Juntando Lisboa, Porto, Coimbra e Évora, foram pouco mais de três mil os professores que sairam à rua. Na verdade, nem sindicatos, nem movimentos, nem ministério, ninguém esperava muito mais gente. Mesmo assim, foi melhor ter acontecido. Houve notícias boas (nas Tvs, na imprensa escrita nem por issso) e permite manter alguma coisa acesa, permite dizer que estamos vivos e não desistimos.
É verdade que o entendimento alcançado desmobilizou milhares de professores. Fica por contar o que teria acontecido caso o entendimento não tivesse sido assinado. Sobre isso uns dirão que a luta ia explodir, e que dezenas de milhares de professores e inúmeras escolas iam parar o processo de avaliação, viriam para a rua e obrigariam à demissão da ministra ou a um recuo mais significativo. Outros dirão que o processo de avaliação avançaria com toda a força na maioria das escolas e que nenhuma pequena vitória teria sobrado da grande manifestação de 8 de Março.
Mas houve aqui um equívoco. É que tendo-se mantido estas concentrações e manifestações regionais pós-entendimento, elas nunca podiam ter sido encaradas como “plenários para explicar o entendimento aos professores”, ou “para cumprir calendário”, mas sim como as únicas formas de fazer o governo recuar mais, muito mais. Os sindicatos tiveram medo. Receio de ter pouca gente, de ter pouca força. Mas se estavam marcados os protestos, eles deviam ter sido convocados com mais força e menos timidez. A ideia de que era preciso continuar a lutar ainda este ano lectivo não passou. A malta quis descansar e enganou-se. Em Setembro tem que ser a valer e a doer
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