavida melhor, mas não suporto a tristeza dele
quando lhe ralho ou o fecho meia hora na marquise.
Sei perfeitamente que não tenho pedagogia, não estudei didática,
não sou senão um tipo intuitivo e atabalhoado.
Mas sei, e disso não tenho dúvida, que há quem saiba transmitir conhecimentos
e que transmitir conhecimentos é como criar de novo aquele que os recebe.
Os alunos nascem diante dos professores, uma e outra vez.
Surgem de dentro de si mesmos a partir do entusiasmo e das palavras dos professores
que os transformam em melhores versões.
Quantas vezes me senti outro depois de uma aula brilhante. Punha-me a
caminho de casa como se tivesse crescido um palmo inteiro durante cinquenta minutos.
Como se fosse muito mais gente. Cheio de um orgulho comovido
por haver tantos assuntos incríveis para se discutir e por merecer
que alguém os discutisse comigo.
Houve um dia, numa aula de história do sétimo ano,
em que falámos das estátuas da Roma antiga. Respondi à professora,
uma gorduchinha toda contente e que me deixava contente também,
que eram os olhos que induziam a sensação de vida às figuras de pedra.
A senhora regozijou. Disse que eu estava muito certo.
Iluminei-me todo, não por ter sido o mais rápido a descortinar
aquela solução, mas porque tínhamos visto imagens das estátuas mais
deslumbrantes do mundo e eu estava esmagado de beleza.
Quando me elogiou a resposta, a minha professora contente apenas me premiou
a maravilha que era, na verdade, a capacidade de induzir maravilha que
ela própria tinha. Estávamos, naquela sala de aula, ao menos nós os dois, felizes.
Profundamente felizes. Talvez estas coisas só tenham uma importância nostálgica
do tempo da meninice, mas é verdade que quando estive em Florença
me doíam os olhos diante das estátuas que vira em reproduções no sétimo ano da escola.
E o meu coração galopava como se estivesse a cumprir uma sedução antiga,
um amor que começara muito antigamente, se não inteiramente criado por uma professora,
sem dúvida que potenciado e acarinhado por uma professora.
Todo o amor que nos oferecem ou potenciam é a mais preciosa dádiva possível.
Dá -me isto agora porque me ando a convencer de que temos um governo que
odeia o seu próprio povo. E porque me parece que perseguir e tomar os
professores como má gente é destruir a nossa própria casa.
Os professores são extensões óbvias dos pais, dos encarregados pela
educação de algum miúdo, e massacrá-los é como pedir que não sejam
capazes de cuidar da maravilha que é a meninice dos nossos miúdos.
É como pedir que abdiquem de melhorar os nossos miúdos, que é pior do
que nos arrancarem telhas da casa, é pior do que perder a casa, é pior
do que comer apenas sopa todos os dias. Estragar os nossos miúdos é o
fim do mundo. Estragar os professores, e as escolas, que são
fundamentais para melhorarem os nossos miúdos, é o fim do mundo.
Nas escolas reside a esperança toda de que, um dia, o mundo seja um
condomínio de gente bem formada, apaziguada com a sua condição mortal
mas esforçada para se transcender no alcance da felicidade.
E a felicidade, disso já sabemos todos, não é individual.
É obrigatoriamente uma conquista para um coletivo. Porque sozinhos por
natureza andam os destituídos de afeto. As escolas não podem ser
transformadas em lugares de guerra.
Os professores não podem ser reduzidos a burocratas e não são elásticos.
Não é indiferente ensinar vinte ou trinta pessoas ao mesmo tempo.
Os alunos não podem abdicar da maravilha nem do entusiasmo do conhecimento.
E um país que forma os seus cidadãos e depois os exporta
sem piedade e por qualquer preço é um país que enlouqueceu.
Um país que não se ocupa com a delicada tarefa de educar, não serve para nada.
Está a suicidar-se. Odeia e odeia-se.
Texto de Valter Hugo Mãe
In Jornal de Letras, 19 Set 2012
terça-feira, 4 de dezembro de 2012
quinta-feira, 29 de novembro de 2012
sexta-feira, 23 de novembro de 2012
quarta-feira, 7 de novembro de 2012
domingo, 4 de novembro de 2012
quinta-feira, 1 de novembro de 2012
segunda-feira, 29 de outubro de 2012
domingo, 14 de outubro de 2012
sexta-feira, 5 de outubro de 2012
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
sábado, 29 de setembro de 2012
quinta-feira, 27 de setembro de 2012
sábado, 15 de setembro de 2012
sexta-feira, 14 de setembro de 2012
quinta-feira, 13 de setembro de 2012
sábado, 8 de setembro de 2012
sexta-feira, 7 de setembro de 2012
quarta-feira, 22 de agosto de 2012
Movimento pela dignificação da disciplina de E.T.
Este movimento tem a pretensão de dignificar a disciplina de Educação Tecnológica, repondo-a no currículo obrigatório do 3º ciclo. Somos contra a sua extinção.
Numa sociedade onde se pretende, cada vez mais, cidadãos tecnologicamente competentes, a nova estrutura curricular faz desaparecer do currículo do 3º ciclo a disciplina de E.T, sem qualquer razão que o justifique. Sem ela, o currículo fica mais pobre.
Numa sociedade onde se pretende, cada vez mais, cidadãos tecnologicamente competentes, a nova estrutura curricular faz desaparecer do currículo do 3º ciclo a disciplina de E.T, sem qualquer razão que o justifique. Sem ela, o currículo fica mais pobre.
quinta-feira, 2 de agosto de 2012
Este é o maior fracasso da democracia portuguesa.
