domingo, 14 de março de 2010

Poema dedicado a Luís Carmo

Poema dedicado ao colega que se suicidou na ponte 25 de Abril, vitima de violência escolar

"A culpa não tem desculpa
E a morte não tem regresso.
O resto é o deserto sufocado
Na jaula do silêncio
Onde o medo se mede
Ao milímetro minuto
Enquanto a tela se tece
Com negro de bréu.
Uma clave de sol com dó de si
Numa arena de tigres
Retocando nos retalhos da chacota
O seu nocturno de Chopin.
Faça-se silêncio por favor
Que o pavor ainda ressoa
À tona das águas."

Maria Isabel Fidalgo

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