Movimentos independentes distanciam-se dos sindicatos e prometem continuar os protestos
Os movimentos dos professores uniram-se para protestar contra o acordo entre sindicatos e Ministério da Educação sobre o novo modelo de avaliação e estrutura da carreira. As três organizações independentes estão descontentes e prometem angariar aliados para mostrar que a luta dos professores não vai ficar por aqui. "Estamos disponíveis para articular algumas estratégias em conjunto, com o objectivo de mostrar que este entendimento tem debilidades e ficou muito aquém das nossas reivindicações", disse ao i Ilídio Trindade, do Movimento para a Mobilização e Unidade dos Professores (MUP).
Quem se juntar à causa é bem--vindo, esclarece o coordenador do movimento - professores, bloggers e até os dois sindicatos que na passada quinta-feira rejeitaram o acordo de princípios assinado pelas federações sindicais mais representativas da classe. A missão é "desencadearem breve a construção de uma grande convergência de contestação às medidas que os professores continuam a recusar", explica Ilídio Trindade.
É a decisão que os dois movimentos assumiram em conjunto com o Movimento de Valorização dos Professores (PROmova) porque dizem ter sido empurrados para "um beco sem saída" que os vai obrigar a planear uma estratégia "diferenciada" dos sindicatos. "Queremos mostrar uma posição comum que passa por pressionar os dirigentes sindicais a manter as nossas exigências junto do governo", diz Ricardo Silva, da Associação de Professores e Educadores em Defesa do Ensino (APEDE). Não se trata de dividir ou enfraquecer a luta, disse o coordenador do movimento, mas de mostrar que "uma grande parte dos professores" não se revê neste acordo.
"A negociação esteve demasiado centrada em questões salariais", censura Ricardo Silva, denunciando que o modelo de avaliação se manteve "intocável" e que as questões ligadas à qualidade do ensino ficaram em segundo plano. Quanto à capacidade de mobilizar os professores, tanto Ilídio Trindade como Ricardo Silva lembram a proeza conseguida a 8 Novembro de 2008, dia em que 120 mil professores saíram à rua. "Ninguém poderá negar o peso que os movimentos independentes tiveram naquela manifestação", diz o líder do MUP.
In Ionline
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