Não admira que num país assim emerjam cavalgaduras, que chegam ao topo, dizendo ter formação, que nunca adquiriram, (Olá! camaradas Sócrates...Olá! Armando Vara...), que usem dinheiros públicos (fortunas escandalosas) para se promoverem pessoalmente face a um público acrítico, burro e embrutecido. Este é um país em que a Câmara Municipal de Lisboa, em governação socialista, distribui casas de RENDA ECONÓMICA - mas não de construção económica - aos seus altos funcionários e jornalistas, em que estes últimos, em atitude de gratidão, passaram a esconder as verdadeiras notícias e passaram a "prostituir-se" na sua dignidade profissional, a troco de participar nos roubos de dinheiros públicos, destinados a gente carenciada, mas mais honesta que estes bandalhos. Em dado momento a actividade do jornalismo constituiu-se como O VERDADEIRO PODER. Só pela sua acção se sabia a verdade sobre os podres forjados pelos políticos e pelo poder judicial. Agora continua a ser o VERDADEIRO PODER mas senta-se à mesa dos corruptos e com eles partilha os despojos, rapando os ossos ao esqueleto deste povo burro e embrutecido. Para garantir que vai continuar burro o grande "cavallia" (que em português significa cavalgadura) desferiu o golpe de morte ao ensino público e coroou a acção com a criação das Novas Oportunidades. Gente assim mal formada vai aceitar tudo, e o país será o pátio de recreio dos mafiosos. A justiça portuguesa não é apenas cega. É surda, muda, coxa e marreca. Portugal tem um défice de responsabilidade civil, criminal e moral muito maior do que o seu défice financeiro, e nenhum português se preocupa com isso, apesar de pagar os custos da morosidade, do secretismo, do encobrimento, do compadrio e da corrupção. Os portugueses, na sua infinita e pacata desordem existencial, acham tudo "normal" e encolhem os ombros. Por uma vez gostava que em Portugal alguma coisa tivesse um fim, ponto final, assunto arrumado. Não se fala mais nisso. Vivemos no país mais inconclusivo do mundo, em permanente agitação sobre tudo e sem concluir nada. Desde os Templários e as obras de Santa Engrácia, que se sabe que, nada acaba em Portugal, nada é levado às últimas consequências, nada é definitivo e tudo é improvisado, temporário, desenrascado. Da morte de Francisco Sá Carneiro e do eterno mistério que a rodeia, foi crime, não foi crime, ao desaparecimento de Madeleine McCann ou ao caso Casa Pia, sabemos de antemão que nunca saberemos o fim destas histórias, nem o que verdadeiramente se passou, nem quem são os criminosos ou quantos crimes houve. Tudo a que temos direito são informações caídas a conta-gotas, pedaços de enigma, peças do quebra-cabeças. E habituamo-nos a prescindir de apurar a verdade porque intimamente achamos que não saber o final da história é uma coisa normal em Portugal, e que este é um país onde as coisas importantes são "abafadas", como se vivêssemos ainda em ditadura. E os novos códigos Penal e de Processo Penal em nada vão mudar este estado de coisas. Apesar dos jornais e das televisões, dos blogs, dos computadores e da Internet, apesar de termos acesso em tempo real ao maior número de notícias de sempre, continuamos sem saber nada, e esperando nunca vir a saber com toda a naturalidade. Do caso Portucale à Operação Furacão, da compra dos submarinos às escutas ao primeiro-ministro, do caso da Universidade Independente ao caso da Universidade Moderna, do Futebol Clube do Porto ao Sport Lisboa Benfica, da corrupção dos árbitros à corrupção dos autarcas, de Fátima Felgueiras a Isaltino Morais, da Braga Parques ao grande empresário Bibi, das queixas tardias de Catalina Pestana às de João Cravinho, há por aí alguém que acredite que algum destes secretos arquivos e seus possíveis e alegados, muitos alegados crimes, acabem por ser investigados, julgados e devidamente punidos? Vale e Azevedo pagou por todos? Quem se lembra do miúdo electrocutado no semáforo e do outro afogado num parque aquático? Quem se lembra das crianças assassinadas na Madeira e do mistério dos crimes imputados ao padre Frederico? Quem se lembra que um dos raros condenados em Portugal, o mesmo padre Frederico, acabou a passear no Calçadão de Copacabana? Quem se lembra do autarca alentejano queimado no seu carro e cuja cabeça foi roubada do Instituto de Medicina Legal? Em todos estes casos, e muitos outros, menos falados e tão sombrios e enrodilhados como estes, a verdade a que tivemos direito foi nenhuma. No caso McCann, cujos desenvolvimentos vão do escabroso ao incrível, alguém acredita que se venha a descobrir o corpo da criança ou a condenar alguém? As últimas notícias dizem que Gerry McCann não seria pai biológico da criança, contribuindo para a confusão desta investigação em que a Polícia espalha rumores e indícios que não têm substância. E a miúda desaparecida em Figueira? O que lhe aconteceu? E todas as crianças desaparecida antes delas, quem as procurou? E o processo do Parque, onde tantos clientes buscavam prostitutos, alguns menores, onde tanta gente "importante" estava envolvida, o que aconteceu? Alguns até arranjaram cargos em organismos da UE. Arranjou-se um bode expiatório, foi o que aconteceu. E as famosas fotografias de Teresa Costa Macedo? Aquelas em que ela reconheceu imensa gente "importante", jogadores de futebol, milionários, políticos, onde estão? Foram destruídas? Quem as destruiu e porquê? E os crimes de evasão fiscal de Artur Albarran mais os negócios escuros do grupo Carlyle do senhor Carlucci em Portugal, onde é que isso pára? O mesmo grupo Carlyle onde labora o ex-ministro Martins da Cruz, apeado por causa de um pequeno crime sem importância, o da cunha para a sua filha.. E aquele médico do Hospital de Santa Maria, suspeito de ter assassinado doentes por negligência? Exerce medicina? E os que sobram e todos os dias vão praticando os seus crimes de colarinho branco sabendo que a justiça portuguesa não é apenas cega, é surda, muda, coxa e marreca. Passado o prazo da intriga e do sensacionalismo, todos estes casos são arquivados nas gavetas das nossas consciências e condenados ao esquecimento. Ninguém quer saber a verdade. Ou, pelo menos, tentar saber a verdade. Nunca saberemos a verdade sobre o caso Casa Pia, nem saberemos quem eram as redes e os "senhores importantes" que abusaram, abusam e abusarão de crianças em Portugal, sejam rapazes ou raparigas, visto que os abusos sobre meninas ficaram sempre na sombra. Existe em Portugal uma camada subterrânea de segredos e injustiças, de protecções e lavagens, de corporações e famílias, de eminências e reputações, de dinheiros e negociações que impede a escavação da verdade.
Este é o maior fracasso da democracia portuguesa.
Clara Ferreira Alves - "Expresso"
Este é o maior fracasso da democracia portuguesa.
Clara Ferreira Alves - "Expresso"
domingo, 15 de julho de 2012
terça-feira, 10 de julho de 2012
segunda-feira, 2 de julho de 2012
domingo, 1 de julho de 2012
quinta-feira, 21 de junho de 2012
Santana Castilho dirige carta aberta a Ministro da Educação
Senhor ministro:
Como sabe, uma carta
aberta é um recurso retórico. Uso-o, agora que se cumpre um ano sobre a
sua tomada de posse, para lhe manifestar indignação pelas opções erradas
que vem tomando e fazem de si um simples predador do futuro da escola
pública. Se se sentir injustiçado com a argumentação que se segue, tenha
a coragem de marcar o contraditório, a que não me furto. Por uma vez,
saia do conforto dos seus indefectíveis, porque é pena que nenhuma
televisão o tenha confrontado, ainda, com alguém que lhe dissesse, na
cara, o que a verdade reclama.
Comecemos pelo programa
de Governo a que pertence. Sob a epígrafe “Confiança, Responsabilidade,
Abertura”, garantia-nos que “… nada se fará sem que se firme um pacto de
confiança entre o Governo e os portugueses … “ e asseverava, logo de
seguida, que desenvolveria connosco uma “relação adulta” (página 3). E
que outra relação, senão adulta, seria admissível? O que se seguiu foi
violento, mas esclarecedor. O homem que havia interrogado o país sobre a
continuidade de um primeiro-ministro que mentia, referindo-se a
Sócrates, rápido se revelou mais mentiroso que o antecessor. E o senhor
foi igualmente célere em esquecer tudo o que tinha afirmado enquanto
crítico do sistema. Não me refiro ao que escreveu e disse quando era
membro da Comissão Permanente do Conselho Nacional da UDP. Falo daquilo
que defendia no “Plano Inclinado”, pouco tempo antes de ser ministro.
Ambos, Passos Coelho e o senhor, rapidamente me reconduziram a Torga,
que parafraseio: não há entendimento possível entre nós; separa-nos um
fosso da largura da verdade; ouvir-vos é ouvir papagaios insinceros.
Para o Governo a que o
senhor pertence, a Educação é uma inevitabilidade, que não uma
necessidade. Ao mesmo tempo que a OCDE nos arruma na cauda dos países
com maiores desigualdades sociais, lembrando-nos que só o investimento
precoce nas pessoas promove o desenvolvimento das sociedades, Passos
Coelho encarregou-o, e o senhor aceitou, de recuperar o horizonte de
Salazar e de a reduzir a uma lógica melhorada do aprender a ler,
escrever e contar. Sob a visão estreita de ambos, estamos hoje, em
relação a ela, com a mais baixa taxa de esforço do país em 38 anos de
democracia.
