A explicação já me chegara por outras vias, que pediram recato para o tema e confidencialidade para as fontes. Mas como agora está estampado em letra de forma, mesmo se virtual, sou um pouco obrigado a desmontar esta argumentação falhada.
Mesmo que estivesse a fazer contas para deixar amainar a poeira da duas manifs. Vejamos o que se escreve no site do SPNL e que é a justificação oficial da Plataforma Sindical para a escolha do dia 8 de Novembro para a sua.
A escolha do dia 8 de Novembro para a manifestação vem na sequência do calendário negocial que o ME apresentou. A última reunião de negociação dos concursos ocorre no dia 31 de Outubro e a negociação suplementar no dia 7 de Novembro. Outras reuniões possíveis e suplementares decorrerão na semana de 10 a 14 de Novembro.
Qualquer data posterior ao dia 8 seria, por isso, extemporânea.
Ora bem, segundo a Plataforma, a manifestação é dia 8 que é para ficar entre o fim das negociações regulares sobre os concursos e as reuniões decorrentes do pedido previsto de negociação suplementar que está previsto, as quais deverão ocorrer entre 10 e 14 de Novembro.
Vejamos então:
- Para começar, assume-se desde já que as negociações regulares vão correr mal, apesar da Fenprof ter saído da reunião desta semana com uns pequenos sinais de resolução de situações particulares.
- Em seguida, a negociação é sobre concursos e o protesto é principalmente sobre outros assuntos (avaliação, estatuto, divisão da carreira, etc), pelo que se estranha a relação causal linear.
- Mas mesmo que se aceite essa relação, não se percebe porque a manifestação deve ocorrer entre a fase regular de negociações e a fase suplementar porque, afinal, o ME pode sempre argumentar - como repetidamente e por regra fez no passado mais ou menos recente- que não cede à pressão da rua e não negoceia sob chantagem. A manifestação de dia 8 é uma forma de dar argumentos ao ME para fechar as negociações e não ceder em nada, para além de já ter sido declarado que o tema da avaliação está amarrado ao Entendimento e à sua calendarização.
- Em contrapartida, o dia 15, para o qual está convocada uma manifestação por quem não está amarrado ao Entendimento, surge exactamente depois de todas as fases negociais e poderia, de forma mais lógica, funcionar como o momento certo para a manifestação natural de desagrado pelo falhanço das negociações. Fica depois o ónus do falhanço para o ME., sem a desculpa da pressão de manifestações de rua.
Por isso, meus caros colegas professores e sindicalistas da Plataforma, o dia 15 seria o ideal para a grande manifestação. A Apede tinha a sua manifestação marcada, a Plataforma marcava a sua que por acaso não se importaria de ir dar ao mesmo local pelo mesmo caminho ou por outro, mais cedo ou mais tarde uma hora, juntando-se todos no final e ficávamos todos a ganhar.
Assim, como as coisas estão, ficará muita gente contente com o seu umbigo - e depois eu é que sou umbiguista - mas terá falhado na táctica, podendo colocar em risco toda a estratégia.
Há interesses gerais que não se compadecem com orgulhos organizacionais, políticos ou pessoais, já o disse e repito.Posted by Paulo Guinot
1 comentário:
Ora bem, fui hoje a uma reunião de professores em Almada, e os assuntos tratados e debatidos foram todos estes que preocupam os professores, tais como ECD, Avaliação do Desempenho, clima de terror que se vive nas escolas, etc… Foram propostas várias formas de luta que depois serão divulgadas. Entre as duas datas das manifestações, os professores estão mais sensíveis à manifestação de 15 de Novembro, por todas as razões evocadas pelo Paulo e mais algumas, das quais se destacam o famoso entendimento (que nos meteu nesta alhada)e o facto de no dia 14/Outubro, a Fenprof poderia ter rasgado o entendimento, mas não fez, Esta foi para mim a 2ª traição. No entanto MN poderia ainda resgatar a FENPROF, se tivesse tido a dignidade de marcar a manifestação para o dia 15, juntando-se aos professores que diz representar, mas não o fez. Porquê? Eu digo porquê. É porque a manifestação convocada para dia 8, não trata dos mesmos interesses que os professores querem e que deu origem à manifestação de 15 de Novembro.
Dia 8 mais uma vez Mário Nogueira irá entregar os professores, numa negociata qualquer que satisfaça politicamente a Fenprof e o PCP. Esta será a 3ª traição…
Professores abram os olhos e decidam-se pela manifestação de 15 de Novembro.
Dia 15 lá estarei no Marquês!
Abraço solidário,
Safira
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