Reacção à posição da ministra da Educação
FNE considera “um erro” persistir neste modelo, mesmo que simplificado
19.06.2009 - 20h51 Romana Borja-Santos
Para o secretário-geral da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE) qualquer das hipóteses admitidas hoje pela ministra da Educação - de aplicar no próximo ano um modelo simplificado da avaliação docente ou o modelo original com eventuais alterações - será “um erro”. Segundo defendeu ao PÚBLICO João Dias da Silva, a “escola pública portuguesa merece outro modelo, merece começar do zero”.A FNE considera que “nenhuma destas soluções serve nem corresponde ao que as organizações sindicais em nome dos professores denunciaram” porque continua a assentar numa “estrutura de carreira docente errada” – em referências ao problema da existência de quotas e da divisão dos professores em duas categorias hierarquizadas.Sobre o relatório do Conselho Científico para a Avaliação de Professores (CCAP), João Dias da Silva admite concordar com o ponto em que é sugerida uma maior aposta na vertente científico-pedagógica, mas ressalva que “é necessário que os professores avaliadores tenham formação para isso”, o que entende ser impossível de momento.Desta forma, a FNE entende que “persistir neste modelo é um erro e não vem trazer aquilo que era essencial: um modelo mobilizador das pessoas e identificador das melhores práticas”. Sobre o “timing” deste anúncio, considera que o primeiro-ministro, José Sócrates, na entrevista que deu esta semana à SIC, tinha admitido que a actual avaliação era demasiado burocrática. E reforça que isto já podia ter sido corrigido há muito tempo pelo que o anúncio chega “tardíssimo” e é revelador de que “o Ministério da Educação não sabe o que está a fazer”. “Depois de tudo o que foi pedido e de todas as ameaças aos professores isto não faz sentido”, conclui.Maria de Lurdes Rodrigues admitiu hoje manter a versão simplificada do modelo de avaliação de desempenho docente por mais um ciclo avaliativo. Num despacho divulgado hoje, esta é uma das duas opções para o próximo ano lectivo sobre as quais a ministra pede parecer ao Conselho Científico para a Avaliação dos Professores. A outra é voltar ao modelo original, regulamentado em 2008, “com as alterações eventualmente consideradas necessárias, designadamente a respeitante à duração dos ciclos de avaliação”. O regime simplificado entrou em vigor em Janeiro passado em resposta aos protestos das escolas e docentes. O tempo de vigência que lhe foi apontado foi de um ano. No ano lectivo passado o modelo de avaliação tinha também sido substituído por uma versão simplificada que foi só aplicada aos professores contratados. O despacho da ministra surge na sequência da entrega, pelo CCAP, do seu relatório sobre o acompanhamento e a monitorização da avaliação de desempenho docente.
FNE considera “um erro” persistir neste modelo, mesmo que simplificado
19.06.2009 - 20h51 Romana Borja-Santos
Para o secretário-geral da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE) qualquer das hipóteses admitidas hoje pela ministra da Educação - de aplicar no próximo ano um modelo simplificado da avaliação docente ou o modelo original com eventuais alterações - será “um erro”. Segundo defendeu ao PÚBLICO João Dias da Silva, a “escola pública portuguesa merece outro modelo, merece começar do zero”.A FNE considera que “nenhuma destas soluções serve nem corresponde ao que as organizações sindicais em nome dos professores denunciaram” porque continua a assentar numa “estrutura de carreira docente errada” – em referências ao problema da existência de quotas e da divisão dos professores em duas categorias hierarquizadas.Sobre o relatório do Conselho Científico para a Avaliação de Professores (CCAP), João Dias da Silva admite concordar com o ponto em que é sugerida uma maior aposta na vertente científico-pedagógica, mas ressalva que “é necessário que os professores avaliadores tenham formação para isso”, o que entende ser impossível de momento.Desta forma, a FNE entende que “persistir neste modelo é um erro e não vem trazer aquilo que era essencial: um modelo mobilizador das pessoas e identificador das melhores práticas”. Sobre o “timing” deste anúncio, considera que o primeiro-ministro, José Sócrates, na entrevista que deu esta semana à SIC, tinha admitido que a actual avaliação era demasiado burocrática. E reforça que isto já podia ter sido corrigido há muito tempo pelo que o anúncio chega “tardíssimo” e é revelador de que “o Ministério da Educação não sabe o que está a fazer”. “Depois de tudo o que foi pedido e de todas as ameaças aos professores isto não faz sentido”, conclui.Maria de Lurdes Rodrigues admitiu hoje manter a versão simplificada do modelo de avaliação de desempenho docente por mais um ciclo avaliativo. Num despacho divulgado hoje, esta é uma das duas opções para o próximo ano lectivo sobre as quais a ministra pede parecer ao Conselho Científico para a Avaliação dos Professores. A outra é voltar ao modelo original, regulamentado em 2008, “com as alterações eventualmente consideradas necessárias, designadamente a respeitante à duração dos ciclos de avaliação”. O regime simplificado entrou em vigor em Janeiro passado em resposta aos protestos das escolas e docentes. O tempo de vigência que lhe foi apontado foi de um ano. No ano lectivo passado o modelo de avaliação tinha também sido substituído por uma versão simplificada que foi só aplicada aos professores contratados. O despacho da ministra surge na sequência da entrega, pelo CCAP, do seu relatório sobre o acompanhamento e a monitorização da avaliação de desempenho docente.
In Público
Sem comentários:
Enviar um comentário