sábado, 18 de junho de 2011

NUNO CRATO - O que os Professores esperam do novo Ministro da Educação


O novo ministro da Educação é de longe a melhor escolha para o lugar. Nuno Crato apresenta duas grandes vantagens: conhece muito bem o sector e não está contaminado pelo trio 'eduquês'-'socialistês'-'sindicalês'. Para além disso é alguém que sempre defendeu a disciplina, o rigor e a exigência, que sempre reconheceu e respeitou o difícil e valioso trabalho dos professores e, bastante importante, é uma pessoa sensata. Todas estas qualidades não são coisa pouca num ministro da Educação.
Paradoxalmente serão precisamente as suas largas virtudes que lhe tornarão difícil a implementação de uma agenda reformadora. O sistema educativo está minado por uma ideologia socialista que privilegiou o centralismo, o controlismo, o faz de conta, a indisciplina, a burocracia e o enxovalhar dos professores. Não será tarefa fácil.
Apesar das dificuldades, esperam-se medidas como:
- A reorganização e ampla redução - e quiçá pulverização - do gigantesco complexo administrativo-burocrático-controleiro do Ministério da Educação, com a eliminação de organismos como as DRE's, os gabinetes disto e daquilo, a DGDIC, etc etc etc;
- A reorganização do currículo do ensino básico, com a extinção das áreas curriculares não disciplinares, vulgo estudos acompanhados e afins;
- A introdução de uma cultura de exigência e de rigor com o alargar dos exames a todos os ciclos de ensino, a mais disciplinas e com peso na nota final dos alunos;
- A revisão do pernicioso sistema de avaliação de alunos - que mais não é do que uma máquina de produção de sucesso estatístico a martelo - focando-o nas aprendizagens e no trabalho dos estudantes;
- A revogação imediata do sistema de avaliação de professores e o início da testagem de outro que privilegie as aulas e o ensino em detrimento do show off, dos projectos e da burocracia, e que permita afastar os aselhas das salas de aula;
- A revogação do Estatuto do Aluno e a passagem para as escolas da definição de regras de conduta e de comportamento, que permitam não só reforçar a autoridade dos professores, mas principalmente fazer baixar o nível calamitoso de indisciplina que mina a maior parte do trabalho nas aulas e impede as aprendizagens.
Se Nuno Crato e a sua equipa conseguirem aplicar este conjunto de medidas e princípios, será talvez a primeira vez desde o 25 de Abril que o ensino dará um salto qualitativo. Se não o conseguirem, estar-se-á perante o exemplo acabado de uma área condenada e irreformável.

Retirado do blog Lisboa - Tel Aviv

Sem comentários: