Que me processe, que disparate, que ignore, tanto me faz.
Mas não gosto de ler baboseiras em página inteira, pagas a peso de ouro, sem reagir.
Grande parte da crónica desta semana de Miguel Sousa Tavares é um desfiar de inexactidões, traumas mal resolvidos, declarações acintosas e erros factuais directos.
O primeiro deles surge logo na primeira frase: a ministra da Educação não propôs o fim dos chumbos no ensino Secundário, mas sim em toda a Educação não-Superior.
Em seguida, MST vai deslizando de disparate em disparate, até voltar a acusar os professores de medíocres, porque ao afirmar que os sindicatos de professores são a maior força de defesa da mediocridade, só por artifício retórico não está a chamar directamente medíocres aos professores. Se o não assume, é apenas por cobardia. É a minha opinião. Que vale tanto como a dele. Apenas tenho menos poder económico e não tenho advogados para colocar em terreno para intimidar quem de mim discorda.
Para além disso, sem qualquer fundamentação pois os mais recentes estudos de opinião atestam o contrário, a opinião pública não defendia as posições de Maria de Lurdes Rodrigues contra os professores. Ainda há poucos meses, novo estudo demonstrava que os professores constituem uma das profissões mais apreciadas e valorizadas (a de marreta opinador-residente do regime não vinha na lista) na sociedade. Mas MST chega mesmo ao ponto de insinuar que a imprensa protegeu os professores no seu conflito com o ME e o Governo, no que é uma distorção notável do que se passou durante a maior parte do tempo.
Por fim, e para encurtar dislates, MST afirma que o acordo entre a actual ministra (e porque não entre José Sócrates?) e os sindicatos de professores «vai custar ao país, nos próximos anos, milhares de milhões de euros em promoções e regalias injustificáveis». E continua com a conversa dos privilégios e reaccionarismo. Milhares de milhões? Quantos? Até quando? 2050?
MST tem direito à sua opinião. E a ser pago por quem entende pagar-lhe. Mas seria, no mínimo, ético que se tentasse informar e não cometesse erros básicos nas suas diatribes.
Afinal não é só sobre o aparelho digestivo do coelho que ele tem evidentes lacunas.
Será da andropausa ou algo parecido, mas na minha opinião, com factos evidentes como esta crónica, MST tornou-se um efabulador algo medíocre. É a minha opinião. Também tenho direito a achar que MST escreve, a partir de uma posição de privilégio, ajoujada não sabemos em que grupo de pressão. Parece sentir-se acima do vulgo, da crítica, um excelente em terra de pategos. O único puro. O único corajoso. O último gajo com cojones para enfrentar tudo, mas que se acoita atrás de Sarah Palin, para usar o termo cojones.
Assim, alguém que tenha cojones - estou a citá-lo a ele, que cita Sarah Palin, na sua prosa colorida de alfa-male fumador e caçador – para lho dizer, sem pruridos, sem anonimatos.
Nota final: agradeço que quem queira desancar ou defender MST nos comentários, o faça assumindo nome próprio. Para que ele não se desculpe com a cobardia alheia, para continuar com o seu constante abuso nas suas crónicas semanais.
Posted by Paulo Guinote
2 comentários:
Este gajo é detestavel. Faz parte daquele lote de escorreitos que opinam sobre tudo sem qualquer preparação. As suas entrevistas são vergonhosas, lembro-me daquela ao inspector algarvio do caso Magui, não deixou o homem falar, interrompeu sempre e impôs opiniões pessoais, um pessimo jornalismo. Já qundo entrevistou socrates não lhe reconheci a tipica arrogância. Ponho-o no mesmo lote daquele careca que opina no jornal de negócios, que diz tamanhas enormidades, que muitos economistas encartados se fartam de lhe dar na cabeça. Durante meses não comprei o público pelas posições do JMFernandes que entretanto mudaram. Actuamente não compro nada em que este dito cujo entre. Há por ai um zumzum de começar a jogar com as mesmas armas dele e socrates, ou seja processar tudo aquilo que não gostem, embora percam sempre. Ora bem, é a coorporação que já que tem a fama, a agir contra este senhor sempre que ele faça juizos infundados e acintosos aos docentes. Ele que continue assim, poderá estar a semear o que vai colher.
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