O conflito insanável
entre Crato crítico e Crato ministro foi eloquentemente explicado no
último domingo de Julho de 2011, no programa do seu amigo, professor
Marcelo. Sujeito a perguntas indigentes, o senhor só falou, sem nada
dizer, com uma excepção: estabeleceu bem a diferença entre estar no
Governo e estar de fora. Quando se está no Governo, afirmou, “tem de se
saber fazer as coisas”; quando se está de fora, esclareceu,
apresentam-se “críticas e sugestões, independentemente da oportunidade”.
Fiquei esclarecido e acedi ao seu pedido, implícito, para arquivarmos o
crítico. Mas é tempo de recordar algumas coisas que tem sabido fazer e
que relações adultas estabeleceu connosco.
A sua pérola maior é o
prolixo documento com que vai provocar a desorganização do próximo ano
lectivo, marcado pela obsessão de despedir professores.
Autocraticamente, o senhor aumentou o horário de trabalho dos
professores, redefinindo o que se entende por tempos lectivos; reduziu
brutalmente as horas disponíveis para gerir as escolas, efeito que será
ampliado pela loucura dos giga-agrupamentos; cortou o tempo, que já era
exíguo, para os professores exercerem as direcções das turmas; amputou
um tempo ao desporto escolar; e determinou que os docentes passem a
poder leccionar qualquer disciplina, de ciclos ou níveis diferentes,
independentemente do grupo de recrutamento, desde que exista
“certificação de idoneidade”, forma prosaica de dizer que vale tudo logo
que os directores alinhem. Consegue dormir tranquilo, desalmado que se
apresenta, perante um cenário de despedimento de milhares de
professores?
O despacho em apreço
bolsa autonomia de cada artigo. Mas é uma autonomia cínica, como todas
as suas políticas. Uma autonomia decretada, envenenada por normas,
disposições, critérios e limites. Uma autonomia centralizadora,
reguladora, castradora, afinal tão ao jeito do marxismo-leninismo em que
o senhor debutou politicamente. Poupe-nos ao disfarce de transferir
para o director (que não é a escola), competências blindadas por uma
burocracia refinada, que dizia querer implodir e que chega ao supino da
cretinice com a fórmula com que passará à imortalidade kafkiana: CT=K x
CAP + EFI + T, em que K é um factor inerente às características da
escola, CAP um indicador da capacidade de gestão de recursos humanos,
EFI um indicador de eficácia educativa (pergunte-se ao diabo ou ao
Tiririca o que isso é) e T um parâmetro resultante do número de turmas
da escola ou agrupamento. Por menos, mentes sãs foram exiladas em
manicómios.
Senhor ministro, vai
adiantada esta carta, mas a sua “reorganização curricular” não passará
por entre as minhas linhas como tem passado de fininho pela bonomia da
comunicação social. O rigor que apregoa mas não pratica, teria imposto o
único processo sério que todos conhecem: primeiro ter-se-iam definido
as metas de chegada para os diferentes ciclos do sistema de ensino;
depois, ter-se-ia desenhado a matriz das disciplinas adequadas e os
programas respectivos; e só no fim nos ocuparíamos das cargas horárias
que os cumprissem. O senhor inverteu levianamente o processo e actuou
como um sapateiro a quem obrigassem a decidir sobre currículo: fixou as
horas lectivas e anunciou que ia pensar nas metas, sem tocar nos
programas. Lamento a crueza mas o senhor, que sobranceiramente chamou
ocultas às ciências da educação, perdeu a face e virou bruxo no momento
de actuar: simplesmente achou. O que a propósito disse foi vago e
inaceitavelmente simplista. O que são “disciplinas estruturantes” e por
que são as que o senhor decretou e não outras? Quais são os
“conhecimentos fundamentais”? O que são o “ensino moderno e exigente” ou
a “redução do controlo central do sistema educativo”, senão versões
novas do “eduquês”, agora em dialecto “cratês”? Mas o seu fito não
escapa, naturalmente, aos que estão atentos: despedir e subtrair à
Educação para adicionar à banca.
Duas palavras, senhor
ministro, sobre o Estatuto do Aluno. É preciso topete para lhe
acrescentar a Ética Escolar. Lembra-se da sua primeira medida, visando
alunos? Eu recordo-lha: foi abolir o prémio para os melhores, instituído
pelo Governo anterior. Quando o senhor revogou, já os factos que
obrigavam ao cumprimento do prometido se tinham verificado. O senhor
podia revogar para futuro. Mas não podia deixar de cumprir o que estava
vencido. Que aconteceu à ética quando retirou, na véspera de serem
recebidos, os prémios prometidos aos alunos? Que ética lhe permitiu que a
solidariedade fosse imposta por decreto e assente na espoliação? Que
imagem da justiça e do rigor terão retirado os alunos, os melhores e os
seus colegas, do comportamento de que os primeiros foram vítimas? Terão
ou não sobeja razão para não acreditarem nos que governam e para
lamentarem a confiança que dispensaram aos professores que, durante 12
anos, lhes ensinaram que a primeira obrigação das pessoas sérias é
honrar os compromissos assumidos? Não é isso o que os senhores hoje
invocam quando reverenciam Sua Santidade a Troika? Da sua ética voltámos
a dar nota quando obrigou jovens com necessidades educativas especiais a
sujeitarem-se a exames nacionais, em circunstâncias que não respeitam o
seu perfil de funcionalidade, com o cinismo cauteloso de os retirar
depois do tratamento estatístico dos resultados. Ou quando, dias antes
das inscrições nos exames do 12º ano, mudou as respectivas regras,
ferindo de morte a confiança que qualquer estudante devia ter no Estado.
Ou, ainda, quando, por mais acertada que fosse a mudança, ela ocorreu a
mais de meio do ano-lectivo (condições de acesso ao ensino superior por
parte de alunos do ensino recorrente). Compreenderá que sorria
ironicamente quando acrescenta a Ética Escolar a um Estatuto do Aluno
assente no castigo, forma populista de banir os sintomas sem a mínima
preocupação de identificar as causas. Reconheço, todavia, a sua
coerência neste campo: retirar os livros escolares a quem falta em
excesso ou multar quem não quer ir à escola e não tem dinheiro para
pagar a multa, fará tanto pela qualidade da Educação como dar mais meios
às escolas que tiverem melhores resultados e retirá-los às que exibam
dificuldades. Perdoar-me-á a franqueza, mas vejo-o como um relapso
preguiçoso político, que não sabe o que é uma escola nem procurou
aprender algo útil neste ano de funções.
* Professor do ensino superior (s.castilho@netcabo.pt)
sábado, 12 de maio de 2012
Professores de Educação Tecnológica pedem "humildade" e suspensão de revisão curricular
Lisboa, 12 mai (Lusa) - A associação dos professores de Educação Tecnológica exigiu hoje a "suspensão imediata" da revisão curricular que elimina a disciplina do 3º ciclo do ensino básico, considerando que o governo devia dar um sinal de "humildade democrática".
Em declarações à Agência Lusa no fim de um encontro nacional da Associação Nacional de Professores de Educação Técnica (Anapet), o seu presidente, Adérito Sá Gomes, afirmou que "académicos, sindicatos, associações, partidos - exceto uma senhora deputada do PSD - e a Confederação Nacional de Associações de Pais" convergiram nessa conclusão.
