segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Está na hora de se demitirem...


Pergunto: como é possível que os professores do básico e secundário que integram o CCAP ainda não tenham apresentado a demissão?
1. Depois de verem 120 mil colegas nas ruas de Lisboa, muitos vindos de Trás-os-Montes, Minho e Algarve.
2. Depois de conhecerem as centenas de moções (mais de um milhar, sem dúvida!) aprovadas nas escolas e agrupamentos a pedirem a suspensão do processo de avaliação.
3. Depois de terem assistido, impávidos e em silêncio, à demissão da presidente do CCAP cinco meses após a tomada de posse.
4. Depois de terem visto o colega José Matias Alves a bater com a porta e dizer o que disse da falta de funcionalidade do CCAP.
5. Depois de verem a ministra a ignorar as recomendações do CCAP, nomeadamente a que aconselhava que não fossem tidas em conta as taxas de abandono e de insucesso.
6. Depois de terem lido as declarações, no CM, do novo presidente do CCAP que afirmou serem as manifestações de professores uma mera questão política.
7. Depois de assistirem, sem nada dizerem, à paralisação do CCAP desde 7 de Julho.
8. Depois de ouvirem a ministra dizer, no passado sábado, que os 120 mil professores estavam a exercer chantagem e a intimidar os colegas.
9. Depois de tomarem conhecimento de que os sindicatos abandonaram a comissão paritária porque o CCAP não lhes forneceu qualquer estudo sobre o processo de avaliação de desempenho.
10. Depois de ouvirem a ministra dizer na televisão, no sábado à tarde, que os professores só têm de preencher uma ficha com 2 folhas e que o processo é fácil e rápido.
Depois disto tudo, aquelas almas (penadas?), caridosas não com certeza, continuam, impávidas e serenas, num órgão que é presidido pela ministra sempre que ela quiser estar presente e cujas recomendações a ministra ignora.
Mas, afinal, o que é que estas almas fazem no CCAP? Por que razão não são capazes de um pequeno gesto em favor do grupo profissional a que pertencem? Alguém fará a história deste período e os vossos nomes serão citados como aqueles que não foram capazes de um gesto corajoso e nobre na altura em que os professores mais precisavam.

Sem comentários: