segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Não entregar os OI e pronto!


O editor do blog Educacao acaba de publicar um texto magnífico. Ao lê-lo, apetece-me dizer: está tudo dito. Não vale a pena perder mais tempo com análises e debates sobre as formas de luta dos professores porque a solução é tão fácil como beber um copo de água. A não ser que uma pessoa prefira passar sede porque tem medo de abrir uma garrafa do Luso e beber a água sem a sujeitar, previamente, a uma análise química. Há pessoas assim, nas escolas. Em todo o lado. Têm medo da própria sombra. Os ditadores e os aspirantes a ditadores contam com o beneplácito dessas pessoas. Com Simplex completo ou com Simplex 2, a solução está na consciência e na força de vontade de cada professor. Ninguém é obrigado a entregar os objectivos individuais. Se o professor entregar os objectivos individuais está a afirmar: "concordo com o Simplex2 e com a divisão da carreira em duas categorias!" Se não entregar, dirá: "não concordo com esta trapalhada trabalhosa e inútil porque me quero dedicar aos alunos e ao ensino. Não perco tempo com tralha!" O que lhe acontecerá? Nada de mal. Na pior das hipóteses, o tempo de serviço não lhe contará para a progressão. Se houver muitos professores a tomar esta opção, há-de encontrar-se uma solução, agora ou mais tarde, com este ou com outro Governo, que permita reverter a situação. Jorge Pedreira virá à televisão afirmar: "com o modelo simplificado, não há necessidade de objectivos individuais para que os professores sejam avaliados". O PCE/Director tem carta branca para fazer o que bem entende. Então, se tem, entreguem essa responsabilidade aos PCEs/Directores. Será um simulacro de avaliação. Mas os professores dirão ao país: "preferimos arriscar que o tempo de serviço não conte para a progressão do que aceitar uma avaliação burocrática e injusta que nos desvia da nossa missão: ensinar! Não trocamos a dignidade profissional por uns míseros 100 euros por mês!" E ficarão com superioridade moral para continuar a lutar até que um novo Governo revogue a loucura que dá pelo nome de avaliação burocrática de desempenho. A coragem não é apenas um elevado valor ético. É também um maravilhoso valor estético. É bonito ser corajoso. É feio ser cobarde. Percam o medo, está bem ?

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