"Porque [a disciplina de Educação Tecnológica] é estruturante, faz falta ao currículo e promove o sucesso escolar, esta revisão curricular deve ser suspensa imediatamente e dar lugar a uma discussão mais profunda com todos os parceiros", salientou Adérito Gomes.
Adérito Sá Gomes indicou que "há um grande prejuízo para os alunos" em não ter Educação Tecnológica no 3º ciclo e afirmou que a associação espera "por um sinal de humildade democrática".
Em declarações à Agência Lusa no fim de um encontro nacional da Associação Nacional de Professores de Educação Técnica (Anapet), o seu presidente, Adérito Sá Gomes, afirmou que "académicos, sindicatos, associações, partidos - exceto uma senhora deputada do PSD - e a Confederação Nacional de Associações de Pais" convergiram nessa conclusão.
"Porque [a disciplina de Educação Tecnológica] é estruturante, faz falta ao currículo e promove o sucesso escolar, esta revisão curricular deve ser suspensa imediatamente e dar lugar a uma discussão mais profunda com todos os parceiros", salientou Adérito Gomes.
Adérito Sá Gomes indicou que "há um grande prejuízo para os alunos" em não ter Educação Tecnológica no 3º ciclo e afirmou que a associação espera "por um sinal de humildade democrática".
terça-feira, 1 de maio de 2012
Educação Tecnológica que futuro?
ANAPET vai realizar um Encontro Nacional, em Lisboa,
no próximo dia 12 de Maio, subordinado ao tema "Revisão curricular dos ensinos básico e secundário: Que
futuro para a Educação Tecnológica e para o ensino profissional?".
http://aanapet.blogspot.pt/
O Encontro realiza-se no
Auditório do Colégio São João de Brito, no Lumiar. Inicia-se às 9h00 e termina
às 18h00. Para obter informações sobre a forma de cá chegar, devem consultar o
programa do Encontro.
Mais informações aqui neste link.http://aanapet.blogspot.pt/
sexta-feira, 27 de abril de 2012
Actividades de substituição - a nódoa mantém-se
Actividades de substituição - a nódoa mantém-se
Nos últimos tempos, a Educação, em Portugal, tem sido vítima de uma inexplicável onda de absurdos e desacertos. Em meia dúzia de anos, tomaram-se medidas de tal modo infundamentadas — ou apenas fundadas no mais grosseiro senso comum — e com consequências tão gravosas que, ainda hoje, não é possível ter a noção rigorosa das dimensões do desastre.
Deste desastre fazem parte alguns dos assuntos que tenho procurado analisar às sexta-feiras, neste blogue: o kafkiano processo de (pseudo)avaliação do desempenho docente; o desastroso modelo de gestão das escolas; a ilusória Iniciativa Novas Oportunidades. Houve, contudo, uma outra medida, que não sendo tão visível foi e continua a ser funesta para as escolas, refiro-me às designadas actividades de substituição.
Curiosamente, os actuais responsáveis governativos, depois de terem, em período eleitoral, proferido acusações graves à política educativa do governo do PS, mantêm, com retoques insignificantes, os esteios fundamentais dessa mesma política. É precisamente o que acontece com as referidas actividades de substituição: depois de já ter sido proficuamente demonstrado o disparate desta medida, o actual ministro da Educação deixou-a intacta durante o ano lectivo em curso e prepara-se para mantê-la no próximo.
Porque se trata de um significativo exemplo do modo muito pouco sério e nada competente de se fazer política educativa em Portugal, talvez seja útil recordar o que de essencial está em questão.
Esta medida, inicialmente anunciada como aulas de substituição, transformou-se, de modo rápido, em actividades de substituição. O que inicialmente seria uma medida que visava substituir um professor, que tivesse de faltar, por um outro professor da mesma disciplina acabou por se tornar na substituição de um professor, que tivesse de faltar, por um outro professor de uma qualquer disciplina. Aquilo que inicialmente era uma aula passou a ser uma actividade, aquilo que inicialmente era um momento lectivo passou a ser um momento de passatempo, aquilo que inicialmente era trabalho docente passou a ser trabalho de entretenimento de alunos. Pensada em cima do joelho e sem qualquer verdadeira intenção pedagógica (tinha o exclusivo intuito de iludir os pais e a opinião pública), a medida anunciada — aulas de substituição — nunca se concretizou: porque obviamente não existiam nem existem professores em número suficiente para que se possa assegurar a substituição de um professor por outro da mesma disciplina, e porque o ministério da Educação se recusava a pagar as aulas dadas pelo professor substituto. Sem qualquer preocupação com os interesses de aprendizagem dos alunos, o ministério da Educação promoveu, sem hesitações, a passagem de aulas pagas para actividades graciosas, porque era o modo de salvaguardar o que na realidade interessava: a aparência.
Agora, só o apedeutismo pedagógico ou o desdém pela escola podem explicar que se mantenha em vigor uma das principais causas de indisciplina e de má formação dos nossos alunos. Na verdade, basta um mínimo de seriedade para se ver o óbvio:
1. Nas escolas com problemas disciplinares graves (e são cada vez mais as escolas nesta situação), com turmas problemáticas (em regra, turmas dos cursos Profissionais e CEF), as actividades de substituição apenas potenciam os comportamentos indisciplinados, sem que haja, em contrapartida, qualquer ganho pedagógico reconhecido.
A entrada de um professor estranho numa sala de aula, para realizar uma actividade de substituição, em que existem jovens com problemas disciplinares, é normalmente pretexto para o desencadear de comportamentos conflituosos e acintosos, que, por vezes, chegam ao insulto e à ameaça física do professor. Se professores experientes e com reconhecida autoridade sentem sérias dificuldades em controlar uma turma com estas características, é fácil de imaginar o que acontece aos professores mais inexperientes e com mais dificuldades em verem reconhecida a sua autoridade. Nestas situações, ninguém sai a ganhar e todos perdem: alunos e professor.
2. Compreende-se, pois, que muitos docentes fujam das actividades de substituição como o diabo foge da cruz: são momentos de martírio ou, no melhor dos casos, de absoluta inutilidade. Um professor só consegue desenvolver um trabalho profícuo quando começa a conhecer os seus alunos e estes o professor. Um professor não é um enterteiner, não é pago para isso e não é essa a sua função.
Excluindo situações menos comuns (em que as características de uma turma e de um professor se conjugam de modo espontâneo), sempre que inesperadamente um professor desconhecido entra numa turma desconhecida não é expectável que, do ponto de vista pedagógico/disciplinar, os resultados dessa «intrusão» sejam mais positivos do que negativos.
3. Objectivamente, as actividades de substituição fomentam: a indisciplina, a propagação de maus exemplos comportamentais, a desautorização de professores e de funcionários, um enorme e inconsequente desgaste de energias, a desmotivação de todos e, infelizmente, em alguns casos, desequilíbrios psicológicos graves, entre os docentes.
Se tivéssemos responsáveis políticos sérios, as actividades de substituição nunca teriam sido criadas ou já teriam sido liminarmente extintas. Mas isso era se tivéssemos responsáveis políticos sérios.
por Mário Carneiro
Nos últimos tempos, a Educação, em Portugal, tem sido vítima de uma inexplicável onda de absurdos e desacertos. Em meia dúzia de anos, tomaram-se medidas de tal modo infundamentadas — ou apenas fundadas no mais grosseiro senso comum — e com consequências tão gravosas que, ainda hoje, não é possível ter a noção rigorosa das dimensões do desastre.
