Professores de escola de Setúbal respondem ao apelo da vizinha Escola 2.3 Luisa Todi e vão fazer contactos com outras escolas de Setúbal e Palmela com o objectivo de realizar um Plenário onde se abram caminhos que conduzam de novo ao Terreiro do Paço.
O pessoal docente da Escola Secundária D. João II, em Setúbal, realizou nesta quarta-feira uma reunião sob o tema “Ameaça de despedimentos / Nova reorganização curricular”, convocada por um grupo de contratados e pessoal do quadro.
Uma colega apresentou cálculos de que nesta escola, só no grupo de Matemática poderão ficar automaticamente sem trabalho 3 pessoas: o mesmo número para o grupo de Português. O conjunto de medidas e cortes do ministério provocará um efeito dominó, afectando com despedimentos em primeiro lugar os contratados: e aumentará a carga de trabalho para quem ficar, de todos os grupos, sem excepção.
São milhares os postos de trabalho ameaçados por todo o país, do primeiro ciclo ao secundário. Os contratados, que viram rasgado pela ministra o acordo em que se comprometia a abrir concurso para os contratados mais antigos, vêem-se agora na iminência de no próximo ano lectivo serem pura e simplesmente deixados na rua.
Muitos foram os temas que vieram à discussão. Como pano de fundo constatou-se que os alunos, as famílias e a sociedade: numa palavra, a qualidade do ensino está em grave perigo.
A revolta contra o perverso modelo de avaliação de desempenho esteve igualmente presente. Considerou-se que a qualidade do trabalho com os alunos será claramente afectada, o propalado trabalho colaborativo e em equipa destroçado, a concorrência de todos contra todos coroada pelos miseráveis cortes salariais já consumados e pelo congelamento da progressão na carreira.
Se é verdade que as gigantescas manifestações conseguiram travar as investidas de Maria de Lurdes Rodrigues contra os salários, através da divisão da carreira em duas categorias, também se torna evidente que através das novas medidas de Isabel Alçada se vão atingir ou mesmo ampliar os objectivos de sempre do governo Sócrates contra a escola pública e seus trabalhadores e trabalhadoras.
No final da reunião, dinamizada por um dirigente do SPGL e por um membro da Frente de Professores Contratados e Desempregados, decidiu-se responder ao apelo da vizinha Escola 2.3 Luisa Todi e fazer contactos com outras escolas de Setúbal e Palmela com o objectivo de realizar um Plenário de professores onde se abram caminhos que conduzam de novo ao Terreiro do Paço.
É possível e urgente travar de novo uma política travestida que arrasta a escola pública para o desastre.
Jaime Pinho, Movimento Escola Pública
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