sábado, 13 de dezembro de 2008

O plano de Luís Costa para acabar de vez com avaliação burocrática.

Muito tenho lido e ouvido sobre as estratégias mais eficazes para acabar, de vez, com a teimosia iníqua de Maria de Lurdes Rodrigues. A proliferação de ideias e a consequente dispersão de energias são a tónica dominante. Paralelamente — e paradoxalmente —, parece que as manifestações grandiosas e as greves históricas, em vez de encherem de coragem e de ânimo o peito dos professores e dos sindicalistas, provocam um absurdo medo de que a próxima acção não iguale a grandeza da anterior: é o “medo do sucesso” e uma perfeita estupidez! Sim, pois se as manifestações e a greve do dia 3 tivessem sido apenas razoáveis, ou fracas, muitos encontrariam aí motivos para não continuar a luta! Então estavam à espera de quê? Que a ministra viesse a terreiro dizer que estava muito comovida, arrependida e que, por isso, se ia embora, pedindo desculpas a todos? Talvez pudesse ter acontecido algo parecido, se não estivéssemos a viver um marco realmente histórico da escola pública em Portugal! Talvez pudesse ter acontecido algo parecido, se não estivéssemos num virar de página do nosso estatuto social, profissional e económico! Talvez pudesse ter acontecido algo parecido, se o governo não quisesse transformar a escola num “juvenário” com “investimento mínimo garantido”, só para pobres! Sim, o governo quer “pôr este filho na roda”! E é por tudo isto que Sócrates e Lurdes Rodrigues aguentam esta frente até ao ridículo! E é por isto também que nós, que estamos no terreno, que percebemos o que está em jogo, temos de lutar com toda a nossa determinação: não apenas pelo nosso umbigo, mas pelo futuro do ensino, pelo futuro, da escola pública! É a nós que compete explicar aos encarregados de educação o que, realmente, se está a preparar nas catacumbas da 5 de Outubro.

O meu plano é simples, arrojado — como tem de ser — e terrivelmente eficaz (penso eu, que sou apenas um simples professor e o poeta de serviço). Qualquer que seja a vossa reacção a estas ideias, não me demoverei do meu posto e continuarei a incendiar o campo de batalha com os meus dardos incandescentes.

1ª ACÇÃO -
GREVE DE UMA SEMANA (19 a 23 de JANEIRO).

2ª ACÇÃO – EM CADA ESCOLA UMA
REUNIÃO COM A ASSOCIAÇÃO DE PAIS, PARA EXPLICAR, COM DETALHE, OS VERDADEIROS MOTIVOS DA GREVE E O QUE ESTÁ EM JOGO PARA O FUTURO, INCENTIVANDO-A A COLOCAR-SE DO NOSSO LADO, ATRAVÉS DA REDACÇÃO DE CARTA A ENVIAR AO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO.

3ªACÇÃO – OS BLOGUES DA EDUCAÇÃO E DOS SINDICATOS, AO LONGO DESSA SEMANA, VÃO ACTUALIZANDO — NA NET E NA COMUNICAÇÃO SOCIAL –
A LISTA DE ASSOCIAÇÕES QUE SE VÃO JUNTANDO A NÓS.

Termino, apelando a todos os professores deste país — novamente mergulhado no obscurantismo — para que não temam essa greve, não façam contas ao “rombo” que tal acção vai provocar no seu vencimento, porque há momentos na vida em que é preciso perder o amor aos anéis para preservar os dedos. Se perdermos esta luta, os nossos prejuízos serão infinitamente maiores.

Este é, de facto, um momento histórico, em que é preciso pôr todo o nosso empenho, toda a nossa dignidade e toda a nossa determinação no combate ao crepúsculo da escola pública. As futuras gerações de alunos e de professores não nos perdoarão, se perdermos esta causa a troco de algumas dezenas de euros. As asneiras desta ministra já nos roubaram muito mais, muito mais, muito mais!

Amo o ensino!
NÃO ME DETEREI!

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