Deste desastre fazem parte alguns dos assuntos que tenho procurado analisar às sexta-feiras, neste blogue: o kafkiano processo de (pseudo)avaliação do desempenho docente; o desastroso modelo de gestão das escolas; a ilusória Iniciativa Novas Oportunidades. Houve, contudo, uma outra medida, que não sendo tão visível foi e continua a ser funesta para as escolas, refiro-me às designadas actividades de substituição.
Curiosamente, os actuais responsáveis governativos, depois de terem, em período eleitoral, proferido acusações graves à política educativa do governo do PS, mantêm, com retoques insignificantes, os esteios fundamentais dessa mesma política. É precisamente o que acontece com as referidas actividades de substituição: depois de já ter sido proficuamente demonstrado o disparate desta medida, o actual ministro da Educação deixou-a intacta durante o ano lectivo em curso e prepara-se para mantê-la no próximo.
Porque se trata de um significativo exemplo do modo muito pouco sério e nada competente de se fazer política educativa em Portugal, talvez seja útil recordar o que de essencial está em questão.
Esta medida, inicialmente anunciada como aulas de substituição, transformou-se, de modo rápido, em actividades de substituição. O que inicialmente seria uma medida que visava substituir um professor, que tivesse de faltar, por um outro professor da mesma disciplina acabou por se tornar na substituição de um professor, que tivesse de faltar, por um outro professor de uma qualquer disciplina. Aquilo que inicialmente era uma aula passou a ser uma actividade, aquilo que inicialmente era um momento lectivo passou a ser um momento de passatempo, aquilo que inicialmente era trabalho docente passou a ser trabalho de entretenimento de alunos. Pensada em cima do joelho e sem qualquer verdadeira intenção pedagógica (tinha o exclusivo intuito de iludir os pais e a opinião pública), a medida anunciada — aulas de substituição — nunca se concretizou: porque obviamente não existiam nem existem professores em número suficiente para que se possa assegurar a substituição de um professor por outro da mesma disciplina, e porque o ministério da Educação se recusava a pagar as aulas dadas pelo professor substituto. Sem qualquer preocupação com os interesses de aprendizagem dos alunos, o ministério da Educação promoveu, sem hesitações, a passagem de aulas pagas para actividades graciosas, porque era o modo de salvaguardar o que na realidade interessava: a aparência.
Agora, só o apedeutismo pedagógico ou o desdém pela escola podem explicar que se mantenha em vigor uma das principais causas de indisciplina e de má formação dos nossos alunos. Na verdade, basta um mínimo de seriedade para se ver o óbvio:
1. Nas escolas com problemas disciplinares graves (e são cada vez mais as escolas nesta situação), com turmas problemáticas (em regra, turmas dos cursos Profissionais e CEF), as actividades de substituição apenas potenciam os comportamentos indisciplinados, sem que haja, em contrapartida, qualquer ganho pedagógico reconhecido.
A entrada de um professor estranho numa sala de aula, para realizar uma actividade de substituição, em que existem jovens com problemas disciplinares, é normalmente pretexto para o desencadear de comportamentos conflituosos e acintosos, que, por vezes, chegam ao insulto e à ameaça física do professor. Se professores experientes e com reconhecida autoridade sentem sérias dificuldades em controlar uma turma com estas características, é fácil de imaginar o que acontece aos professores mais inexperientes e com mais dificuldades em verem reconhecida a sua autoridade. Nestas situações, ninguém sai a ganhar e todos perdem: alunos e professor.
2. Compreende-se, pois, que muitos docentes fujam das actividades de substituição como o diabo foge da cruz: são momentos de martírio ou, no melhor dos casos, de absoluta inutilidade. Um professor só consegue desenvolver um trabalho profícuo quando começa a conhecer os seus alunos e estes o professor. Um professor não é um enterteiner, não é pago para isso e não é essa a sua função.
Excluindo situações menos comuns (em que as características de uma turma e de um professor se conjugam de modo espontâneo), sempre que inesperadamente um professor desconhecido entra numa turma desconhecida não é expectável que, do ponto de vista pedagógico/disciplinar, os resultados dessa «intrusão» sejam mais positivos do que negativos.
3. Objectivamente, as actividades de substituição fomentam: a indisciplina, a propagação de maus exemplos comportamentais, a desautorização de professores e de funcionários, um enorme e inconsequente desgaste de energias, a desmotivação de todos e, infelizmente, em alguns casos, desequilíbrios psicológicos graves, entre os docentes.
Se tivéssemos responsáveis políticos sérios, as actividades de substituição nunca teriam sido criadas ou já teriam sido liminarmente extintas. Mas isso era se tivéssemos responsáveis políticos sérios.
por Mário Carneiro
quinta-feira, 5 de abril de 2012
sexta-feira, 16 de março de 2012
Carta a Professores
Carta a professores, alunos, pais, governantes, cidadãos e quaisquer outros que possam sentir-se tocados e identificados.
por Sara Fidalgo a Sexta-feira, 9 de Março de 2012 às 11:21 ·
As reformas na educação estão na boca do mundo há mais anos do que os que conseguimos recordar, chegando ao ponto de nem sabermos como começaram nem de onde vieram. Confessando, sou apenas uma das que passou das aulas de uma hora para as aulas de noventa minutos e achei aquilo um disparate total. Tirava-nos intervalos, tirava-nos momentos de caçadinhas e de saltar à corda e obrigava-nos a estar mais tempo sentados a ouvir sobre reis, rios, palavras estrangeiras e números primos.
Depois veio o secundário e deixámos de ter “folgas” porque passou a haver professores que tinham que substituir os que faltavam e nós ficávamos tristes. Não era porque não queríamos aprender, era porque as “aulas de substituição” nos cansavam mais do que as outras. Os professores não nos conheciam, abusávamos deles e era como voltar ao zero.
Eu era pequenina. E nunca me passou pela cabeça pensar no lado dos professores.Até ao dia 1 de Março.
Foi o culminar de tudo. Durante semanas e semanas ouvi a minha mãe, uma das melhores professoras de Inglês que conheci, o meu pilar, a minha luz, a minha companhia, a encher a boca séria com a palavra depressão. A seguir vinham os tremores, as preocupações, as queixas de pais, as crianças a quem não conseguimos chamar crianças porque são tão indisciplinadas que parece que lhes falta a meninice. Acreditem ou não, há pais que não sabem o que estão a criar. Como dizia um amigo meu: “Antigamente, fazíamos asneiras na escola e quando chegávamos a casa levávamos uma chapada do pai ou da mãe. Hoje, os miúdos fazem asneiras e os pais vão à escola para dar a dita chapada nos professores”. Sim, nos professores. Aqueles que tomam conta de tantos filhos cujos pais não têm tempo nem paciência para os educar. Sim, os professores que fazem de nós adultos competentes, formados, civilizados. Ou faziam, porque agora não conseguem.
A minha mãe levou a maior chapada de todas e não resistiu. Desculpem o dramatismo mas a escola, o sistema educativo, a educação especial, a educação sexual, as provas de aferição e toda aquela enormidade de coisas que não consigo sequer enumerar, levaram deste mundo uma das melhores pessoas que por cá andou. E revolta-me não conseguir fazer-lhe justiça.
