Os abutres vão desenhando
Círculos negros no ar,
Enquanto as hienas, salivando,
Vão espreitando
A hora certa de atacar.
Na planura descampada,
Confiante e distraída,
Vai pastando a manada,
Submissa e condenada
Ao fero ciclo da vida!
Neste pasto florido,
Quem não come... é comido!
Um leve cicio do vento
Traz o perigo em segredo!
E o cheiro pestilento
Daquele bando sangrento
Semeia, no pasto, o medo!
A bicharada mais esperta,
Recuando acobardada,
Aninha-se, pela certa,
No centro, que se aperta,
Do denso corpo da manada!
Neste pasto florido,
Quem não come... é comido!
A ala mais destemida,
Valente e denodada,
Enfrenta a trupe bandida,
Pagando, com a própria vida,
A vida da bicharada!
E uma raposa astuta,
Lá no cimo, nas alturas,
Vai brandindo a batuta,
Redesenhando na luta
Mais intrigas e urdiduras.
Neste pasto florido,
Quem não come... é comido!
Luís Costa
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