Educação 2008-11-07 00:05
Ministra não volta atrás na avaliação dos professores
Ministra da Educação reconhece que a “manifestação de Março foi importante”, mas garante que o processo de avaliação dos docentes vai avançar tal como previsto.
Madalena Queirós e Francisco Teixeira
“Não há nenhuma razão para voltarmos atrás no que quer que seja” diz a ministra da Educação, na véspera de mais uma manifestação que os professores prometem ser “gigantesca”.
Maria de Lurdes Rodrigues reafirma ao Diário Económico que só há razões para “incentivar as escolhas” dos professores no processo de avaliação. Aos sindicatos que acusam o Governo de estar a afundar as escolas em burocracia, a ministra da Educação responde que “a maior parte dos professores avaliados tem um único papel para preencher: o dos objectivos”. O que podem fazer “depois do seu trabalho”.
Recusando o diagnóstico dos sindicatos que referem que metade das escolas não iniciou o processo, Maria de Lurdes Rodrigues assegura que “a larguíssima maioria das escolas tem tudo aprovado: o modelo e a calendarização”. Em muitas “os objectivos dos professores foram definidos e já se iniciou mesmo a observação de aulas”.
Daí que para o Ministério da Educação os sindicatos tenham “uma visão alarmista que procura criar ruído, o que não significa que não haja professores insatisfeitos e a desistir da avaliação”. Maria de Lurdes Rodrigues admite a existência de 400 escolas que “têm professores a querer desistir” mas “estamos sempre a falar de um número mínimo”.
A governante reconhece que “a manifestação de Março foi muito importante” (que reuniu cem mil professores) e levou o Governo a “responder positivamente” aos “receios, desagrado e cansaço dos professores”. O resultado foi “um memorando de entendimento com condições excepcionais” assinado com os sindicatos. Uma das alterações importantes foi “retirar os efeitos negativos para dar confiança aos professores”.
Dois países diferentes
Ministra não volta atrás na avaliação dos professores
Ministra da Educação reconhece que a “manifestação de Março foi importante”, mas garante que o processo de avaliação dos docentes vai avançar tal como previsto.
Madalena Queirós e Francisco Teixeira
“Não há nenhuma razão para voltarmos atrás no que quer que seja” diz a ministra da Educação, na véspera de mais uma manifestação que os professores prometem ser “gigantesca”.
Maria de Lurdes Rodrigues reafirma ao Diário Económico que só há razões para “incentivar as escolhas” dos professores no processo de avaliação. Aos sindicatos que acusam o Governo de estar a afundar as escolas em burocracia, a ministra da Educação responde que “a maior parte dos professores avaliados tem um único papel para preencher: o dos objectivos”. O que podem fazer “depois do seu trabalho”.
Recusando o diagnóstico dos sindicatos que referem que metade das escolas não iniciou o processo, Maria de Lurdes Rodrigues assegura que “a larguíssima maioria das escolas tem tudo aprovado: o modelo e a calendarização”. Em muitas “os objectivos dos professores foram definidos e já se iniciou mesmo a observação de aulas”.
Daí que para o Ministério da Educação os sindicatos tenham “uma visão alarmista que procura criar ruído, o que não significa que não haja professores insatisfeitos e a desistir da avaliação”. Maria de Lurdes Rodrigues admite a existência de 400 escolas que “têm professores a querer desistir” mas “estamos sempre a falar de um número mínimo”.
A governante reconhece que “a manifestação de Março foi muito importante” (que reuniu cem mil professores) e levou o Governo a “responder positivamente” aos “receios, desagrado e cansaço dos professores”. O resultado foi “um memorando de entendimento com condições excepcionais” assinado com os sindicatos. Uma das alterações importantes foi “retirar os efeitos negativos para dar confiança aos professores”.
Dois países diferentes
A ministra da Educação e os sindicatos de professores parecem viver em países diferentes. O cenário das escolas é aterrador, argumentam os sindicatos. “Os professores estão soterrados em burocracia que está a paralisar as escolas e a impedi-los de fazer o seu trabalho”, revela Francisco Almeida, dirigente da Federação Nacional dos Sindicatos dos Professores.
Há casos de professores que, em apenas, uma semana tiveram que participar em três reuniões do conselho pedagógico só para preparar a avaliação.
O secretário de Estado da Educação manifestou perplexidade com a convocação da manifestação do próximo sábado argumentando que as condições do memorando de entendimento assinado com os sindicatos estão a ser cumpridas. Para Francisco Almeida da Fenprof esta é apenas uma “questão formal”. O grave é que o processo de avaliação está a paralisar o funcionamento das escolas e, por isso, só há uma solução: “Suspender e iniciar a negociação de um novo modelo”. Interpretação bem distinta mantém o Governo que insiste que os termos da avaliação acordados após a manifestação de Março são precisamente aqueles que estão a ser aplicados.
Os sectores que pressionam a Governação
Militares
O descontentamento dos militares culminou ontem com um “levantamento de rancho”, uma acção proibida por lei. Os protestos das Forças Armadas arrastam-se há anos mas são notícia desde a denúncia pública por Loureiro dos Santos, ex-Chefe de Estado Maior do Exército, de “sinais preocupantes” na classe que faziam lembrar o espoletar do 25 de Novembro.
Funcionários públicos
Os responsáveis da Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública saíram ontem da reunião com o Governo sobre os aumentos para 2009 “sem optimismo”, depois do Executivo ter dito que não irá ceder na proposta de actualização de 2,9. As negociações arrancaram com a proposta governamental de 2,9%. Há greve marcada para este mês.
Professores
A plataforma sindical de professores prevê uma adesão “gigantesca” para a manifestação que terá lugar no próximo sábado. A concentração terá início às 14h30 no Terreiro do Paço, em Lisboa, seguindo até ao Marquês de Pombal para exigir ao Governo o início de novas negociações para alterar o modelo definido pelo Ministério da Educação.
Críticas
- A “Marcha da Indignação”, organizada pelos dez sindicatos de professores, terminou no dia 14 de Março com uma greve geral.
- Os professores contestam o Estatuto da Carreira Docente e a alegada falta de diálogo da ministra.
- Na base da discórdia está, essencialmente, o sistema de avaliação de desempenho dos professores e a nova gestão escolar.
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