Professores e responsáveis pela educação, espero que leiam isto e acordem, revoltem-se, manifestem-se (ainda mais) mas, sobretudo e acima de qualquer outra coisa, conversem e ajudem-se uns aos outros. Levem a história da minha mãe para as bocas do mundo, para as conversas na sala dos professores e nos intervalos, a história de uma mulher maravilhosa que se suicidou não por causa de uma vida instável, não por causa de uma família desestruturada, não por dificuldades económicas, não por desgostos amorosos mas por causa de um trabalho que amava, ao qual se dedicou de alma e coração durante 36 anos.
De todos os problemas que a minha mãe teve no trabalho desde que me conheço (todos os temos, todos os conhecemos), nunca ouvi a palavra “incapaz” sair da boca dela. Nunca a vi tão indefesa, nunca a conheci como desistente, nunca pensei ouvir “ando a enganar-me a mim mesma e não sei ser professora”. Mas era verdade. Ela soube. Ela foi. Ela ensinou centenas de crianças, ela riu, ela fez o pino no meio da sala de aulas, ela escreveu em quadros a giz e depois em quadros electrónicos. Ela aprendeu as novas tecnologias. O que ela não aprendeu foi a suportar a carga imensa e descabida que lhe puseram sobre os ombros sem sentido rigorosamente nenhum. Eu, pelo menos, não o consigo ver.
E, assim, me manifesto contra toda esta gentinha que desvaloriza os professores mais velhos, que os destrói e os obriga a adaptarem-se a uma realidade que nunca conheceram. E tudo isto de um momento para o outro, sem qualquer tipo de preparação ou ajuda.
Esta, sim, é a minha maneira de me revoltar contra aquilo que a minha mãe não teve forças para combater. Quem me dera ter conseguido aliviá-la, tirar-lhe aquela carga estupidamente pesada e que ninguém, a não ser quem a vive, compreende. Eu vivi através dela e nunca cheguei a compreender. Professores, ajudem-se. Conversem. E, acima de tudo, não deixem que a educação seja um fardo em vez de ser a profissão que vocês escolheram com tanto amor.
Pensem no amor. E, com ele, honrem a vida maravilhosa que a minha mãe teve, até não poder mais.
Sara Fidalgo
P.S. - Não posso deixar de agradecer a todos os que nos ajudaram neste momento de dor *
por Sara Fidalgo a Sexta-feira, 9 de Março de 2012 às 11:21 ·
As reformas na educação estão na boca do mundo há mais anos do que os que conseguimos recordar, chegando ao ponto de nem sabermos como começaram nem de onde vieram. Confessando, sou apenas uma das que passou das aulas de uma hora para as aulas de noventa minutos e achei aquilo um disparate total. Tirava-nos intervalos, tirava-nos momentos de caçadinhas e de saltar à corda e obrigava-nos a estar mais tempo sentados a ouvir sobre reis, rios, palavras estrangeiras e números primos.
Depois veio o secundário e deixámos de ter “folgas” porque passou a haver professores que tinham que substituir os que faltavam e nós ficávamos tristes. Não era porque não queríamos aprender, era porque as “aulas de substituição” nos cansavam mais do que as outras. Os professores não nos conheciam, abusávamos deles e era como voltar ao zero.
Eu era pequenina. E nunca me passou pela cabeça pensar no lado dos professores.Até ao dia 1 de Março.
Foi o culminar de tudo. Durante semanas e semanas ouvi a minha mãe, uma das melhores professoras de Inglês que conheci, o meu pilar, a minha luz, a minha companhia, a encher a boca séria com a palavra depressão. A seguir vinham os tremores, as preocupações, as queixas de pais, as crianças a quem não conseguimos chamar crianças porque são tão indisciplinadas que parece que lhes falta a meninice. Acreditem ou não, há pais que não sabem o que estão a criar. Como dizia um amigo meu: “Antigamente, fazíamos asneiras na escola e quando chegávamos a casa levávamos uma chapada do pai ou da mãe. Hoje, os miúdos fazem asneiras e os pais vão à escola para dar a dita chapada nos professores”. Sim, nos professores. Aqueles que tomam conta de tantos filhos cujos pais não têm tempo nem paciência para os educar. Sim, os professores que fazem de nós adultos competentes, formados, civilizados. Ou faziam, porque agora não conseguem.
A minha mãe levou a maior chapada de todas e não resistiu. Desculpem o dramatismo mas a escola, o sistema educativo, a educação especial, a educação sexual, as provas de aferição e toda aquela enormidade de coisas que não consigo sequer enumerar, levaram deste mundo uma das melhores pessoas que por cá andou. E revolta-me não conseguir fazer-lhe justiça.
Professores e responsáveis pela educação, espero que leiam isto e acordem, revoltem-se, manifestem-se (ainda mais) mas, sobretudo e acima de qualquer outra coisa, conversem e ajudem-se uns aos outros. Levem a história da minha mãe para as bocas do mundo, para as conversas na sala dos professores e nos intervalos, a história de uma mulher maravilhosa que se suicidou não por causa de uma vida instável, não por causa de uma família desestruturada, não por dificuldades económicas, não por desgostos amorosos mas por causa de um trabalho que amava, ao qual se dedicou de alma e coração durante 36 anos.
De todos os problemas que a minha mãe teve no trabalho desde que me conheço (todos os temos, todos os conhecemos), nunca ouvi a palavra “incapaz” sair da boca dela. Nunca a vi tão indefesa, nunca a conheci como desistente, nunca pensei ouvir “ando a enganar-me a mim mesma e não sei ser professora”. Mas era verdade. Ela soube. Ela foi. Ela ensinou centenas de crianças, ela riu, ela fez o pino no meio da sala de aulas, ela escreveu em quadros a giz e depois em quadros electrónicos. Ela aprendeu as novas tecnologias. O que ela não aprendeu foi a suportar a carga imensa e descabida que lhe puseram sobre os ombros sem sentido rigorosamente nenhum. Eu, pelo menos, não o consigo ver.
E, assim, me manifesto contra toda esta gentinha que desvaloriza os professores mais velhos, que os destrói e os obriga a adaptarem-se a uma realidade que nunca conheceram. E tudo isto de um momento para o outro, sem qualquer tipo de preparação ou ajuda.
Esta, sim, é a minha maneira de me revoltar contra aquilo que a minha mãe não teve forças para combater. Quem me dera ter conseguido aliviá-la, tirar-lhe aquela carga estupidamente pesada e que ninguém, a não ser quem a vive, compreende. Eu vivi através dela e nunca cheguei a compreender. Professores, ajudem-se. Conversem. E, acima de tudo, não deixem que a educação seja um fardo em vez de ser a profissão que vocês escolheram com tanto amor.
Pensem no amor. E, com ele, honrem a vida maravilhosa que a minha mãe teve, até não poder mais.
Sara Fidalgo
P.S. - Não posso deixar de agradecer a todos os que nos ajudaram neste momento de dor *
terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
Um texto bem actual de José Régio
mudam-se os tempos mas não as vontades...
*Surge Janeiro frio e pardacento,
Descem da serra os lobos ao povoado;
Assentam-se os fantoches em São Bento
E o Decreto da fome é publicado.*
*
Edita-se a novela do Orçamento;
Cresce a miséria ao povo amordaçado;
Mas os biltres do novo parlamento
Usufruem seis contos de ordenado.
E enquanto à fome o povo se estiola,
Certo santo pupilo de Loyola,
Mistura de judeu e de vilão
Também faz o pequeno "sacrifício"
De trinta contos - só! - por seu ofício
Receber, a bem dele... e da nação.
