Segundo noticiou o jornal inglês The Guardian o parlamento islandês acaba de aprovar a 25 de Março, sem votos contra e apenas duas abstenções, a proibição dos clubes de strip, considerando que as mulheres estariam desse modo sujeitas a uma "coisificação" indesejável.
A Islândia é considerada "o país mais feminista do mundo", entendida esta frase como o país onde melhor são preservados os direitos das mulheres.
A proibição incluiu fechar pura e simplesmente os clubes onde há shows de strip e lap-dance, proibir que as empregadas de bares ou discotecas andem a servir em topless e todo e qualquer tipo de nudez em locais nocturnos. Uma das responsáveis políticas por esta medida afirmou que "It is not acceptable that women or people in general are a product to be sold."
Deslocaram-se para a Islândia nos últimos anos cerca de 100 mulheres por ano oriundas de países estrangeiros especialmente para trabalhar em clubes de strip. Isto relaciona-se muitas vezes com prostituição e proliferação de redes de tráfico de pessoas, onde as mulheres se vêem enredadas por questões de pobreza e abuso de drogas. A jornalista Julie Bindel do The Guardian diz: "I have visited a strip club in Reykjavik and observed the women. None of them looked happy in their work."
Esta medida deve-se em parte à sua chefe de Estado, Johanna Sigurdardottir, assumidamente lésbica e feminista, que pretende pura e simplesmente acabar com a indústria do sexo na Islândia. Todos os países da Escandinávia aprovaram medidas que, de alguma maneira, criminalizam o negócio do sexo, justamente para proteger os direitos das mulheres e acabar com a escravatura sexual.
Na Islândia metade dos parlamentares são mulheres e nos outros quatro países, um terço. As feministas islandesas, que são fortemente opositoras da prostituição, dizem que "Johanna is a great feminist in that she challenges the men in her party and refuses to let them oppress her"; além disso, ela envolveu-se directamente durante a sua campanha em causas contra a violência sexual.
É de salientar que segundo as sondagens de opinião na Islândia em 2007 82% das mulheres e 57% dos homens defendia a criminalização do sexo pago, estando apenas 10% da população em desacordo com esta medida.
A leader da Liga Contra o Tráfico de Mulheres, Janice Raymond disse estar muito contente com esta medida: "What a victory, not only for the Icelanders but for everyone worldwide who repudiates the sexual exploitation of women."
Ao contrário, os proprietários de clubes nocturnos estão furiosos e comparam a Islândia à Arábia Saudita, onde não se pode ver nenhuma parte do corpo da mulher...
Os países escandinavos têm vindo a liderar a luta pela igualdade de direitos das mulheres no mundo, começando por estimular a mudança de mentalidades, dizendo que os homens terão de se habituar à ideia de que as mulheres não são uma mercadoria para se comprar e usar.
Retirado do blog Pérola da Cultura
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