JOSÉ RÉGIO
*Surge Janeiro frio e pardacento,
Descem da serra os lobos ao povoado;
Assentam-se os fantoches em São Bento
E o Decreto da fome é publicado.*
*
Edita-se a novela do Orçamento;
Cresce a miséria ao povo amordaçado;
Mas os biltres do novo parlamento
Usufruem seis contos de ordenado.
E enquanto à fome o povo se estiola,
Certo santo pupilo de Loyola,
Mistura de judeu e de vilão
Também faz o pequeno "sacrifício"
De trinta contos - só! - por seu ofício
Receber, a bem dele... e da nação.
JOSÉ RÉGIO
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
Ana Drago arrasa deputado do PSD
Este discurso de Ana Drago, deputada do Bloco de Esquerda, e sublime, simplesmente fabulosa esta resposta a um deputado do PSD Duarte Marques (fixem bem o nome deste cromo).
A forma como expõe a sua resposta é grandiosa. Obrigado Ana, pela sua forma poderosa como apresentou esta é a VERDADE nua e crua!..
A forma como expõe a sua resposta é grandiosa. Obrigado Ana, pela sua forma poderosa como apresentou esta é a VERDADE nua e crua!..
domingo, 5 de fevereiro de 2012
Escolas abertas no Carnaval
Escolas abertas no Carnaval mas sem alunas e com menos funcionários.
O fim da tolerância de ponto do Carnaval levará as escolas públicas a abrirem as portas, mas não haverá alunos nem actividades lectivas e os funcionários deverão ser menos do que o habitual, disse o presidente da ANDAEP.
O presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), Adalmiro Botelho da Fonseca, começou por afirmar à Lusa que o facto de o Governo não ter atribuído este ano a tradicional tolerância de ponto no dia de Carnaval “não vai ter grande influência nas escolas”. Isto porque, explicou, já estava prevista uma interrupção lectiva para o período do Carnaval.
Fonte oficial do Ministério da Educação afirmou que se mantém o calendário escolar definido em Agosto com pausa lectiva entre 20 e 22 de Fevereiro, acrescentando que caberá às escolas organizarem e definirem a forma como vão funcionar no dia de Carnaval.
In Jornal Público
O fim da tolerância de ponto do Carnaval levará as escolas públicas a abrirem as portas, mas não haverá alunos nem actividades lectivas e os funcionários deverão ser menos do que o habitual, disse o presidente da ANDAEP.
O presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), Adalmiro Botelho da Fonseca, começou por afirmar à Lusa que o facto de o Governo não ter atribuído este ano a tradicional tolerância de ponto no dia de Carnaval “não vai ter grande influência nas escolas”. Isto porque, explicou, já estava prevista uma interrupção lectiva para o período do Carnaval.
Fonte oficial do Ministério da Educação afirmou que se mantém o calendário escolar definido em Agosto com pausa lectiva entre 20 e 22 de Fevereiro, acrescentando que caberá às escolas organizarem e definirem a forma como vão funcionar no dia de Carnaval.
In Jornal Público
terça-feira, 31 de janeiro de 2012
Rajov põe fim à disciplina de Educação Sexual
A disciplina de Educacíon para a la Cidadania, criada pelo Governo Zapatero, equivalente à nossa Formação Cívica, tem os dias contados. Rajoy vai pôr fim ao ensino dos temas fracturantes, das questões controversas e da educação sexual e quer pôr as matérias de educação moral pessoal fora do currículo. O objetivo é evitar a manipulação e a lavagem ao cérebro dos jovens. Em vez de educação sexual e temas fraturantes, os jovens espanhóis vão estudar a Constituição Espanhola e a história da União Europeia:
El ministro de Educación y Deportes, José Ignacio Wert, ha anunciado este martes el final de la polémica asignatura de Educación para la Ciudadanía, materia que será sustituida por Educación Cívica y Constitucional. Una asignatura que, en palabras de Wert, estará libre de «temas controvertidos y de adoctrinamiento ideológico».
"Educación para la Ciudadanía ha estado acompañada desde su nacimiento por la polémica y que ha creado una seria división en la sociedad y el mundo educativo", ha asegurado el ministro, durante su primera comparecencia en la Comisión de Educación y Deporte del Congreso de los Diputados.
Por ello, el titular de Educación propone una nueva asignatura que proporcione a los alumnos el conocimiento de la Constitución Española "como norma suprema que rige nuestra convivencia, la comprensión de sus valores, de las reglas del juego mediante las que se conforma una sociedad democrática y pluralista, así como la historia de la Unión Europea de la que España forma parte". Fonte: ABC
Publicado por Profblog
El ministro de Educación y Deportes, José Ignacio Wert, ha anunciado este martes el final de la polémica asignatura de Educación para la Ciudadanía, materia que será sustituida por Educación Cívica y Constitucional. Una asignatura que, en palabras de Wert, estará libre de «temas controvertidos y de adoctrinamiento ideológico».
"Educación para la Ciudadanía ha estado acompañada desde su nacimiento por la polémica y que ha creado una seria división en la sociedad y el mundo educativo", ha asegurado el ministro, durante su primera comparecencia en la Comisión de Educación y Deporte del Congreso de los Diputados.
Por ello, el titular de Educación propone una nueva asignatura que proporcione a los alumnos el conocimiento de la Constitución Española "como norma suprema que rige nuestra convivencia, la comprensión de sus valores, de las reglas del juego mediante las que se conforma una sociedad democrática y pluralista, así como la historia de la Unión Europea de la que España forma parte". Fonte: ABC
Publicado por Profblog
segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
Novo currículo a caminho...
Vem aí o currículo “NÃO MEXAS AÍ!"
É uma espécie de currículo “NÃO MEXAS AÍ!”: reduz a experimentação,
elimina as disciplinas de artes e expressões, promove um recuo nas capacidades e competências que a escola oferece aos seus jovens, reduz o saber fazer criativamente, remete a escola para o tempo do livro-manual e do professor transmissor de conhecimentos.
O Movimento Escola Pública divulga a sua reflexão no âmbito da
discussão pública da proposta de reforma curricular, que termina esta terça-feira, dia 31 de Janeiro.
É uma espécie de currículo “NÃO MEXAS AÍ!”: reduz a experimentação,
elimina as disciplinas de artes e expressões, promove um recuo nas capacidades e competências que a escola oferece aos seus jovens, reduz o saber fazer criativamente, remete a escola para o tempo do livro-manual e do professor transmissor de conhecimentos.
O Movimento Escola Pública divulga a sua reflexão no âmbito da
discussão pública da proposta de reforma curricular, que termina esta terça-feira, dia 31 de Janeiro.
quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
Escandaloso
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CIÊNCIAGabinetes do Secretário de Estado do Ensino Superior e da Secretária de Estado da CiênciaDespacho (extrato) n.º 774/2012
Nos termos e ao abrigo do disposto nos n.os.3 e 4 do artigo 2.º e no artigo 6.º do Decreto -Lei n.º 262/88, de 23 de julho:1. É nomeada Helena Isabel Roque Mendes para, no âmbito dos nossos Gabinetes, exercer funções de apoio à Rede Informática do Governo (RING) e de interface com o Centro de Gestão da Rede Informática do Governo (CEGER).2. A nomeada auferirá uma remuneração mensal de € 1.575,00 (mil quinhentos e setenta e cinco euros), atualizável na mesma percentagem do índice 100 da escala salarial das carreiras do regime geral da função pública, acrescida do subsídio de refeição que estiver em vigor.3. Nos meses de junho e novembro, para além da mensalidade referida no número anterior, será paga outra mensalidade de € 1.575,00 (mil quinhentos e setenta e cinco euros), a título de abono suplementar.4. Os encargos resultantes do presente nomeação serão suportados pelo orçamento do Gabinete do Secretário de Estado do Ensino Superior.5. O presente despacho produz efeitos a partir de 28 de junho de 2011, e é válido pelo prazo de 1 ano, renovável, até à sua caducidade, conforme o previsto na parte final do artigo 11.º do Decreto -Lei n.º 262/88, de 23 de julho.11 de janeiro de 2012. — O Secretário de Estado do Ensino Superior, João Filipe Cortez Rodrigues Queiró. — A Secretária de Estado da Ciência, Maria Leonor de Sá Barreiros da Silva Parreira.
É que isto foi publicado HOJE e é uma forma de tornear a legislação sobre os subsídios em sector teoricamente não concorrencial, pois trata-se do gabinete do senhor secretário de Estado.Sendo eu um fervoroso adepto das excepções, para melhor, à regra do esbulho salarial, estou apenas interessado em saber o que é preciso fazer ou ser para ter uma excepção assim.
Retirado do Blog do Paulo Guinote
Nos termos e ao abrigo do disposto nos n.os.3 e 4 do artigo 2.º e no artigo 6.º do Decreto -Lei n.º 262/88, de 23 de julho:1. É nomeada Helena Isabel Roque Mendes para, no âmbito dos nossos Gabinetes, exercer funções de apoio à Rede Informática do Governo (RING) e de interface com o Centro de Gestão da Rede Informática do Governo (CEGER).2. A nomeada auferirá uma remuneração mensal de € 1.575,00 (mil quinhentos e setenta e cinco euros), atualizável na mesma percentagem do índice 100 da escala salarial das carreiras do regime geral da função pública, acrescida do subsídio de refeição que estiver em vigor.3. Nos meses de junho e novembro, para além da mensalidade referida no número anterior, será paga outra mensalidade de € 1.575,00 (mil quinhentos e setenta e cinco euros), a título de abono suplementar.4. Os encargos resultantes do presente nomeação serão suportados pelo orçamento do Gabinete do Secretário de Estado do Ensino Superior.5. O presente despacho produz efeitos a partir de 28 de junho de 2011, e é válido pelo prazo de 1 ano, renovável, até à sua caducidade, conforme o previsto na parte final do artigo 11.º do Decreto -Lei n.º 262/88, de 23 de julho.11 de janeiro de 2012. — O Secretário de Estado do Ensino Superior, João Filipe Cortez Rodrigues Queiró. — A Secretária de Estado da Ciência, Maria Leonor de Sá Barreiros da Silva Parreira.
É que isto foi publicado HOJE e é uma forma de tornear a legislação sobre os subsídios em sector teoricamente não concorrencial, pois trata-se do gabinete do senhor secretário de Estado.Sendo eu um fervoroso adepto das excepções, para melhor, à regra do esbulho salarial, estou apenas interessado em saber o que é preciso fazer ou ser para ter uma excepção assim.
Retirado do Blog do Paulo Guinote
quarta-feira, 18 de janeiro de 2012
Indignação Geral, dia 21 de Janeiro....
Colegas,
As afrontas diárias deste governo contra quem trabalha, nomeadamente nas escolas e na Administração Pública, e que afundam o país no emprobrecimento sem retorno podem e merecem uma resposta e uma alternativa. Estas apenas podem nascer da luta, que sempre têm acabado por derrubar a inevitabilidade e o impossível e aberto alternativas.
No próximo sábado, dia 21, O Movimento 15 de Outubro, e outros movimentos como o Movimento 3Rs, impulsionam uma mobilização que arranca do Marquêm de Pombal às 15h e dirigir-se-á para a Assembleia da República.
Vem participar connosco nesta mobilização para dizer BASTA! e ajudar a construir uma alternativa no país e nas escolas!
Sábado, 15h, Marquês de Pombal: Basta!
Basta de exploração e austeridade!
Esta dívida não é nossa!
As afrontas diárias deste governo contra quem trabalha, nomeadamente nas escolas e na Administração Pública, e que afundam o país no emprobrecimento sem retorno podem e merecem uma resposta e uma alternativa. Estas apenas podem nascer da luta, que sempre têm acabado por derrubar a inevitabilidade e o impossível e aberto alternativas.
No próximo sábado, dia 21, O Movimento 15 de Outubro, e outros movimentos como o Movimento 3Rs, impulsionam uma mobilização que arranca do Marquêm de Pombal às 15h e dirigir-se-á para a Assembleia da República.
Vem participar connosco nesta mobilização para dizer BASTA! e ajudar a construir uma alternativa no país e nas escolas!
Sábado, 15h, Marquês de Pombal: Basta!
Basta de exploração e austeridade!
Esta dívida não é nossa!
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
Divulgação
Car@s amig@s
Na semana de 16 a 20 de janeiro a Amnistia Internacional Portugal terá uma audiência com um representante do Ministério dos Negócios Estrangeiros para entregar as petições do Protocolo Facultativo ao Pacto Internacional sobre os Direitos Económicos, Sociais e Culturais (PFPIDESC).
Gostaríamos de pedir o vosso apoio a nível da divulgação da petição da AI na qual se pede ao governo português que ratifique este Protocolo sobre direitos essenciais como o direito a alojamento adequado, alimentação, água, saúde, trabalho, educação e segurança social.
Este Protocolo foi aprovado pela Assembleia Geral das Nações Unidas e irá permitir que indivíduos e grupos procurem justiça através da ONU, caso os seus direitos sejam violados pelo governo e não consigam obter justiça
localmente. São necessárias as ratificações de mais 5 países para que o Protocolo possa entrar em vigor. Ajude-nos a que Portugal seja um deles.
Por favor divulguem esta petição pelos vossos contactos e pelas redes sociais. Todos juntos vamos tornar a justiça social uma realidade em Portugal!
Abraços e muito obrigada
Ana Monteiro
Coordenadora de Campanhas/ Campaign Coordinator
Amnistia Internacional Portugal
Na semana de 16 a 20 de janeiro a Amnistia Internacional Portugal terá uma audiência com um representante do Ministério dos Negócios Estrangeiros para entregar as petições do Protocolo Facultativo ao Pacto Internacional sobre os Direitos Económicos, Sociais e Culturais (PFPIDESC).
Gostaríamos de pedir o vosso apoio a nível da divulgação da petição da AI na qual se pede ao governo português que ratifique este Protocolo sobre direitos essenciais como o direito a alojamento adequado, alimentação, água, saúde, trabalho, educação e segurança social.
Este Protocolo foi aprovado pela Assembleia Geral das Nações Unidas e irá permitir que indivíduos e grupos procurem justiça através da ONU, caso os seus direitos sejam violados pelo governo e não consigam obter justiça
localmente. São necessárias as ratificações de mais 5 países para que o Protocolo possa entrar em vigor. Ajude-nos a que Portugal seja um deles.
Por favor divulguem esta petição pelos vossos contactos e pelas redes sociais. Todos juntos vamos tornar a justiça social uma realidade em Portugal!
Abraços e muito obrigada
Ana Monteiro
Coordenadora de Campanhas/ Campaign Coordinator
Amnistia Internacional Portugal
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